Quinta-feira, 06 de setembro de 2018
Experiência e tecnologia, essas são duas palavras que estão cada vez mais presentes no dia a dia dos profissionais de marketing digital. Proporcionar uma boa experiência para o cliente tornou-se algo essencial, já faz algum tempo, e as tecnologias por sua vez agregam valor à essa experiência. Mas o que muitas pessoas esquecem é que além dos recursos tecnológicos, o relacionamento com o cliente também é essencial para promover uma boa experiência e que as redes sociais são veículos de comunicação extremamente relevantes para ajudar a sua empresa ou marca nessa tarefa. Para explicar a real função e importância das mídias sociais no mundo dos negócios, o Fundador do Orkut esteve presente no Expo Digitalks 2018.
Em sua palestra, o programador e empreendedor turco, Orkut Buyukkokten, falou um pouco sobre o desafio de estabelecer uma conexão real com as pessoas pelas mídias online. Como o criador de uma das plataformas pioneiras de redes sociais, contou que sempre esteve fora dos padrões que a sociedade impõe e, por não ter tido uma jornada fácil para se integrar com pessoas, resolveu facilitar essa jornada para outras pessoas.
No início de sua palestra, o Orkut comentou sobre o paradoxo das redes sociais:
“As redes sociais foram criadas para conectar uns aos outros, mas o que elas fizeram, ao invés disso, foi nos levar ao desespero”.
Para o fundador do Orkut, essa tecnologia, se não usada da maneira correta, exerce a função de nos desconectar do mundo e consequentemente das pessoas. “É fácil perceber como as redes sociais fazem parte desse problema [solidão]. As pessoas estão focadas em seus smartphones e evitam os outros indivíduos”, afirmou.
Em uma pesquisa recente, com 20.000 americanos descobriu-se que mais da metade deles se sentia só.
Essa mesma pesquisa mostrou que essa sensação de solidão, que tem aumentado, atualmente, impacta a saúde dos indivíduos. Além disso, as redes sociais são uma grande parte do problema. Pessoas que passam mais de duas horas por dia nas mídias sociais tendem a se sentir isoladas.
Apesar dessa evidência negativa, a boa notícia é que esse cenário ainda pode ser modificado.
“Eu acredito, do fundo do meu coração, que nós podemos sim se sentir preenchidos e fazer conexões significativas nas redes socias”, comentou Orkut.
De acordo com o engenheiro e empreendedor turco, as mídias sociais têm o poder de modificar o mundo.
“Usando essas plataformas, as pessoas fazem amigos e até formam família. Elas não apenas partilham suas ideias online, mas se organizam, começam a lutar por justiça, a se unirem por uma causa. Mas as pessoas também começaram a fazer aquilo que fazem naturalmente…se comparar uma com as outras”.
Para o fundador do Orkut, um dos poderes do ser humano é estar conectado e as redes sociais precisam ser o lugar, no qual o usuário possa agir verdadeiramente, ou seja, ser ele mesmo. Assim como as pessoas físicas que acessam as diversas mídias sociais diariamente, as empresas e marcas também precisam agir como realmente são nesse ambiente. Não adianta tentar pregar a sustentabilidade, por exemplo, se sua marca não toma o cuidado de ser sustentável na hora de produzir seus produtos.
O Orkut também ressaltou que as redes sociais têm haver com interesses comuns paixões e devem fazer com que as pessoas se conectem também vida real. Ele afirmou:
“Eu observei que as conexões da vida real não surgem de conexões online, elas se originam a partir das conversas que nós temos na vida real, cara a cara”.
Baseado nesse princípio de criar conexões mais profundas entre as pessoas, o Orkut desenvolveu a Hello, uma nova rede social com design mais voltado para as necessidades humanas. A ideia do nome dessa plataforma, que também está disponível no Brasil, se deu devido ao fato que a palavra Hello ser a mais utilizada, universalmente, para começar relacionamentos e conversas com qualquer pessoa.
No final de sua apresentação, o Orkut salientou que tanto as pessoas como marcas e empresas ainda precisam aprender a utilizar a tecnologia de maneira certa.
“A tecnologia não pode nos salvar da solidão. Ela não é sagrada, é uma utilidade e não um objeto de adoração”, finalizou.
*Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Jornalista e Analista de Conteúdo no Digitalks, também tem experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos mas, atualmente, seu foco é o Marketing Digital.
*Fotos de Guilherme Ramos
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