Quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Organizar, planejar e otimizar processos: essas são algumas das tarefas de um gestor de projetos dentro de uma agência de publicidade e comunicação.
Com o aumento das demandas de ferramentas e processos, essa função vem ganhando destaque nas empresas. A 3ª edição do #EGPMP (Encontro sobre Gestão de Projetos para o Mercado Publicitário) – Panorama 2016:CEO, promovida pelo Instituto Mestre GP, aconteceu na terça-feira, dia 22, na Faculdade Cásper Líbero. O encontro reuniu profissionais da área para debater as tendências da gestão de projetos e as atribuições desses profissionais nas organizações.
Por ser um cargo relativamente novo, ainda há discordância sobre a necessidade da figura do GP em algumas áreas, como é o caso da mídia digital. Esse foi um tema bastante abordado no evento.
“A mídia no digital não demanda um gestor de projetos, porque é algo que muda muito rápido”, afirmou Pedro Reiss, CO-CEO da Fbiz.
Um exemplo citado pelo executivo foi a divulgação de campanhas em redes sociais. Segundo ele, por mais que você planeje uma ação, ao divulgá-la nas mídias sociais, ela pode não alcançar o sucesso esperado e você precisará modificá-la rapidamente, ou seja, não terá tempo para fazer grandes planejamentos.
Por outro lado, Carlos Pitchu, CEO da Salve, alegou que a gestão de mídia é um tipo de gestão de projetos, visto que envolve planejamento, execução, resolução de problemas e um GP pode contribuir e muito com a empresa nesse quesito.
Para Tiago Ritter, CEO da W3HAUS, mesmo que a empresa opte por não contratar um GP, “o profissional de mídia digital precisa ter a percepção de um gestor de projetos para entregar melhores resultados. ”
Ritter acredita que, se o profissional de mídia tiver a capacidade de fazer com que toda equipe entenda os objetivos da campanha e estabeleça uma boa comunicação entre as áreas, as ações publicitárias tendem a ter mais sucesso.
Outra questão debatida durante o encontro foi a definição de papéis dentro das agências. Se antes, atender às marcas era algo que fazia parte das tarefas dos profissionais de atendimento, hoje, existe uma intersecção de papéis. As empresas precisam entender que cada cliente demanda um tipo de serviço e, consequentemente, um tipo de atendimento.
“Todos da agência devem atender o cliente. Não existe uma linha de frente, as agências devem analisar cada cliente e entender o que ele está buscando para selecionar quais são as pessoas e quais os setores que vão atendê-lo”, explica Pedro Reiss.
Apesar dessa flexibilidade no quesito atendimento, Martin Montoya, CEO da WMCCANN, lembrou que as funções básicas de cada profissional devem estar bem definidas. Ele exemplifica:
“Enquanto o papel do atendimento é gerar receita, a tarefa do GP é aumentar a eficiência, otimizar processos e maximizar o lucro reduzindo gastos”.
Durante o evento, também se falou sobre o erro das empresas em burocratizar a gestão de projetos. Muitas organizações têm o vício de criar processos para resolver situações simples e, desta forma, acabam transformando algo prático em burocrático. Para superar essa dificuldade e descobrir o que funciona melhor para a sua empresa, os especialistas recomendam testar novas alternativas na arte de resolver problemas.
Além da importância da gestão de projetos e dos profissionais que atuam na área, também foram discutidas algumas tendências do mercado publicitário, como a questão do aumento da desconfiança do consumidor perante a mídia.
Segundo Jaqueline Travaglin, VP de Projetos e Operações, da WMCCANN, 76% dos consumidores não acreditam mais em propaganda.
“O cliente está cada vez mais exigente e não aceita mais ser impactado por qualquer tipo de campanha. As agências precisam desenvolver conteúdos relevantes que tragam a imagem da marca, mas não explicitamente. ”
Para atingir esse novo consumidor, as empresas devem utilizar os canais de mídia corretos. Jaqueline acredita que as agências precisam aliar campanhas de mídias online e offline e ir além disso, juntando as expertises dos profissionais dessas áreas. Ela considera o gestor de projetos como a pessoa ideal para exercer essa função.
Apesar de algumas opiniões diferentes, os CEOS que participaram do evento concordaram que, mesmo que a figura do GP ainda não seja essencial em todas as empresas, a cultura de gestão de projetos é extremamente importante. Gerenciar projetos é um fator que pode tornar a sua empresa mais dinâmica, competitiva e capaz de entregar produtos e serviços com uma maior qualidade e valor para os clientes.
* Bianca Borges é jornalista pela Universidade Anhembi Morumbi, trabalhou na Investe São Paulo com assessoria de imprensa e, hoje, atua na equipe de Conteúdo do Digitalks.
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