Terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
Apesar da atual situação econômica do país, o e-commerce nacional fechou o ano de 2016 com um total de R$ 44,4 bilhões no seu faturamento, registrando um crescimento de 7,4% em relação a 2015. Segundo o 35°WEBSHOPPERS, relatório divulgado pelo Ebit na última quinta-feira (16), o número de consumidores ativos também apresentou alta, passando dos 39 milhões em 2015 para 48 milhões em 2016.
Enquanto o comércio eletrônico conseguiu aumentar as vendas, o varejo físico encolheu 10% nos últimos dois anos, de acordo com o IBGE. Esse dado mostra que os consumidores estão migrando do ambiente offline para o online, e um dos fatores responsáveis por essa mudança é o aumento do uso dos dispositivos móveis.
Segundo o WEBSHOPPERS, houve um crescimento de 84% nas compras realizadas através de dispositivos móveis. Em 2015, o total das aquisições via mobile era de 12% e, no ano passado,esse número chegou a 21,5%.
“Esse aumento está relacionado à participação do público feminino, que compra mais por meio dos dispositivos móveis. Em 2016, 75% das compras foram realizadas por mulheres. Elas são mais incisivas do que os homens nesse ponto”, afirmou o CEO da Ebit, Pedro Guasti.
É fato que o consumidor está conectado 24 horas por dias ao seu smartphone, por isso as empresas, principalmente as de e-commerce, precisam investir em melhorar a experiência do cliente nesse ambiente, criando sites responsivos, de fácil navegação e carregamento rápido.
Em 2017, assim como no ano passado, as perspectivas para o e-commerce são otimistas. É esperado um crescimento de 12% no setor e um faturamento de quase R$ 50 bilhões. Confira quais são as principais tendências para o setor este ano:
Em relação às compras por meio de dispositivos móveis, a previsão para este ano continua positiva. De acordo com o Ebit, a representatividade dessas transações pode chegar a 32% até dezembro.
Outro fato ao qual se deve olhar com atenção é a redução da oferta de frete grátis que, apesar de ser um grande chamariz para os consumidores, desde 2014, tem sido abandonada pelos varejistas. Segundo os dados do 35° WEBSHOPPERS, 61% das compras online foram realizadas com frete pago e essa tendência vai se intensificar ainda mais neste ano.
Em função da instabilidade do mercado econômico brasileiro, é possível notar que a forma de pagar pelas compras está sofrendo alterações. Os varejistas estão incentivando pagamentos em parcelas únicas e os clientes, por sua vez, parecem acatar essa sugestão. Em 2016, 42% optaram por pagar suas compras à vista. Esse número representa um leve aumento em relação ao ano anterior, no qual a porcentagem era de 39%.
As datas sazonais, como a Black Friday e o Natal, estão ganhando cada vez mais relevância. Em 2016, o faturamento da Black Friday cresceu 17% em relação a 2015, fechando em R$1,9 bilhões, somente nas 24 horas do dia 25 de novembro. Em 2017, as lojas de comércio online devem investir ainda mais em estratégias criativas de vendas para essas épocas.
Os e-commerces brasileiros também devem se preocupar com a concorrência internacional. O relatório estima que, em 2016, 21,2 milhões de pessoas fizeram compras em sites fora do Brasil. Esse número representa 53% dos consumidores e a tendência é que, para 2017, 59% dos clientes façam compras em sites estrangeiros.
Diante disso, torna-se evidente que os donos de comércio eletrônico no Brasil precisam se esforçar ainda mais para conquistar o seu público-alvo.
Investir em categorias de nicho e produtos exclusivos também pode ser uma boa aposta para os pequenos e médios varejistas. “Se você lançar um e-commerce para vender celular, é óbvio que você terá muitos concorrentes e de grande porte. Por isso, acredito que produtos de nichos e exclusivos são as grandes oportunidades do mercado”, conclui André Dias, COO do Ebit.
* Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi, trabalhou na Investe São Paulo com assessoria de imprensa e, hoje, atua na equipe de Conteúdo do Digitalks.
Comentários