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Digital Disruption: prepare a sua empresa para a era digital

O foco da inovação disruptiva está em estratégias que criam novos modelos de negócio a partir de tendências digitais

 

*Por Bianca Borges

 

 

A transformação digital, assunto muito discutido atualmente em diversas empresas dos mais variados setores, acarreta mudanças tanto tecnológicas, como culturais e altera também processos e estruturas de negócios nas organizações.

De acordo com acadêmicos e sócios da Innovative Management Partner (IMP) e da Mirow & Co, que são autores do livro “Digital Disruption – Como preparar sua empresa para a era digital”, publicado primeiramente na Alemanha e agora também disponível no Brasil através da  Autografia (editora), grande parte das empresas anseia se digitalizar para aumentar a eficiência nos processos internos e melhorar seu desempenho, porém, esquecem que o cerne da inovação disruptiva está em estratégias que criam novos modelos de negócio a partir de tendências digitais.

Para Felipe Diniz, um dos organizadores da edição do livro Digital Disruption em português, estamos vivendo em uma era que tudo pode ser digitalizado, e realmente está sendo.

“(…) A digitalização acontece em diferentes níveis. Se inicia com o desenvolvimento de produtos e serviços digitais – o Ipad e os smartphones já são nossos velhos conhecidos. Até mesmo produtos triviais, como uma bola de futebol, tornam-se digitais (um sensor integrado capta dados e fornece um feedback através de um aplicativo sobre a intensidade do chute, a trajetória da bola, seu giro, sua velocidade etc.). A digitalização de produtos gera potenciais de diferenciação – no entanto, apenas no curto prazo. Em seguida é importante buscar eficiência e digitalizar e automatizar processos (…)”, explicou Dinzi durante entrevista exclusiva para o Digitalks .

 

Usando tecnologias para otimizar processos

Quando se trata de automatizar processos, tecnologias como big data, internet das coisas e inteligência artificial facilitam uma produção autônoma que pode acarretar redução de custos.

Dinzi afirmou que a combinação de big data com modelagens estatísticas sofisticadas já está influenciando muitas áreas. Ele deu alguns exemplos:

  • E-commerce e inteligência de mercado, incluindo sistemas de recomendação, monitoramento e análise de mídias sociais, métodos de crowdsourcing;
  • E-government e Política 2.0, tornando. processos políticos mais transparentes e participativos e permitindo a “mineração” de opiniões;
  • Ciência e tecnologia, viabilizando a captura, análise e visualização de dados de diferentes fontes e disciplinas, e o desenvolvimento de novos métodos de análise de dados e algoritmos;
  • Saúde e bem-estar, com a utilização de big data dos pacientes e métodos estatísticos para suportar diagnósticos e prescrições;
  • Segurança, incluindo prevenção preditiva do crime e terrorismo.

 

Apesar desse progresso, o organizador do livro Digital Disruption, alertou:

O alcance dessas tecnologias não atingiu todo o seu potencial. Muitas empresas e governos ainda não lidam com o tema da digitalização de forma adequada. Não dedicam tempo suficiente a essa questão, não tem uma estratégia estruturada de digitalização, e deixam o tema restrito a um grupo específico longe da liderança da organização. A digitalização requer disciplina e governança. As iniciativas digitais, incluindo aí o uso de big data e inteligência artificial, devem estar alinhadas com a estratégia da empresa e devem ser desenhadas para atender a uma finalidade específica, gerando valor para as organizações no ritmo certo”.

Outro fator importante a ser considerado aqui é que não adianta as empresas utilizarem esses recursos tecnológicos para otimizar processos se também não houver uma reflexão sobre como proporcionar uma experiência diferenciada para os seus clientes.

 

Cases de transformações digitais de sucesso

A transformação digital não é um processo fácil, mas se bem planejado e estruturado, proporcionará bons resultados para as empresas. Alguns cases de sucesso que aparecem no livro “Digital Disruption – Como preparar sua empresa para a era digital”, foram citados por Dinzi durante a entrevista para o Digitalks, entre eles:

Magazine Luiza: é uma empresa que tem demonstrado grande capacidade de repensar seu negócio. Em 1992, criou o primeiro formato de venda eletrônica no Brasil, apenas dois anos após a criação da World Wide Web. A experiência pioneira da Magazine Luiza foi em terminais eletrônicos que não possuíam conexão com a Internet, mas que permitiam fazer compras sem a necessidade de produtos em exposição ou mesmo estoque. De lá para cá, a evolução digital transformou em e-commerce o negócio de vendas online e a Magalu tornou-se um dos maiores players nessa área. No final de 2017, o e-commerce já representava cerca de 33% das vendas da empresa.

Gympass: outras várias empresas brasileiras conseguiram criar modelos de negócios que só são viáveis justamente por utilizar novas tecnologias digitais. A Gympass, fundada em 2012, abre as portas de milhares de academias para potenciais usuários, que podem comprar diárias avulsas, pacotes personalizados ou planos mensais. O modelo de negócio, é uma plataforma, que basicamente conecta alunos de mais de 700 modalidades esportivas a academias e ginásios, ganhando uma comissão sobre o gasto de cada usuário.

GuiaBolso: uma das principais fintechs brasileiras, oferece um serviço gratuito de controle financeiro pessoal. A empresa desenvolveu um aplicativo que acessa diretamente os dados bancários de seus usuários e classifica cada um de seus gastos, gerando transparência sobre o destino do dinheiro e poupando tempo com anotações de gastos e lançamentos manuais em planilhas. Como isso a empresa teve acesso a milhões de usuários para quem pode oferecer uma gama de produtos e serviços financeiros.

 

Tendências da transformação digital

Entre as tendências da transformação digital das empresas aparecem a Economia Grátis e a Produção Personalizada e Descentralizada. Felipe Dinzi forneceu mais detalhes sobre cada uma delas.

Segundo ele, a digitalização reduziu significativamente custos e a abriu espaço para a criação novos modelos de negócio, permitindo a criação de empresas que oferecem serviços teoricamente grátis.

“Facebook e Google seguem esse caminho. O uso é grátis. Paga-se, na verdade, com outra moeda, com dados e com propaganda consumida pelo usuário. O canal Porta dos Fundos é um bom exemplo brasileiro da “economia grátis”, Criado por um grupo de amigos insatisfeitos com a falta de liberdade criativa da TV brasileira, o canal publica gratuitamente 2-3 vídeos curtos por semana no Youtube., Em 2017, o canal atingiu a marca de 1,9 bilhões de visualizações e mais de 13 milhões de assinantes, tornando-se um fenômeno da Internet brasileira e um dos maiores do mundo. Além do faturamento por número de visualizações no YouTube, o grande sucesso dos vídeos atraiu vários anunciantes e patrocinadores: marcas como Spoleto, Ambev, Ipiranga, Dorflex, TAM, Danette”.

 

A produção personalizada e descentralizada também é originária da era digital.

“(..) Há cerca de 15 anos, é possível observar uma crescente regionalização e personalização dos produtos. O desenvolvimento de tecnologias como inteligência artificial aliado ao uso de big data permite um entendimento profundo dos desejos e demandas dos consumidores. Ao mesmo tempo, a digitalização e automação de processos industriais facilita a produção personalizada, a entrega de produtos diferentes para cada cliente. Um impulsionador importante da personalização e da regionalização da produção é a impressão 3D. Ela transforma consumidores em produtores. Além da utilização de softwares, a impressão 3D não demanda nenhuma habilidade especial. Como muitos designs e modelos de impressão estão disponíveis ou tem código aberto em comunidades online, a impressão 3D estimula a democratização, a personalização e a regionalização da produção”, explicou Dinzi.

 

Dicas para se adaptar à nova economia digital

No final da entrevista, Felipe Dinzi listou algumas iniciativas capazes de ajudar as organizações a serem bem-sucedidas na jornada da transformação digital. São elas:

  • Desenvolver uma consciência correta frente a digitalização, identificando oportunidade e estando aberto a mudanças de paradigma;
  • Pensar em novas lógicas de negócio que alavanquem novas tecnologias;
  • Abrir o processo estratégico capturando conhecimentos de profissionais de fora da organização;
  • Desenvolver a mentalidade de inovação na companhia;
  • Cooperar com startups para acelerar o desenvolvimento de novas produtos, serviços e soluções;
  • Ser ágil na implementação, prototipando rapidamente as soluções desenvolvidas de forma que erros/ imperfeições sejam identificados e corrigidos o quanto antes.

E lembrou que os gestores e líderes das organizações têm um papel fundamental para a efetividade desse processo de mudanças.

“Adicionalmente, há um desafio importante de mudar a cultura de liderança, em especial, o comportamento dos líderes. Nesse sentido, a adaptação de organizações à era digital precisa de líderes que valorizem a diversidade e a independência dos seus colaboradores, e que consigam agregar conhecimento de múltiplas fontes, descentralizando as ações de inovação e digitalização em suas empresas”, finalizou.

 

*Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Analista de Conteúdo no Digitalks, também tem experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos mas, atualmente, seu foco é o Marketing Digital. 

 

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