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Como se tornar uma empresa líder no uso extensivo de dados?

Empresas que utilizam dados lucram 93% a mais do que aquelas que não os utilizam

Especialistas discutem a transformação dos negócios a partir dos dados e da Inteligência Artificial. Crédito Foto: Mauricio Santana

A ABRADi realizou, essa semana, um evento no Campus Google para discutir como as empresas podem transformar seus negócios com o uso de dados. O evento contou com palestra sobre o tema do presidente da ABRADi, Marcelo Sousa, que é diretor-executivo da Marketdata, empresa especialista em data-driven marketing. Posteriormente, foi realizado um painel de discussões com a presença do presidente e de Rodrigo Maruyama, superintendente de Data Science & Big Data para o Banco Santander, da executiva Karin Tamura, superintendente de Analytics da Marketdata e professora PhD em Estatística, além do presidente da ABRADi-SP, Daltro Martins, que é também diretor-executivo da RPMA.

Marcelo Sousa começou o evento mostrando o valor de uso extensivo de dados. Segundo o executivo, uma pesquisa da Mckinsey demonstra que as empresas que utilizam dados lucram 93% a mais do que aquelas que não os utilizam, vendem 82% a mais, crescem em vendas 112% a mais do que as outras e apresentam um ROI 115% superior. O presidente da ABRADi e diretor-executivo da Marketdata explicou que as empresas que são líderes nesse mercado apresentam em comum três características chaves:

  • Uma alta gerência comprometida e que toma decisões baseada em dados;
  • Uma cultura analítica a respeito do uso desses dados;
  • Seus benefícios e foco em uma competência definida.

Para o presidente da ABRADi, “uma empresa ‘data-driven’ possui uma gestão baseada em fatos, feita por pessoas que fazem uso extensivo dos dados. Na empresa, todos têm fácil acesso aos dados no momento em que precisam, para tomar as melhores decisões”, afirmou.  Em sua palestra, Sousa destacou quatro pilares que considera essenciais para transformação digital: a estratégia (definir em que a empresa será melhor com o uso de dados), os dados e tecnologia, os processos e as pessoas. “A maioria das empresas já possui muitos dados, a grande dificuldade hoje é ter pessoas que saibam transformar os dados em informações úteis para inovar e melhorar os negócios”, enfatizou.

O superintendente Data Science & Big Data para o Banco Santander, Rodrigo Yuji Maruyama, ressaltou que, mesmo que os gerentes tenham mentalidade voltada ao uso dos dados, não há como seguir adiante sem um board que tenha a compreensão do valor dos dados. Ele afirma que a tecnologia e a usabilidade são áreas que precisam trabalhar em conjunto dentro das empresas. “UX e TI precisam se unir, pois a tecnologia precisa ser implementável na prática e dar resultado”, afirmou.

Para a PhD em Analytics, o desafio está na composição da equipe que vai extrair os dados. “É necessário ter uma equipe multidisciplinar na empresa, pois somente o estatístico não dá conta de todos os conhecimentos que muitas vezes são necessários. Em alguns casos é preciso de disciplinas da Computação, da Neurociência, da Engenharia de Sistemas e de Negócios entre outras. Não há uma formação que consiga entregar tudo o que o mercado exige hoje em dia”, declarou Karin Tamura.

Durante o painel, os executivos também discutiram como a Inteligência Artificial entra no mundo de dados. Segundo eles, a Inteligência Artificial vai estar em tudo nas funções repetitivas e racionais. Essas serão substituídos por IA. Já estão sendo…

“Ainda que tenhamos funções sendo substituídas, é papel de consultor saber como a IA será utilizada. Um bom exemplo foi o uso em uma seguradora de algoritmo de IA para reconhecer por meio de uma foto do carro batido que peças serão necessárias para a troca e qual será o orçamento dessas peças para o avaliador. Com o uso desse algoritmo, o processo passou a ser metade do custo de avaliação em relação ao que era”, contou Marcelo Sousa.

Karin Tamura explicou que, atualmente, o processamento de linguagem natural já é feito por IA, o reconhecimento da fala pela máquina e que a IA já está em boa parte de coisas que utilizamos. O presidente da ABRADi-SP, Daltro Martins, que moderou o painel, logo questionou: “Se a IA já está aí e já estamos com ela, será que IA vai tirar o emprego das pessoas?”. Marcelo Sousa respondeu:

“Continuaremos precisando das pessoas tecnicamente bem-formadas. A IA replicará tanto os acertos quanto os erros. Esses profissionais que entendem de IA e têm noção de negócios de como utilizar os dados serão cada vez mais importantes. Em relações de trabalho vamos precisar entender para saber o que pedir. Se pedir errado para a IA, não será bom. IA é uma regra, como uma receita de bolo, que diz que a partir de uma determinada condição, algo vai acontecer. Hoje também, todos os algoritmos de IA são especialistas e resolvem somente um pedaço de alguma coisa, não conseguem ter a percepção do todo. Não existe uma inteligência artificial genérica. Isso ainda está longe de acontecer. Existe até uma promessa sobre isso, mas não existe”, concluiu o presidente da ABRADi.

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