Empresas multinacionais, como a HookLogic, veem lacuna no segmento e estão apostando em novos modelos de marketing para e-commerce no país

Por Gabriela Manzini e Priscilla Saldanha*

De 2010 a 2015, o número de aberturas de lojas online no Brasil cresceu, mostrando um aumento de 23%. Mesmo com uma queda em 2016 – a porcentagem baixou para 5% –, causada pela crise político-econômica que vivenciamos, 51% dos negócios eletrônicos afirmaram ter lucro e 28% “se pagaram”, não registrando prejuízo. Os dados são da 3ª Pesquisa Nacional de Varejo Online, realizada pelo Sebrae em parceria com o E-Commerce Brasil, estudo o qual avalia o desempenho do mercado das lojas virtuais brasileiras.

No entanto, um dos aspectos analisados apontam para um ponto de atenção: o percentual do faturamento das empresas que é gasto com Marketing tem diminuído nos últimos anos, tendo recuado de 14%, em 2014, para 12%, em 2016. O dado é preocupante uma vez que a “área é considerada essencial para promover uma marca ou produto”, como já noticiamos AQUI.

Pois é surfando nessa onda que empresas multinacionais da área de Digital, de Marketing e E-commerce estão mirando o Brasil como a nova ‘galinha dos ovos de ouro’. Algumas empresas, como a Rakuten, estão se posicionando no mercado mediante mudanças na diretoria – leia mais AQUI. Outras, estão adentrando o nosso ecossistema de negócios com mais agressividade ou até mesmo pela primeira vez.

Esse é o caso da HookLogic , que abriu sua nova filial no Brasil. “São vários os motivos no qual escolhemos o Brasil: crescimento do marketing para e-commerce, um país com 200 milhões de potenciais compradores, imensa geografia. Além disso, nesse momento, poucas empresas estão ‘de olho’ em gerar negócios no país. Esse é um momento ideal para entrar sem muita concorrência e montar o modelo de gerência ideal para o país. Com certeza, só temos a ganhar”, afirmou CRO (Chief Revenue Officer) da HookLogic, John Roswech, em entrevista à nossa correspondente internacional Priscilla Saldanha, durante o DMEXCO – maior evento de Marketing Digital do mundo.

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Há mais de 10 anos, a empresa nova-iorquina já vem trabalhando com a indústria de viagens. Com esse sucesso, resolveram expandir as áreas de trabalho e, há quatro anos, trabalham também com varejistas em e-commerces. Hoje, possuem escritórios em Nova Iorque, Los Angeles, Reino Unido,Paris, Amsterdã e, agora, São Paulo.

“A ideia é expandir ainda mais, principalmente na América Latina, nos próximos 12 meses”, completa Roswech. 

Segundo o posicionamento oficial da HookLogic, o Brasil representa uma grande oportunidade em marketing de performance para marcas, uma vez que estamos falando de um mercado com grande número de pessoas jovens, que são hoje o alvo dos profissionais de marketing.

“Sabemos que os consumidores brasileiros têm muitas oportunidades de escolha em termos de produtos e as marcas precisam encontrar uma forma de se destacar dentre as opções de produtos presentes nos e-commerces locais e globais, como o Walmart, por exemplo. De acordo com Internet Retailer, empresa de pesquisa voltada ao e-commerce, em 2013 o mercado latino americano, liderado pelo Brasil, foi o mercado internacional que teve o crescimento mais rápido na Amazon.com. A Amazon obviamente vende anúncios pagos em seu site, mas a realidade brasileira é que outros sites como Submarino, Walmart, Extra e Casas Bahia possuem uma forte presença. A HookLogic oferece uma forma de profissionais de marketing facilmente atingirem consumidores nesses sites, influenciando a compra.”

John Roswech explicou que a empresa não trabalha com os clássicos banners e, por meio de parceria com os principais varejistas, consegue criar o motor final de comercialização com um “circuito fechado e assertivo”. “As empresas pagam por cliques altamente segmentados para os seus produtos em sites de comércio eletrônico. Além disso, os e-commerces compartilham dados de atribuição de vendas através da plataforma da HookLogic, o que permite que o anunciante tenha uma visão clara das suas vendas e dos seus anúncios. Com isso as marcas podem acelerar suas vendas e otimizar o processo para chegar ao ROI desejado”, comentou o executivo à nossa correspondente. 

No Brasil, a companhia está trabalhando com clientes globais como Microsoft, Intel, Philips, Hasbro e Reckitt , além de e-commerces como Americanas.com e Hi Happy.

“Acredito que a lacuna que existe não é só no Basil, mas no mercado mundial como um todo. Mídia com grande retorno sobre investimento e retorno rápido. Isso que [pretendemos] suprir, avalia o executivo. 

*Gabriela Manzini é jornalista, trabalha com comunicação há oito anos e é especialista em Comunicação Corporativa. Atua hoje com comunicação estratégica, marketing digital e marketing de conteúdo. Em suas passagens por agências de comunicação e marketing, atendeu clientes como Microsoft, Philco, Wacom Brasil, Toshiba Brasil, Citibank, Credicard Hall, Omron, Internacional Shopping Guarulhos, e os cantores Fábio Jr. e Paula Lima. Na área corporativa, trabalhou no departamento de marketing da Shoestock e é a atual gerente de Conteúdo do Digitalks.

*Priscilla Saldanha mora em Dublin e é colaborado de conteúdo internacional para o Digitalks, escrevendo sobre tendências de tecnologia e digital.

Pós-graduada em Gestão de Marcas e Branding pela BSP, especialista em Redes Sociais pela PUC e formada em Publicidade e Propaganda na UNICAP. Trabalha com tecnologia, comunicação e marketing digital desde 2011. É consultora em estratégias de comunicação digital e branding, para empresas e agências.

Priscilla foi Gestora de conteúdo na Digitalks, atuou em grandes agências, além de empresas nacionais e multinacionais, como Red Bull, com Marketing e Mídias Sociais. Foi editora-chefe da Revista Digitalks por 2 anos, já escreveu revistas para grandes empresas como Samsung, além de vasta experiência em conteúdo social e cobertura de eventos. Entusiasta e amante da comunicação e do mundo digital, gosta de compartilhar tudo que vivência e aprende. Acredita que dessa forma, o mundo vai ser cada vez mais pensante e atuante.