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Pesquisa inédita revela como C-Levels brasileiros utilizam dados para tomada de decisão

Foram realizadas 800 entrevistas online com gerentes, diretores, C-levels e presidentes de empresas com 50 funcionários ou mais em todo o país

 

Imagem: gráficos em barra e circular coloridos com uma caneta prata entre eles.

Quanto maior a empresa, maior a utilização de dados na tomada de decisão. Contudo, a ferramenta escolhida para a elaboração dos dados e as áreas que demandam mais informações diferem bastante e demonstram que muitas organizações podem estar trabalhando com o ‘achismo’.

Essas informações fazem parte da pesquisa inédita sobre  Como utilizar dados para tomada de decisão, apresentada com exclusividade durante um painel no Digitalks Executive by PwC, no dia 24 de abril, em São Paulo, que contou com a participação de Edu Neves, do Reclame Aqui, Felipe Schepers, da Opinion Box, Gabriela Manzini, do Digitalks, João Ciaco, ex-FCA (Fiat Chrysler Automotive), e Reinaldo Nogueira, da BSP (Business School São Paulo), do grupo Anhembi Morumbi.  

A pesquisa realizada pelo Digitalks, em parceria com o Opinion Box, foi composta por 800 entrevistas online com gerentes, diretores, C-levels e presidentes de empresas a partir de 50 funcionários em todo o país.

Segundo Felipe Schepers, COO do Opinion Box, entre os desafios levantados na pesquisa estão a implantação de uma cultura de trabalhar com dados nas empresas, deixando de lado o achismo, além de avaliação e testes frequentes dos dados recebidos. “Sozinhos, sem uma avaliação mais profunda, os dados não dizem nada. Também é preciso saber quais são mais relevantes ou fundamentais, abordá-los por vários aspectos diferentes e testá-los com frequência, sempre pensando no futuro da empresa”, esclarece Felipe.  

Na pesquisa, as áreas administrativas (58%), de vendas (47%), de TI (41%), de operações (38%), de produtos (33%) e marketing (33%) são as que mais fazem relatórios, com frequência diária (36%), semanal (44%), mensal (16%) e até a cada três meses ou com menor periodicidade (4%).

O uso de Excel varia de acordo com o porte da empresa, sendo 75% de utilização em empresas com 50 a 99 funcionários, 77% entre 100 a 499, 64% entre 500 e 999, e 61% a partir de 1.000 colaboradores. Enquanto 71% dos entrevistados utilizam o Excel, 22% adotam o Google Data Studio, 20% empregam outras ferramentas de BI, 17% o Google Sheets, 16% Power BI, 8% Tableau, 4% não souberam responder enquanto 2% utilizam outras.

 

Sua empresa tem muitos, poucos ou nenhum dado?

Os entrevistados foram questionados sobre o volume de dados que suas empresas têm de cara área. 76%  das empresas consideram ter muitos dados da área de vendas. Em seguida vem os dados de produção, gerados em grande volume em 72% das empresas. Dados sobre o mercado em geral e sobre a satisfação do cliente empatam em terceiro lugar, com 61%. Em menor volume as empresas também têm muitos dados sobre comportamento do consumidor e sobre a satisfação da equipe (57% cada), seguidos pelos dados sobre a concorrência (52%) e as buyer personas da empresa (40%).

No tocante a dados X decisões, as empresas que utilizam dados para basear suas decisões as tomam de forma mais inteligente segundo 82% dos entrevistados. No entanto, 75% gostariam que a empresa utilizasse mais dados para tomar decisões e 36% têm dificuldades em acompanhar relatórios de dados e métricas, o que demonstra que, na prática, boa parte das empresas se consideram data-driven, mas não necessariamente o são de fato, segundo explicou Schepers

Entre os principais desafios apontados pelas organizações, 22% esperam encontrar profissionais qualificados em análise de dados, 19% querem manter a periodicidade de atualização, 18% pretendem implantar uma cultura de gestão de dados, 14% pretendem coletar dados de forma sistemática, 12% querem aprovar orçamento para contratar ferramentas, 9% gostariam de compreender os dados coletados, 5% acreditam não ter desafios e 1% não vê importância nisso.

Durante o painel, após a apresentação da pesquisa, Edu Neves, do Reclame Aqui, disse que a pergunta errada resulta em dados errados, ou seja, o problema pode ser o viés. “É preciso ser outsider. Embora os dados sejam coletados por ferramentas, devem ser vistos e avaliados por seres humanos”, concluiu.   

Para João Ciaco, que recém saiu da FCA, o desafio é trabalhar modelos e processos em tempo real e também tomar decisão dessa forma. “Como a quantidade de dados é muito grande, o que faz a diferença é a agilidade. Mais do que isso, tem que ter olhar crítico com tudo que recebe. Os desafios são a quebra de paradigmas e a geração de novos pensamentos e dados para ter resultados”, conclui.

Reinaldo Nogueira, da BSP, acredita que o profissional ficou hermético. “É fundamental saber qual é a pergunta de negócios que tem que ser respondida, entender exatamente o que se quer e não esperar que o time de dados resolva. As pessoas querem muito estar lá na frente, mas quando olham internamente descobrem que a empresa ainda está no ambiente 1.0, o que acontece em várias empresas de diferentes segmentos em todo o mundo”, completa.  

Para finalizar, Gabriela Manzini, do Digitalks, esclareceu que os dados trazem informações para balizar decisões, mas a empresa tem suas raízes, sua linha de atuação e precisa se pautar também por tendências sociais e de mercado por isso os dois pilares (Dados e Tendências) têm que andar juntos, sempre pensando a longo prazo.

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