Quarta-feira, 05 de setembro de 2018
A transformação digital influencia todas as áreas do mercado. É preciso ter consciência sobre o que está mudando e ser crítico a respeito, pois uma nova estrutura de mundo exige que processos sejam revistos e atualizados. Foi assim que Martha Gabriel, especialista em Marketing Digital, e Walter Longo, publicitário, palestrante e autor do best-seller “Marketing e Comunicação na Era Pós-Digital: as regras mudaram” iniciaram um bate-papo durante a Expo Digitalks 2018.
“Sempre que uma nova era chega, dois sentimentos simultâneos dominam o mundo: o medo e a excitação. De certa maneira, com o digital não foi diferente. Contudo, agora estamos na era pós-digital, passamos do estado de excitação e medo. O que era novo tornou-se cotidiano”, disse o publicitário.
Pensando na atuação de líderes e gestores no mercado de trabalho e tendo como foco a obra escrita pelo convidado, Martha Gabriel questionou a respeito do que deve ser levado em consideração, hoje em dia, na contratação de pessoas. Longo disse que existem três características marcantes que determinam o sucesso e o insucesso das pessoas no mercado de trabalho: a curiosidade, o entusiasmo e o otimismo.
“O que eu aprendi, é claro que não sei se estou certo, é que mais importante que a ocupação da pessoa ou seu currículo, são as suas características”, explicou.
Contudo, Longo afirmou que o universo digital trouxe um retrocesso em relação a isso. Afirmando que a era pós-digital proporciona um relaxamento em relação à curiosidade, pois tudo está disponível e pode ser facilmente encontrado na internet. A memória, antigamente capaz de criar insights, encontra no celular um auxílio para armazenar toda a informação necessária. Mas a tecnologia não é capaz de relacionar informações.
Ainda assim, o publicitário confessa que sem a internet muitas dúvidas não poderiam ser respondidas, como quando indagou-se sobre como os trabalhadores, na época da Revolução Industrial, acordavam sem o auxílio de despertadores.
“Knocker-Up eram homens contratados para acordar os clientes no horário desejado”, sanou a dúvida do público presente.
Outro ponto forte do encontro foi a discussão a respeito da presença das minorias nas discussões sobre tecnologias, como Inteligência Artificial. “Falaram sobre o acesso às informações, sobre a necessidade de fazer com que todas as vozes sejam ouvidas, mas criam eventos inacessíveis. Quem hoje está discutindo a Inteligência Artificial?”, questionou Martha.
Em resposta, Walter Longo disse que a internet vem criando tribos:
“Teoricamente estamos sendo levados a aceitar as minorias e diferenças, mas, cada vez mais, as redes sociais estão indo contra isso, pois estamos recebendo mais daquilo que gostamos. Estamos cada vez mais certos da nossa certeza e não ouvimos o outro”, concluiu.
* Thais Lemes é formada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS MG. Assessora de Comunicação, com ampla experiência na área educacional, atualmente cursa pós-graduação em Marketing Digital, seu atual interesse.
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