Pesquisa mostra que 70% delas tiveram posições em conselhos em seus caminhos; para as diretoras, traçar este caminho beneficiou suas carreiras, ajudou a desenvolver habilidades de liderança e as preparou para gerenciar seus próprios conselhos de administração.

A participação das mulheres em cargos de Chief Executive Officer (CEO) tem sido cada vez mais expressiva no mercado, e escutar suas trajetórias para compreender seus papeis em cargos de liderança passou a ser essencial. A Korn Ferry, consultoria empresarial, realizou atualização do estudo “Women CEOs Speak” em parceria com a The Rockefeller Foundation, com 21 diretoras executivas acerca de suas carreiras e experiências, que foram essenciais para realizações pessoais. E revela que, embora muito progresso tenha sido feito, ainda há muito para ser alcançado.

As empresas das quais as CEOs entrevistadas fazem parte foram apontadas na lista Fortune 500, que elenca as maiores corporações dos nos últimos dois anos. Nesta edição do estudo, o número de mulheres ocupando cargos de direção em organizações da Fortune 500 foi de 15%. Já no último estudo realizado em 2017, apenas 6% dos CEOs eram mulheres. Um crescimento de 9% e em direção ao plano da The Rockefeller Foundation de ter 25% das mulheres como CEOs nas empresas presentes na lista americana até 2025.

O levantamento da Korn Ferry destacou três principais temáticas relacionadas ao papel das mulheres como CEOs:

1. Grande potencial, mas pouca aderência ao cargo de CEO

Muitas mulheres talentosas e de alto potencial não consideram a posição de CEO como opção para si mesmas, preferindo estar em cargos funcionais em vez de estar no comando de atividades que envolvem diretamente lucros e perdas, o que seria um caminho mais claro para uma posição de CEO. Mais da metade das entrevistadas disse que abraçar tarefas e projetos difíceis, entregando resultados além das expectativas, ajuda as mulheres a ganhar coragem, confiança e a visibilidade necessárias para impulsionar suas carreiras.

2. Mulheres transformando a cadeira de CEO

Lideranças tradicionais, baseadas em comando e controle, não estão trazendo os mesmos resultados de antes. Em vez disso, 60% das CEOs dizem que os líderes de hoje precisam ser mais colaborativos e empáticos, para criar organizações verdadeiramente diversas e inclusivas, que estimulem o talento dos integrantes do time em sua completude.

3. Experiência como caminho de ascensão

Para as CEOs entrevistadas, tornar-se parte de um Conselho desde cedo tem sido essencial para o sucesso como líder. 70% delas evidenciaram como a exposição de uma cadeira no Conselho beneficiou suas carreiras, uma vez que as ajudou a desenvolver habilidades de liderança, aumentar a visibilidade e as preparou para gerenciar seus próprios conselhos ao se tornarem CEOS. O estudo também mostra a variedade de caminhos que levaram mulheres à cadeira de CEO (desde engenharia, a vendas, direito e medicina).

Para Milene Schiavo, Senior Principal e Líder de DE&I da Korn Ferry Brasil, a diversidade de caminhos das mulheres até a cadeira de CEO é perceptível, mas novamente se confirma uma tendência maior de mulheres chegarem nessa posição vindo de carreiras STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática). “Se analisarmos o contexto, percebemos que uma coisa é comum: a liderança guiada por propósito e cheia de coragem, que é uma marca entre líderes radicalmente humanos”, pontua.

“Poucas mulheres atualmente dizem que tiveram que lutar mais que o normal pela cadeira principal, mas estavam conscientes o tempo todo de que ser uma CEO era uma possibilidade para elas, e assim, escolheram cargos e papeis ao longo de suas carreiras, que as preparariam para liderar em um nível corporativo. Além disso, em muitos casos elas dizem que foram assessoradas e guiadas por mentores e promotores internos para se tornarem CEOs e, mais importante, elas estavam altamente interessadas em serem vistas como CEOs e não como CEOs mulheres”.

Representatividade feminina nas organizações

O estudo traz conclusões chave para as organizações e para líderes mulheres. Para organizações, é recomendado promover uma cultura que encoraje o crescimento e desenvolvimento intencionais, e que dê suporte às mulheres conforme elas transitam entre áreas para ganhar uma melhor perspectiva empresarial. As oportunidades para as mulheres precisam evoluir de acidentais para sistemáticas.

Para as mulheres, é recomendado alavancar o networking e construir alianças. Também é essencial praticar o autocuidado, para expandir o impacto de sua liderança. De acordo com a Vice-presidente de Board e CEO Services da Korn Ferry, Jane Stevenson, “se vamos construir o futuro, nos apoiando no momento em que vivemos, as mulheres precisam começar cedo em suas carreiras a serem encorajadas e a receber oportunidades de desenvolvimento, para atingir as cadeiras mais altas do mundo corporativo”.

Para acessar a pesquisa, clique aqui.