Quinta-feira, 26 de julho de 2018
No universo online todos nós nos tornamos grandes contadores de histórias. Basta acessar a timeline das suas redes sociais e certamente irá se deparar com textões, fotos, postagens e vídeos que carregam uma narrativa recheada de acontecimentos, aventuras e informações.
Ao narrarmos histórias, mesmo se fantasiosas ou fictícias, podemos descobrir nossas próprias versões, e assim nos aproximamos de quem realmente somos. O jeito que nós nos definimos é determinado pelas histórias que nós contamos.
Com o surgimento de novas plataformas, o foco se redirecionou para quantas curtidas, compartilhamentos e seguidores temos e as histórias reais de quem somos, queremos ser, no que acreditamos, nas paixões que carregamos ficou de lado, pois estamos obcecados com o que os outros pensam de nós.
Quando somos jovens, nossas histórias permanecem não escritas: não temos personagens nem enredo, o que não é de surpreender, pois é muito mais fácil conhecer pessoas, buscar paixões e tentar coisas novas quando somos crianças do que quando nos tornamos adultos.
Todos nós nascemos em um conjunto único de circunstâncias – amigos, familiares, vizinhos, fatores geográficos – muitas variáveis que não controlamos, mas que têm imenso impacto sobre quem nos tornamos como adultos e as histórias que contamos depois.
Quando crescemos, somos instruídos sobre como o mundo é e somos informados sobre como nossas vidas devem ser. Nós devemos obter um diploma universitário, aspirar por uma boa família e economizar para a aposentadoria. Tudo o que aprendemos a chamar de “nossa vida”, foi escrito por outra pessoa, moldado pelo ideal de uma outra pessoa.
Contamos histórias de amor para nos lembrar das paixões que muito já desapareceram. Contamos histórias de perda para que possamos desenvolver nossa capacidade de empatia e compaixão. Contamos histórias de aventura para trazer empolgação para nossas vidas.
“Você é gay ou apenas europeu?” escutei incontáveis vezes quando as pessoas tentavam me encaixar em algum padrão e por fim, me entender e então contar a minha história da perspectiva delas. Curiosamente, só fui me dar conta que eu era gay e europeu depois de um tempo morando nos EUA.
Estamos perdendo a nossa capacidade de contar novas histórias e criar nossos próprios destinos. Aquelas histórias com finais felizes que sonhamos quando crianças, muitas vezes parecem perdidas ou impossíveis de serem contadas depois da negligência, da indiferença, da dor, do sofrimento e do coração partido que a maioria de nós experimenta na vida adulta. Percebemos que o mundo está cheio de ambiguidades, e que as coisas não são o que parecem. E então percebemos os riscos e perigos de contar a nossa própria história.
O que fazemos então? Acabamos escrevendo nossas histórias de uma maneira que não vem do coração. A vida se torna um roteiro cansativo. Todos nós queremos nos conectar com outras pessoas através de histórias. Todos queremos fazer parte de uma história que é maior do que nós e, ao mesmo tempo, queremos poder escrever nossa própria história.
Se eu te der uma página em branco, um espaço para você compartilhar suas alegrias, paixões, dificuldades e sucessos da sua vida com os outros sem pretensão e julgamento. Que história você contará?
* Orkut Buyukkokten é um conhecido empreendedor social(criador da rede orkut.com) e também fundador da empresa Hello que possui sede em São Franscisco, Califórnia.
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