Quinta-feira, 16 de agosto de 2018
O investimento em mídia programática está em amplo crescimento. Segundo a pesquisa Digital AdSpend realizada em parceria pelo IAB Brasil e pela comScore, o mercado de mídia no Brasil movimentou R$14, 8 bilhões no ano passado. Outro relatório que constata esse desenvolvimento é o realizado pela Magna Global que prevê que os investimentos em programática no mundo chegarão a 42 bilhões de dólares até 2020.
Para Fábio Almeida, Managing Director Brazil da Gamned, a mídia programática elimina boa parte operacional do processo de compra e venda de espaços publicitários tornando essa prática mais eficiente. Outro ponto positivo mencionado é que essa tecnologia baseada em dados permite que as empresas aumentem o alcance de seus sites e também da audiência desejada com possibilidades de otimizações em tempo real. Almeida ainda ressalta:
“É fundamental tratar a compra de mídia programática como um conceito, uma forma de comprar mídia e integrar os canais que ela alcança. A partir disso, é possível enxergar um real ganho de escala e de melhor direcionamento da vera investida em diferentes canais.”
Para entender sobre o cenário da Mídia Programática, o Digitalks conversou um pouco mais com o Managing Director Brazil da Gamned. Confira a entrevista completa:
[Fábio Almeida] O erro mais comum é tratar a compra de mídia programática como mais um veículo separado dentro do plano de mídia e esperar um resultado imediato. Isso acaba gerando uma frustração, já que a mídia programática tem esse conceito de comunicação mais personalizada, de acerto dentro do target estabelecido. Mas, dependendo do objetivo da campanha, se não houver recorrência e tempo para otimizações, a ação programática acaba sendo sub-utilizada e a verba mal investida.
[Fábio Almeida] O Brasil evoluiu bastante nos últimos anos, existe mais confiança nessa modalidade de compra e muito material e cursos disponíveis para maior entendimento dos profissionais. Mesmo assim, uma das barreiras continua sendo educação, maior entendimento das possibilidades e dos modelos de mensuração e atribuição dos resultados. O mercado também sofreu (e ainda sofre) com a falta de transparência, isso acaba sendo um fator importante que trava muitas marcas e agências terem a paciência e investir o tempo necessário para colher resultados consistentes oriundos da mídia programática. A fase de testes precisa acabar para o mercado brasileiro amadurecer de verdade.
[Fábio Almeida] Sim, podemos dizer que estamos atrasados dois ou três anos em relação aos EUA e Europa. Em termos de adoção da compra automatizada, o mercado europeu e americano já estão bem a frente, os EUA devem transacionar 80% da publicidade display via canais programáticos já em 2018, por exemplo (fonte: e-marketer). É inevitável que o mercado brasileiro acabe seguindo as tendências difundidas no mercado internacional, já que as grandes plataformas de acesso para compra e venda de publicidade são globais e estão presentes em nosso mercado também. Na minha visão, um dos fatores que ainda nos deixa pra trás em termos de massificação, é a própria estrutura de acesso à internet, que ainda não atinge com excelência regiões mais periféricas do país, limitando investimentos mais agressivos e constantes em mídia digital.
[Fábio Almeida] Para agência e anunciantes, é fundamental escolher parceiros que ofereçam transparência e estabelecer uma relação de confiança desde o início. O alinhamento de expectativas, do que se pode entregar e do que se espera que seja entregue é fundamental para essa relação ser saudável.
A fraude é uma realidade do meio digital, existem ferramentas e maneiras para combater essas práticas. Por isso, é fundamental saber quais são as ferramentas de controle que esses parceiros utilizam, além de estabelecer whitelists e blacklists prévias e que possam ser atualizadas constantemente para a difusão da mídia.
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*Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Analista de Conteúdo no Digitalks, também tem experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos mas, atualmente, seu foco é o Marketing Digital.
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