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Tecnologia 5G definirá se Brasil será colônia digital ou não

“Sem dúvida, o 5G é a decisão mais importante da década a ser tomada pelo governo brasileiro”, afirmou Guto Ferreira

 

Mão segurando disco escrito "5G".

Atualmente, a internet 5G já está presente em alguns países da Europa e cidades dos EUA. No Brasil, segundo a previsão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a tecnologia deve ir a leilão no 2º semestre de 2020. Devido às alterações que acontecerão no processo de licitação das faixas de frequência, por exemplo, para que haja suporte à tecnologia. A expectativa é que o 5G chegue ao público brasileiro no próximo ano. Para o leilão, ainda há dúvidas acerca da participação da operadora Oi, que abriu pedido de recuperação judicial em 2016 com uma dívida de pelo menos R$ 65 bilhões e ainda hoje se encontra em reestruturação. As operadoras Vivo, Claro e TIM já demonstraram interesse em comprar a operação de telefonia móvel da rival, que conta com 34,7 milhões de celulares em uso.

Para Guto Ferreira, Diretor de Inteligência da Solomon’s Brain, a decisão acerca do 5G é a maior da década e pode dar vantagem para o Brasil quando se trata de tecnologia e inovação. O atraso na implementação da Lei Geral de Proteção de Dados pode afastar novos investimentos em tecnologia no Brasil. Além disso, a tendência é que o país fique mais vulnerável caso o 5G venha sem a lei que garante a proteção. “Sem dúvida, a decisão mais importante a ser tomada pelo governo brasileiro na década. Literalmente, pode nos dar vantagem competitiva em inovação ou nos tornar uma colônia digital”, afirmou Ferreira.

Sobre os rumores da chinesa Huawei estar envolvida com a inteligência de seu país, Ferreira pontuou que apesar da China estar mais avançada quando se fala sobre tecnologia, vale o receio. “Do ponto de vista tecnológico para o 5G, a China está na frente dos EUA. A questão é se são confiáveis do ponto de vista de segurança da informação”. Para o Diretor de Inteligência, o Brasil pode acabar se comprometendo com um grande investidor, porém não pode se atrasar na tecnologia. “Economicamente deixaremos um dos dois maiores parceiros econômicos do Brasil chateados, mas é uma definição que não pode, de forma alguma, atrasar”, disse.

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia, a China é o principal comprador de produtos brasileiros, chegando a importar mais de US$ 65 bilhões, contra US$ 29,6 bilhões dos EUA. Para Ferreira, ambos podem pressionar o Brasil com ameaças de diminuir o comércio com o país, de acordo com os números, a China pode ter vantagem competitiva no leilão das frequências 5G. “Os dois países pressionarão o Brasil, ameaçando diminuir o comércio conosco, porém vale ressaltar que a China compra do Brasil quase o dobro em valor de produtos do que os EUA”.

Sobre a polêmica da participação da Operadora Oi no leilão, Ferreira alegou que a empresa carioca deve ser incorporada pelas rivais ainda este ano, o que deve reduzir a competição entre as operadoras nacionais pela nova tecnologia. “A Oi certamente será incorporada pelas rivais, isso como estratégia para menor competição no leilão e evitar maiores atrasos”, finalizou.

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