Quarta-feira, 25 de outubro de 2017
O marketing sensorial tem como objetivo utilizar os sentidos (visão, audição, olfato, paladar ou tato) para estimular uma venda ou gerar um maior engajamento do cliente com uma marca. Esse recurso é bastante usado em lojas físicas. Alguns exemplos disso são: lojas de perfume que fornecem amostra grátis dos produtos e tentam encantar o consumidor pelo olfato ou restaurantes ou cafeterias que colocam à disposição alguns itens para que os clientes façam uma degustação de algum item que é servido no cardápio e, dessa forma, estimulam o consumo.
A resposta para essa pergunta é SIM! Quem possui um site ou um e-commerce também é capaz de criar ações para aguçar os sentidos do usuário online e assim atrair mais clientes. É claro que o ambiente online tem algumas restrições, como a utilização dos sentidos de olfato, paladar e tato, por exemplo. Apesar disso, a visão e a audição são recursos que podem ser muito bem explorados.
Para estimular o sentido da visão, um design de um site bem elaborado pode fazer a diferença e causar boa impressão nos usuários. Imagens e fotos de alta qualidade, um layout intuitivo que permita uma fácil navegação online e um conteúdo sucinto que responda às principais dúvidas do cliente de forma rápida também são essenciais. Dessa maneira você cria uma boa experiência visual para o usuário e permite que ele se lembre do seu site ou da sua loja online com maior facilidade.
Já para despertar o sentido da audição é interessante elaborar uma estratégia de Music Branding. Incluído no marketing sensorial, esse recurso tem a capacidade de ciar um forte vínculo emocional entre a marca e seu público-alvo se utilizado da maneira adequada.
De acordo com Juli Baldi, sócia-fundadora da empresa Bananas Music Branding, utilizar a música para criar uma experiência sensorial e humanizada com os clientes gera uma forte identificação do público com a marca e contribui para aumentar o engajamento.
“Em um momento onde as marcas estão buscando construir relações mais duradouras e emocionais com os consumidores e onde o ponto de venda vem se tornando cada vez mais um ponto de experiência e encontro, adotar uma estratégia de Music Branding é um caminho para construir uma relação mais humana e direta com as pessoas”, afirmou Juli.
Quando você estimula o sentido da audição de maneira correta, o seu cliente tende a associar aquela música ou playlist à sua empresa.
Outro aspecto importante do Music Branding mencionado pela executiva é a capacidade de influenciar o comportamento das pessoas.
“Apesar de muito associado à construção de marca para o público final, uma estratégia de Music Branding pode ser muito efetiva na criação de uma experiência de endomarketing, conectando colaboradores e a empresa. Uma vez que a música tem influência direta no cérebro humano, regulando nosso humor, emoções, memórias e outras funções, o Music Branding pode ser usado não só para criar uma experiência de compra mais agradável, como também para influenciar a produtividade e o humor dos colaboradores”, explicou Juli.
É importante lembrar que para ter resultados satisfatórios na estimulação do sentido da audição, é essencial entender qual é o perfil do seu cliente e também suas preferências musicais.
O Spotify é uma plataforma inovadora que concentra um grande número de usuários jovens e engajados, que passam horas conectados à ferramenta. Por conta desses fatores, o Spotify tem chamado a atenção de muitas marcas e empresas.
Segundo Juli, o Spotify é uma opção interessante para as marcas, já que permite acompanhar o dia a dia do consumidor e é indicado para todo tipo de empresa. A fundadora da Bananas Music Branding, explica o porquê:
“As marcas não devem encarar o Spotify apenas como um canal de mídia, mas sim como um canal de relacionamento com o público em diferentes momentos, onde normalmente a marca não estaria inserida. Tendo uma boa estratégia, qualquer marca consegue transformar os momentos do seu consumidor em uma playlist relevante e emocionante”.
O fato é que, seja para ganhar mais visibilidade ou aumentar as vendas de alguma forma, é preciso ter uma estratégia clara e definida. Juli contou que ao longo de quase três anos que trabalha com o Spotify, ela já se deparou com muitas empresas que querem entrar na plataforma apenas para “marcar presença“.
“Com isso, o Spotify está se tornando um cemitério de playlists e canais de marcas abandonados, sem atualização e sem estratégia para ir além da campanha de lançamento do canal da marca na plataforma. São milhares de playlists com um número significativo de seguidores que estão abandonadas pois a marca não planejou o que fazer após os primeiros meses de lançamento do canal”, comentou a empresária.
Em relação aos tipos de campanha ou ação mais indicados para o Spotify, Juli destacou dois formatos. O primeiro é aquele que traz o consumidor para a conversa, colocando-o no centro da estratégia de Music Branding. Nesse caso o usuário pode participar ativamente do processo de construção das listas de músicas, seja por meio de playlists colaborativas ou pelos aplicativos, utilizando a API do Spotify. Já no segundo formato, a marca se apropria de um momento ou uma situação legítima e verdadeira com seu posicionamento e valores e entrega para o consumidor um conteúdo inédito, atualizado e de qualidade.
“Podemos citar o case de Ford Brasil, por exemplo, onde a marca construiu uma persona musical para cada um dos seus carros e, com isso, consegue além de traduzir em música a identidade de cada carro, criar um vínculo emocional super forte com os consumidores”, afirmou Juli.
Como vimos o marketing sensorial e Music Branding não estão restritos ao ambiente offline. Então, se você tem um site ou um e-commerce e quer criar um laço emocional e forte com seu cliente, investir nesses métodos pode ser uma boa opção!
*Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Analista de Conteúdo no Digitalks, também tem experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos mas, atualmente, seu foco é o Marketing Digital.
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