Sexta-feira, 26 de julho de 2019
Ruy Shiozawa, CEO da Great Place to Work, destaca que a transformação digital é o maior medo das pessoas. “Já foram investidos mais de U$ 1 trilhão em tecnologia. 70% não deu certo. Nesses casos, faltou investir o lado humano”, afirmou. A gestão de pessoas é um dos pilares para o desenvolvimento das empresas. Shiozawa conta que, para o investimento trazer resultados, deve-se manter o tripé: melhor para as pessoas, para o negócio e para o mundo.
Ser uma excelente empresa para trabalhar vai permitir que a organização fique à frente na escolha de grandes talentos do mercado de trabalho, segundo Shiozawa. Neste ciclo, contratar e desenvolver os melhores vai aumentar o desempenho nos negócios da empresa. Com isso, investir no lado humano pode ser a solução para as organizações que buscam inovar. De acordo com a GPTW, as melhores empresas para se trabalhar geram maior satisfação dos clientes.
“Qualquer organização, de qualquer tamanho, em qualquer lugar, pode se tornar um excelente lugar para trabalhar”, Ruy Shiozawa
O CEO da Great Place to Work palestrou no Fórum E-Commerce Brasil 2019, em São Paulo, e abordou os efeitos em uma empresa que cuida da gestão de pessoas. Ruy Shiozawa definiu quatro pontos essenciais para uma organização gerenciar o ambiente interno. Veja quais são eles abaixo!
O primeiro passo para desenvolver o lado humano da empresa é conhecer os colaboradores. Descobrir quais são as motivações, frustrações e necessidades da equipe ajuda a entender quais são os gaps e como eles podem ser melhorados. “É importante perguntar para as pessoas o que elas precisam, elas podem sugerir as soluções”, disse Ruy Shiozawa.
De acordo com pesquisa da GPTW, o maior problema para os colaboradores está na mobilidade até o trabalho. É fundamental saber onde os colaboradores moram e como prestar auxílio nas dificuldades de transporte.
Pesquisa de Mobilidade Corporativa 2018, feita pelo instituto Parar e MindMiners, aponta que 53% dos colaboradores iriam abandonar o carro se tivessem outras opções de transporte. 72% nunca pegou carona. 49% topariam reduzir o salário e benefícios em 10% para morar perto do trabalho. 44% aceitariam diminuir 20% do salário para administrar o tempo de trabalho.
O que uma empresa pode fazer nessas situações? Shiozawa revelou algumas práticas para auxiliar os colaboradores na mobilidade até o trabalho.
Práticas não sustentáveis: auxílio combustível e vagas na garagem
Práticas sustentáveis: grupo de caminhada; prêmio por distância percorrida; vestiários e armários; incentivar caronas e transporte coletivo; flexibilidade de horário para funcionários; possibilidade de home office; benefícios de vale transporte isentos de desconto.
Ruy Shiozawa afirma que a principal maneira para desenvolver os colaboradores está na confiança. Criar confiança com a equipe deixa um ambiente mais agradável na empresa e estimula a vontade de produzir com mais eficácia. “Com confiança, o colaborador terá orgulho do que faz”, disse o executivo.
Permitir flexibilidade e home office podem aumentar a produtividade, mas são práticas que precisam de confiança. Segundo Shiozawa, os líderes devem confiar na equipe. “Caso o colaborador quebre a confiança, você toma atitudes cabíveis, mas a maioria vai produzir mais depois que sentir que tem confiança do chefe”, relatou.
Incentivar a confiança, orgulho e conforto dos colaboradores vai gerar um sentimento de família ou de equipe. Com isso, os funcionários vão sentir que estão no mesmo barco e que naquele ambiente, as pessoas se importam umas com as outras. Isso evita problemas na produção e as pessoas são encorajadas a equilibrar a vida profissional e pessoal.
Prepare os influenciadores para estimular os colaboradores. É importante ressaltar que a liderança pode ser de qualquer um que administra pessoas. “Cuidado com o conceito de liderança super homem. São inalcançáveis”, afirmou.
Líderes como Steve Jobs, Gandhi e Martin Luther king não surgem o tempo todo. Shiozawa avisa que o ideal é valorizar as pessoas que trabalham na empresa. “Liderança super homem são extremamente raras, estimular essas figuras podem causar frustração na equipe”, disse. Shiozawa revela que existem mais líderes na organização do que imaginam.
Trabalhar o reconhecimento também é de extrema importância e podem ser feitas em práticas simples e gratuitas. “Aproveite a reunião dos diretores e ligue para parabenizar ações dos funcionários. Isso vai estimular e deixar o colaborador feliz”, reiterou Shiozawa. Para o CEO da Great Place to Work, a pauta “pessoa” é a mais importante.
Ruy Shiozawa entende como efeitos colaterais dessas práticas uma melhora de desempenho das organizações. Desenvolver o ambiente interno vai aperfeiçoar o relacionamento com os clientes.
Além disso, se as pessoas sentirem mais vontade de trabalhar no local, vai aumentar o interesse de outros possíveis colaboradores. Com a boa fama, os talentos vão chegar e aumentar a produtividade.
*Gabriel Dias é jornalista formado no Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Analista de Comunicação no Digitalks, Gabriel também tem experiência nas áreas de jornalismo político. Trabalhou em agências de comunicação e na Câmara dos Deputados. Gosta de produzir conteúdos digitais e foca no Marketing Digital.
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