Quarta-feira, 06 de junho de 2018
As empresas que querem se inserir no processo de Transformação Digital de maneira efetiva precisam ir além da tecnologia. Manter o foco no consumidor, mudar o mindset e redefinir o papel da liderança são algumas das tarefas que essas organizações têm a cumprir. O Lean Summit 2018, que aconteceu na última terça-feira, dia 05 de junho, trouxe esses assuntos à tona.
“A grande mudança na sociedade não é tecnológica é o nosso comportamento como consumidores. Isso muda o jogo competitivo e as empresas se percebem slow by design”, afirmou Cesar Gon – Fundador e CEO da CI&T.
O termo Slow By Design foi criado por Eric Schmidt, CEO do Google, e define empresas desenvolvidas para serem confiáveis e capazes de evitar riscos e minimizar erros. Normalmente, a estrutura dessas organizações gira em torno de departamentos e é mais burocrática.
No passado, empresas que seguiam essa metodologia tinham sucesso, mas hoje estão obsoletas. Isso porque o comportamento do consumidor está em constante transformação e, para impactar o cliente com eficiência, as organizações precisam ser ágeis e construir seu portfólio centrado no consumidor.
Pensando nisso, a Coca-Cola criou um modelo de Transformação Digital no qual o consumidor é o elemento principal.
É evidente que o consumidor é uma peça importante no processo de Transformação Digital e já que ele precisa estar no centro das estratégias, muitas empresas têm adotado a filosofia Lean para adaptar seus modelos de negócios a essa nova realidade. O Lean parte do princípio que qualquer iniciativa deve ter como foco o consumidor final.
“Antes a obsessão das empresas era pela produção, agora a obsessão está no cliente e como se conectar às necessidades do seu cliente. Todo mundo está achando que tem que jogar mais tecnologia dentro das empresas, mais apps na mão dos seus consumidores, mas não podemos esquecer dos princípios Lean”, lembrou Cesar Gon – Fundador e CEO.
Na filosofia Lean é imprescindível criar valor para a audiência. Veja alguns princípios do Lean:
Para as empresas que querem se inserir no processo da Transformação Digital, utilizando o lean, Cecilio Cosac Fragas – Superintendente de Governança de Arquitetura, Processos e Práticas de TI do Itaú deu algumas dicas:
“Precisamos equilibrar a evolução tecnológica de plataformas e sistemas para ter uma visão única do cliente e reformular o modelo de trabalho, tendo uma equipe multidisciplinar que trabalhe de forma colaborativa. [Além disso], precisamos de um propósito, de um mindset, rever processos e capacitar profissionais”.
De acordo com o modelo idealizado por John Shook, Presidente do Lean Enterprise Institute e apresentado pelo Fundador e CEO da CI&T, para mudar a cultura de uma empresa é necessário promover mudanças no comportamento das pessoas, e isso se faz a partir de experiências.
Outra mudança que precisa acontecer é na questão da hierarquia Segundo Raoni Lotar, gerente de Marketing da Coca-Cola, os gestores precisam dar autonomia as suas equipes e deixá-las agir sem dar tantas ordens, preparando o time para ser autônomo.
Cecilio Cosac Fragas do Itaú também tem a mesma opinião sobre o assunto e finalizou o debate com essa afirmação:
“O papel da liderança é entender que ninguém é chefe de ninguém. Os times são multidisciplinares e perenes”.
Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Analista de Conteúdo no Digitalks, também tem experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos mas, atualmente, seu foco é o Marketing Digital.
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