Terça-feira, 18 de dezembro de 2018
Esse ano, discussões sobre as fake news estiveram presentes em muitas pautas de eventos e na mídia em geral. No Brasil não foi diferente e um evento em especial, as eleições de 2018, deixou ainda mais evidente que a sociedade brasileira precisa se preparar melhorar para combater esse tipo de notícia. O impacto das fake news no processo eleitoral foi um dos temas do evento “O poder do Digital nas eleições 2018: o que foi isso?”, promovido pelo Digitalks, que aconteceu ontem, dia 17 de dezembro em São Paulo.
Para falar sobre o assunto alguns especialistas subiram ao palco, entre eles Cristina Tardáguila, Diretora da Lupa, que é uma empresa especialista em identificar fake news.
Em sua apresentação, Cristina citou uma pesquisa que a Lupa fez em parceria com a UFMG na qual grupos públicos do WhatsApp foram monitorados durante o período eleitoral. Ao todo, eram 18 mil pessoas trocando mensagens.
“Fizemos uma leitura das imagens e selecionamos as 50 imagens mais compartilhadas no WhatsApp. Apenas quatro eram verdadeiras”, afirmou a Diretora.
Cristina ainda questionou a utilização da tecnologia de criptografia que impede que terceiros leiam mensagens privadas. “De que serve a criptografia de uma mensagem que foi compartilhada por uma massa muito grande da população?”.
O segundo a subir no palco foi Paulo Arruda, Diretor Comercial Digital na Kantar IBOPE Media. Segundo os dados da pesquisa apresentada por ele, e realizada pela Kantar IBOPE Media com 8000 pessoas em quatro países (Brasil, Inglaterra, EUA e França), s audiência está ávida por conteúdo de qualidade e quem mais se interessa por esse conteúdo é a população jovem.
“Essa população mais jovem quando precisa de informações confiáveis recorre à mídia tradicional de TV ou online como uma fonte fidedigna e verdadeira”, afirmou Arruda.
O estudo também demonstrou que 73% das pessoas acreditam que a saúde da nossa democracia depende dos jornalistas reportarem os fatos com exatidão. E que 44% dos jovens adultos estão receosos que algumas empresas de notícias possam sair do mercado,ocasionando em menos opções de fontes confiáveis para recorrer. Observamos aqui que o papel e a confiabilidade dos jornalistas ainda é algo bem relevante, por isso mesmo é que a imprensa está sendo mais questionada do que nunca.
Outro dado relevante para os veículos de comunicação constatado na pesquisa da Kantar, é que o consumidor está disposto a pagar para ter acesso a conteúdos online confiáveis, principalmente os jovens adultos.
Apesar desse contexto parecer positivo, as fake news ainda podem exercer muita influência sobre as opiniões dos cidadão, principalmente de pessoas mais leigas que não vão em busca de confirmar a veracidade da notícia. Não é à toa que a pesquisa da Kantar constatou que a maioria dos entrevistados considera que as fake news influenciaram e muito no resultado das eleições.
Diante disso, Cristina Tardáguila, Diretora da Lupa, reforçou a ideia de que precisam existir programas e cursos, parecidos com o da Lupa, que ensinem a população a identificar fake news e uma maior mobilização da sociedade quanto a isso.
Por fim , o Gerente de Opinião e Colunista do R7, Domingos Fraga, finalizou a discussão do tema enfatizando que os culpados também precisam ser punidos.
“A questão das fake news você resolve com a velha e boa punição: identificando quem produz e quem compartilha fake news. Responsabilizando os culpados. No Brasil, não tem uma punição mais concreta porque a nossa legislação é falha”, finalizou.
*Bianca Borges é formada em Comunicação pela Universidade Anhembi Morumbi. Jornalista e Analista de Conteúdo no Digitalks, também tem experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos mas, atualmente, seu foco é o Marketing Digital.
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