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3 ensinamentos do Netflix que você deve adaptar para sua empresa

Mitch Lowe, Co-founder do Netflix, revela como implementar uma cultura organizacional vencedora e alcançar o sucesso

 

*Por Bianca Borges

 

Foi-se o tempo em que apenas uma ideia inovadora fazia a diferença no mundo dos negócios. Com a concorrência cada vez mais acirrada, além de originalidade, o marketing precisa definir exatamente os objetivos e metas que quer alcançar para não apostar em estratégias equivocadas.

Mitch Lowe, co-fundador do Netflix e atual CEO da Moviepass, falou sobre esse assunto na última Campus Party, evento que abordou temas como tecnologia, empreendedorismo e marketing digital.

Além de contar a sua experiência como empreendedor do Netflix – empresa que nasceu em Scotts Valley, na Califórnia e agora está presente em 132 países – o executivo deu dicas sobre como implementar uma cultura vencedora nas organizações.

 

Mitch Lowe, Co-fundador do Netflix dá dicas para as empresas conquistarem o sucesso no mundo dos negócios.

 

Tenha foco, aposte em nichos

No início, em 1997, a Netflix era uma empresa de locação de DVDs online: o cliente escolhia o filme que era enviado pelo correio, mesma forma pela qual a devolução do filme deveria ser feita.

A intenção era expandir o negócio e, para isso, era necessário fidelizar os clientes. Foi então que, em 1999, surgiram alguns planos de assinatura mensal que ofereciam locação ilimitada de DVDs. Esse sistema de assinaturas fez muito sucesso e Lowe e seus parceiros tiveram que fazer uma escolha.

“Em 1999, a gente encarou uma tomada de decisão que foi muito difícil.  Na época, alugávamos filme um a um, e tínhamos um bom lucro com isso, porém  as assinaturas eram o que iam fazer o nosso negócio crescer rapidamente. A dúvida era continuar com o aluguel ou só investir nas assinaturas. Tivemos que falar tchau’ para 10 milhões de dólares”.

 

Os idealizadores do Netflix optaram por investir nas assinaturas e manter o foco em apenas um nicho do mercado, mesmo tendo um excelente lucro com o aluguel de filmes.

Lowe ressalta o motivo dessa decisão: Muitas empresas fracassam porque tentam fazer muitos projetos ao mesmo tempo. Focar sua decisão em um ou dois aspectos importantes é o que vai trazer sucesso com mais frequência”.

 

Seja original, não tenha medo de tomar decisões

Não é segredo para ninguém que ideias originais têm mais chances de conquistar mais visibilidade no mercado, simplesmente porque o diferente chama a atenção. O co-fundador do Netflix conta que, no início, os idealizadores da empresa almejavam ter todos os filmes existentes para oferecer aos clientes, no entanto, descobriram que conteúdo exclusivo era o que realmente atraia a atenção do público.

Atualmente, o Netflix oferece conteúdo exclusivo para cada um dos 132 países onde está presente.

“Quando eu falo ‘conteúdo original’, quase nunca significa que o Netflix criou esse conteúdo. São conteúdos que são vendidos pro Netflix e, apesar de não serem produzidos pela empresa, são exclusivos dela. As pessoas que não cancelam suas assinaturas são as que assistem conteúdo exclusivos”, explica o executivo.

 

A originalidade é essencial e, para se diferenciar dos concorrentes e propor algo novo, é preciso abandonar o medo de tomar decisões. Claro que devem ser feitas análises de mercado e da concorrência, entretanto, as empresas não podem se esquecer de analisar a si próprias.

Muitas organizações se baseiam em dados para tomar decisões e isso não está errado, porém o executivo da empresa explica que você precisa separar quais são as informações realmente importantes para a sua estratégia. De acordo com Lowe, as empresas não podem ser refém dos dados.

“Não acreditem somente nos dados, perguntem, questionem e não tenham medo de tomar uma decisão”, incita ele.

 

Invista na sua equipe

Para conquistar o sucesso, além de manter o foco e ter ideias inovadoras, é necessário também investir em pessoas.

Nos Estados Unidos, o Netflix é famoso por ter uma política de férias ilimitada. Esse fato, sem dúvida, seria o sonho para muitos colaboradores de empresas aqui no Brasil e no resto do mundo.  O engraçado é que, com essa flexibilidade, os funcionários começaram a tirar menos férias e Lowe tem uma explicação para esse fenômeno.

“As pessoas começaram a tirar menos férias porque estão focadas na missão da empresa ao invés de pensar nisso como um trabalho apenas”.

 

As organizações, além de se preocuparem com seus clientes externos (o consumidor), devem tentar agradar seus clientes internos (os colaboradores), criando um espaço no qual as pessoas queiram vir trabalhar. Uma das maneiras de fazer isso é empoderar os funcionários, dando a eles mais liberdade para que possam expor suas ideias e tomar decisões assertivas.

Medir a performance de cada um dos colaboradores é outra dica de Lowe. Segundo o especialista, independente da função do funcionário na empresa, devem ser criados dois ou três índices que permitam avaliar a produtividade do indivíduo.  Com essa estratégia, a empresa vai conseguir parabenizar o colaborador pelos seus progressos, bem como orientá-lo a corrigir suas falhas.

“Não basta apenas ter uma boa ideia para alcançar o sucesso. É preciso ter uma cultura organizacional estabelecida, investir em pessoas e ter um sistema que permita que os colaboradores tomem decisões assertivas”, conclui o Co-fundador do Netflix.

 

* Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi, trabalhou na Investe São Paulo com assessoria de imprensa e, hoje, atua na equipe de Conteúdo do Digitalks.

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