Pesquisa da Quod em parceria com a GS&MD Gouvêa de Souza aponta que consumidores também estão abertos a compartilhar dados se obtiverem serviços relevantes em troca

A aplicação da transformação digital já é uma realidade para muitas empresas e, em meio às mais diversas formas de comunicação, ganhar a atenção de consumidores ainda é um desafio a ser superado. Segundo a pesquisa “Hábitos e Preferências dos Consumidores”, conduzida pela Quod junto à GS&MD Gouvêa de Souza, os hábitos da população indicam que, cada vez mais, a comunicação eletrônica e o compartilhamento de dados são caminhos a serem seguidos.

Para a maioria dos consumidores entrevistados (57%), sobretudo aqueles na faixa de 25 a 34 anos, os meios eletrônicos são atualmente os mais efetivos para comunicação com as empresas.

De acordo com o levantamento, plataformas de serviços e redes sociais vêm sendo amplamente utilizadas por esses consumidores, que compartilham dados em troca de serviços como análise de crédito, proteção contra fraudes e ofertas segmentadas. Dentre os entrevistados, 69% utilizam e continuarão utilizando essas plataformas para fornecer seus dados. Já entre aqueles que afirmam não utilizar esses canais (12%), todos têm intenção de começar a utilizá-los, sendo uma parcela significativa deles (21%) com mais de 55 anos de idade.

Quando questionados sobre os dados que estariam dispostos a compartilhar para obter uma avaliação de crédito melhor, por exemplo, 34% compartilhariam informações do cartão de crédito, seguidos por biometria facial (26%) e dados de utilização de celular (25%).

Por outro lado, para se proteger contra fraudes, esses mesmos consumidores compartilhariam biometria facial (42%), localização via celular (26%) e informações do cartão de crédito (25%). Já quando se trata de receber ofertas de produtos e serviços personalizadas, os entrevistados concordam em compartilhar dados de navegação na Internet (30%), comportamento nas redes sociais (24%) e dados de utilização de celular (24%).

Cadastro Positivo e Educação Financeira

A pesquisa revelou também que o desconhecimento em relação a temas como o Cadastro Positivo ainda é alto, mas a parcela de consumidores que conhece o projeto afirma ter boas expectativas. Enquanto 23% dos pesquisados afirmaram conhecer e acreditar no Cadastro Positivo como uma forma de melhorar e ampliar o acesso ao crédito no país, 41% nunca ouviram falar sobre o tema.

“Quando analisamos os hábitos e opiniões dos consumidores, notamos que ainda há uma jornada a ser percorrida para mudar algumas percepções que, devidamente esclarecidas, podem beneficiar milhares de pessoas. O Cadastro Positivo, por exemplo, permite que o consumidor seja recompensado ao ter um comportamento responsável”, afirma Rodrigo Abreu, presidente da Quod.

Na mesma linha, questionados sobre as ferramentas de educação financeira disponíveis atualmente, 34% dos entrevistados consideram que, embora exista muito conteúdo, sua utilização não se reflete em obtenção de benefícios, seguidos por 30% que apontam faltar conteúdo adequado.

Ainda segundo o levantamento, a grande maioria da população consultada (52%) acredita que uma plataforma colaborativa despertaria maior interesse por educação financeira. Já 16% dos entrevistados afirmaram não ter qualquer interesse pelo tema.

A pesquisa foi conduzida em território nacional com 1.000 consumidores acima de 18 anos, sendo a maior parcela deles representante das classes B (33%) e C (47%) e das regiões Sudeste (44%) e Nordeste (23%).