quinta-feira, 08 de março de 2018
O Brasil subiu quatro posições em ranking global que avalia as políticas relacionadas à computação em nuvem de 24 nações, líderes no mercado de TI. O país saltou do 22º lugar, em 2016, para o 18º na edição deste ano do estudo “Tabela de Desempenho Global sobre Computação em Nuvem”, conduzido pela BSA| The Software Alliance, a principal defensora global do setor de software perante governos e no mercado internacional. Apesar do avanço brasileiro, a pesquisa revela, porém, que o ambiente legal e as regulamentações do país para o Cloud Computing ainda limitam inovações.
O levantamento da BSA é feito a partir de metodologia que reflete as políticas que contribuíram para o crescimento da computação em nuvem nos últimos cinco anos, especialmente as ligadas às leis de privacidade e segurança cibernética, além de infraestrutura de banda larga.
“O Brasil conseguiu melhores notas em segurança e infraestrutura, com avanços significativos em liberdade da internet”, conta o country manager da BSA no Brasil, Antonio Eduardo Mendes da Silva, conhecido no mercado como Pitanga. “Mas ainda estamos lutando para implementar uma política que fomente o desenvolvimento da computação em nuvem. Ainda não temos uma legislação específica sobre privacidade e temos falhas na proteção à propriedade intelectual”, explica. Para ele, apesar das tendências positivas, ainda há espaço para melhorias. Ele também explica que o avanço do país no ranking se deve muito mais a uma mudança na metodologia do estudo para refletir as mudanças do mercado de nuvem do que a melhoras significativas nas políticas públicas e infraestrutura local.
Ainda segundo o estudo, a maioria dos países continua promovendo melhorias em suas infraestruturas e políticas públicas, mas alguns mercados estão mais atrasados. A Alemanha foi a economia mais bem avaliada graças às suas políticas nacionais de segurança cibernética e à promoção do livre comércio. Ela é seguida de perto pelo Japão e pelos Estados Unidos, segundo e terceiro lugares, respectivamente. Na lanterna, estão Rússia, China, Indonésia e Vietnã, que contam com abordagens de cloud que vão na contra mão da tendência internacional, limitando a livre circulação de dados.
“O objetivo deste ranking é fornecer uma plataforma de discussão entre formuladores de políticas e provedores de serviços em nuvem. Este diálogo pode ajudar a desenvolver um regime internacional comum de leis e regulamentações que facilitem a computação em nuvem”, completa Silva. Para ele, os cidadãos e empresas de países que adotam o livre fluxo de dados estabelecem soluções de segurança cibernética de ponta, protegem a propriedade intelectual e mantém infraestrutura de TI continuarão a colher os benefícios da computação em nuvem.
“ O estudo também é uma ferramenta que pode ajudar os países a autoavaliarem suas políticas e determinarem os próximos passos para aumentar a adoção da computação em nuvem”, comenta a presidente e diretora geral da BSA | The Software Alliance, Victoria Espinel,. “A computação em nuvem abre caminho para maior conectividade e inovação”, adiciona.
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