Terça-feira, 26 de setembro de 2017
O streaming, tem conquistado muitos usuários da internet, não é à toa que, no ano passado, de acordo com os dados da Opinion Box, a contratação de serviços como Netflix e Spotify em dispositivos móveis mais que dobrou, passando de 19% para 40%. Outro dado relevante que evidencia a aderência a esse serviço é que, no primeiro trimestre de 2017, o Netflix atingiu 50 milhões de usuários, ultrapassando a TV a cabo nos Estados Unidos.
Diante desse contexto, a transmissão de vídeos utilizando a tecnologia de streaming, tornou-se uma alternativa interessante para as empresas, marcas e veículos divulgarem conteúdo. A utilização dessa tecnologia foi um dos temas discutidos no maior evento do ecossistema de influenciadores digitais, o YOUPIX CON, que aconteceu ontem, dia 25 de setembro em São Paulo.
O debate, que foi mediado por Maurício Stycer, Repórter e Crítico do UOL, trouxe insights para quem tem interesse em produzir conteúdo utilizando o streaming e abordou o impacto dessa tecnologia para o entretenimento, cultura e os negócios dos diferentes players do mercado.
Para Ana Gabriela, responsável pela produção do portfólio de séries produzidas nos estúdios da Globo, a vantagem do streaming é que você pode ter um conteúdo mais nichado para um público mais específico.
“Você pode entregar o que o seu consumidor realmente quer”, ressaltou.
Mas que tipo de conteúdo em streaming atrai mais a atenção da audiência? De acordo com Jotagá Crema, roteirista e diretor da série brasileira 3%, que se tornou a produção não falada em inglês mais assistida da Netflix na América, “o importante é contar boas histórias”.
O streaming se tornou algo conveniente para muitas pessoas pelo simples fato de você poder assistir o que quer na hora que quer e o serviço, atualmente, é mais barato que o de uma TV a cabo, por exemplo. Então, com isso podemos dizer que a TV está com os dias contados?
De acordo com Daniela Busoli, fundadora e CEO da Formata Produções, essa possibilidade não é concreta.
“Acho que é muito cedo para dizer se o streaming é o novo cabo. Em 2006 com a internet falavam que a tv ia acabar e, até hoje, temos a televisão, inclusive, ela ficou até mais forte”.
Para a CEO, é a qualidade do conteúdo que vai ditar o interesse da audiência e portabilidade desse conteúdo vai ser quase uma commodity. Apesar disso, ela ressalta que com a aderência ao streaming em ascensão, as operadoras de TV já estão tendo que repensar seus modelos de negócios e encontrar novas formas de vender os seus conteúdos.
Segundo Gustavo Baldoni, diretor Executivo para a TV da Conspiração, “um bom conteúdo está disponível em qualquer plataforma, para nós, produtores, não faz muita diferença em que plataforma o conteúdo está”.
Ana também compartilha da mesma opinião, “tem público para todas as plataformas e nós como produtores de conteúdo queremos entregar para o maior número de pessoas possíveis”.
Durante o debate, o mediado Maurício Stycer, também questionou os participantes em relação à regulamentação dos serviços de streaming que, por enquanto, não possuem uma cota de produção nacional.
“Eu acho que a cota do audiovisual só veio a beneficiar a nossa indústria. Quanto ao Streaming, como é algo que ainda está no começo, se for obrigação produzir nacionalmente, talvez, as pessoas produzam de qualquer jeito só porque tem que ser feito”, afirmou Baldoni.
Já para Jotagá, a lei de produção nacional para a TV a cabo permitiu o desenvolvimento desse mercado, e no streaming não vai ser diferente.
“Com o streaming acho que vamos ter a oportunidade de produzir mais conteúdo independente”, ressaltou.
No final do debate também se falou sobre o aumento da concorrência entre os produtores de conteúdo, principalmente, com a entrada de mais empresas independentes nesse mercado. Ana, da TV Globo, comentou esse assunto:
“Queremos estar associados aos parceiros mais qualificados para produzir o melhor conteúdo, seja produção própria ou independente. A entrada desses novos players é saudável para o mercado. É saudável para todo mundo ter concorrência para estimular o mercado. Uma empresa do tamanho da Globo precisa repensar seus processos para se colocar nesse mundo de novas produções”, finalizou.
*Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Analista de Conteúdo no Digitalks, também tem experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos mas, atualmente, seu foco é o Marketing Digital.
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