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E-commerce na América Latina – Cenário e Oportunidades

“O mercado da América Latina ainda vai evoluir muito! Não porque naturalmente parte das compras migrará para o e-commerce e para o ambiente digital por sermos cada vez mais omnichannel”

 

Por *Bruno  Berezaga

Pode ter certeza, não é a toa que algumas das mais importantes plataformas de e-commerce e soluções de varejo do mundo estão de olho no mercado da América Latina. Vemos hoje inúmeros players globais que nunca estiveram presentes fisicamente na região, chegando com seus escritórios e certamente com ótimas expectativas. Isso dá crédito aos investimentos e chancela a estratégia da VTEX de desenvolver a região ao longo dos últimos seis anos com muito sucesso.

Apesar de movimentos de mercado serem indicadores ainda mais importantes que os números, alguns dados são importantes para contextualizar o cenário atual. Segundo o relatório “We are Social” da Hootsuite de janeiro de 2018, a região das Américas teve crescimento de 9% de usuários ativos de mobile, 8% de acréscimo de usuários em redes sociais e 3% de usuários de Internet.
A Global Ecommerce Association (GEA) traz a informação de que o e-commerce na América do Sul teve um crescimento médio de 16,5% em 2017, uma das regiões que mais evoluiu no mundo se considerarmos também questões socioeconômicas. América do Sul ficou um pouco abaixo da Ásia (20%) e surpreendentemente abaixo da Europa (19%). México, segundo o estudo “We are Social” teve incremento de 19%.

Vamos um pouco além dos números e de movimentos do mercado. Segundo Daniela Jurado, Sócia da VTEX e Head do programa global de Reseller, “o mercado da América Latina ainda vai evoluir muito! Não porque naturalmente parte das compras migrará para o e-commerce e para o ambiente digital por sermos cada vez mais omnichannelO crescimento real vai ocorrer porque existe um gap de conhecimento oriundo de profissionais e empresas especializadas que precisa e será preenchido”.

 

Uma língua, muitos países

Estando a frente do time VTEX Reseller para LATAM, Daniela Jurado acompanhou realidades diferentes dentro da América Latina. Apesar de apresentarem um mesmo idioma, que possibilita relações comerciais mais fáceis, há diferenças substanciais entre os países.

Por exemplo, segundo Daniela, “O México, é um país com grande população, enorme potencial varejista e o mais próximo ao líder mundial de e-commerce (Estados Unidos), porém tem dificuldades locais que ainda fazem com que o comércio eletrônico não tenha decolado e tenha todo seu potencial explorado. Acredito que isso deva ocorrer nos próximos 2 anos, com melhoria nos processos de anti fraude, pagamento e de logística. A tecnologia que facilite a integração via APIs de diversos serviços que ainda estão por surgir sairá na frente.”

Países como Chile e Peru, que têm interessantes mercados, agora estão abrindo mais suas portas para soluções SaaS como a VTEX. Onde antes só se viam soluções on premises ou open source, agora os players buscam soluções que acompanhem a evolução de seus negócios na mesma velocidade em que o mercado demanda e com menor custo, substituindo o  desenvolvimento próprio. O foco volta para as estratégias do negócio e não mais para a tecnologia.

É uma mudança de mindset que aos poucos ocorre no Peru e no Chile e que já é realidade em países como o Brasil, Argentina e Colômbia. Com isso, os dois países se tornaram alvos de esforços ainda maiores da VTEX com novos parceiros e com o time reseller preparado para atuar. É amigos, “♪ cambia, todo cambia… ♪” como dizia Mercedes Sosa.

Daniela ainda destaca “Me surpreenderam países como o Paraguai, onde hoje já temos inclusive um cliente marketplace e o Equador, de onde recebemos tantos leads quanto de regiões que naturalmente acabam sendo maiores como o México. Também este ano vamos acompanhar o Instituto latinoamericano de Comercio Eletrónico a países da América Central como a Guatemala, República Dominicana e Costa Rica. O simples fato de o principal órgão de e-commerce da América Latina realizar eventos por lá já nos diz que há oportunidades de negócios.”

 

O papel das agências não é apenas entregar projetos

Nos últimos anos, a VTEX se desenvolveu e se estruturou na região, atuando em toda a América Latina e conquistando importantes clientes. Os resultados que temos até hoje certamente só ocorreram porque temos importantes parceiros que conquistamos ao longo desse período e hoje atuam vendendo, entregando e mantendo projetos, além de darem suporte a esses clientes.

Quando começamos a atuar na América Latina, encontramos poucos, porém excelentes parceiros que já viam o mercado de e-commerce como oportunidade de negócio e como o futuro das transações comerciais. A grande maioria desses parceiros que conquistamos no início de nossa incursão ainda hoje se destacam dentro de nosso programa VTEX Partner” afirma Daniela. Isso ocorre porque essas agências entenderam que seu papel não é apenas o de entregar projetos. Precisam evangelizar o mercado!

Entre países de LatAm, é comum que agências de um país atendam clientes localizados em outro, como a Fizzmod da Argentina, que atende a Mosca, papelaria do Uruguai. Hoje também ocorre de que agências de outros mercados, como o Brasil, se tornem parceiros (produtoras) de agências locais ou mesmo seus concorrentes.

Nos últimos anos, agências do Brasil como a Bluefoot já atuaram em alguns projetos internacionais em Latam. A Agência Profite, assim como a agência Quatro Digital também já entregaram projetos na América Latina e são apenas alguns exemplos. Daniela Jurado acrescenta “é um movimento natural que esperamos que tenha fluxos inversos e paralelos por todo o mundo! As agências podem e devem atuar globalmente e terão nosso apoio com relação a e-commerce”.

Se você atua ou pretende atuar em países da região, precisa estar ciente de que estamos engatinhando quando falamos do futuro de nosso  varejo e de sua  maturidade. Pense que se você, que atua com tecnologia e internet, ainda sente que a velocidade das novidades é grande, imagine um varejista tradicional que, por enquanto, só entende de seu antigo negócio de “comprar e vender”. Ele certamente ficará completamente perdido ao encarar o e-commerce como possibilidade de negócio e dará muitos passos errados se não for bem assessorado.

Posicionar-se como consultor nesses momentos será fundamental não só para ganhar novos clientes, mas para fazê-los crescer sadios no e-commerce! Paciência, resiliência e conhecimento de e-commerce serão fundamentais para que a cultura dos negócios possam se desenvolver. Não será do dia para a noite, mas ocorrerá! Sabemos que clientes bem atendidos mantêm contratos de manutenção com suas agências e faturamentos recorrentes são necessários para que seu negócio consiga trabalhar com segurança no desenvolvimento de novos projetos, tendo a visão de seu forecast.

 

Você, atua em agência no Brasil? Que tal conquistar o resto da América e do mundo? Acredite, há muita oportunidade e o Brasil ainda é pequeno!

 

*Bruno Berezaga é  gerente no time VTEX Partner. Bacharel em comunicação social com habilitação em Relações Públicas pela PUCRS, Bruno tem experiência de 12 anos de marketing digital e e-commerce.

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