Primeira vez em formato online, o Digitalks Expo bateu recorde de público com mais de 23 mil inscritos e 13 mil acessos por dia

Considerado o maior evento de negócios da economia digital e tecnologia do Brasil, o Digitalks Expo 2020 | Digital Experience começou na última quarta-feira (26/08) e foi até sexta-feira (28/08). Ao todo, foram mais de 160 palestrantes divididos em 13 trilhas de conteúdos ao longo dos três dias de evento.

Durante a imersão digital, estiveram nos palcos: Abilio Diniz, Ana Paula Padrão, Sir Martin Sorrell, Tim Ash, Rafael Kiso, Martha Gabriel, Tânia Cosentino, Aaron Ross, prof. José Vicente e mais centenas de palestrantes.

O primeiro dia do Digitalks Expo 2020

O primeiro Keynote foi Abilio Diniz, presidente do Conselho de Administração da Península Participações, que destacou a importância de sempre buscar a excelência em tudo que se faz. “A tecnologia deve estar a serviço da excelência e o foco deve ser o cliente. Inteligência digital não funciona se não tiver inteligência estratégica”, afirmou o executivo.

Segundo Diniz, está difícil lidar com a crise imposta pela Covid-19, mas o magnata acredita que ela vai passar, assim como as anteriores. “Precisamos nos preparar para o pós-pandemia. Há muito a fazer, mas prefiro olhar para frente e ter esperança. Às vezes me perguntam como será o mundo pós-pandemia. Respondo que será o mesmo, pois as pessoas são as mesmas e terão os mesmos desejos”.

Ao ser questionado sobre o principal diferencial dos grandes empreendedores, Abílio Diniz foi enfático: “O líder precisa ser estratégico, pensar grande e no todo. Também não pode perder a serenidade e separar bem os medos reais dos imaginários”.

O digital como fio condutor para inovação, comunicação e empreendedorismo

A jornalista e empreendedora Ana Paula Padrão, que fundou a primeira escola brasileira de desenvolvimento de soft skills online para mulheres, Escola de Você, explicou como foi “tragada” para o digital, mesmo tendo uma trajetória sólida em mídia tradicional. A apresentadora do MasterChef Brasil explicou como o programa abraçou as mídias sociais, especialmente o Twitter, para alavancar a repercussão do reality show. “Há sete anos pensaria em qualquer coisa, menos que seria convidada para palestrar sobre o mundo digital”, comentou a jornalista.

“Se você tiver coragem de enfrentar todos os desafios do mundo digital, você verá no espelho uma pessoa que vive em seu tempo, uma pessoa que tem mais coragem do que medo”, complementou.

Unleashing The Primal Brain

Na sequência, o keynote internacional Tim Ash, CEO do site Tuner e autor do best seller “Landing Page Optimization”, falou sobre o funcionamento do cérebro e como ele reage a campanhas publicitárias. De acordo com Ash, o cérebro do consumidor evolui de maneira lenta e, por isso, é preciso entender a mecânica da tomada de decisões das pessoas. “As pessoas são preguiçosas, impacientes e querem coisas simples. Estou falando dos visitantes do seu site. Os conteúdos precisam ser mais duráveis e ser focados nas necessidades do consumidor”, ressaltou o autor de Unleash Your Primal Brain (Dê Asas ao seu Cérebro Primitivo).

A tarde no 1º dia de Digitalks

No período da tarde, a Opinion Box apresentou uma pesquisa inédita em parceria com o Digitalks sobre “Como será a retomada dos negócios no mercado digital brasileiro pós-quarentena?”. Segundo a pesquisa, 68% dos entrevistados pararam ou reduziram o seu funcionamento; 8% aumentaram a operação e 25% não tiveram impacto. Ou seja, sete em cada dez companhias foram impactadas negativamente. Dentre os efeitos da quarentena, 64% apontam redução de jornada na empresa, 48% afirmam que houve suspensão de contrato e outros 40% dizem que ocorreram demissões formalizadas.

O estudo aponta que apenas 39% das empresas tinham política de home office antes da pandemia. Enquanto, 56% já haviam começado a transformação digital. Ou seja, para uma parcela significativa das empresas está sendo necessário lidar com duas novidades ao mesmo tempo, buscando alternativas para melhor adaptação e potencializar o uso dos recursos disponíveis. Mesmo com o alto impacto do Covid-19, há uma percepção de que os serviços focados no mercado digital serão retomados em 2021.

Finalizando o primeiro dia, Dilma Souza Campos, fundadora da Outra Praia, contou sua trajetória inspiradora e de sucesso. Com uma palestra empolgante e de grandes obstáculos, a empreendedora mostrou como a representatividade é importante e que força de vontade em crescer e vencer nunca faltou para ela, como diz Dilma: “Desistir jamais!”.

O segundo dia do Digitalks

O segundo dia do evento reuniu grandes Keynotes como Martha Gabriel, Tânia Cosentino, Henrique Meirelles e Wilson Mello. Um dos destaques foi a discussão de como a evolução da humanidade se confunde com a evolução da tecnologia.

A primeira palestra foi de Martha Gabriel, referência em transformação digital, que abordou o tema “HomoDigitalis: quem são, onde vivem e o que comem?”. Em um papo muito otimista e enriquecedor, Martha foi capaz de mostrar como a tecnologia e a transformação sempre estiveram presentes em nossas vidas.

A executiva frisou que a tecnologia está disponível para ser nossa aliada e ajudar o ser humano a se ampliar e complementar. Devemos entender que nenhuma inovação é 100% vantajosa ou 100% prejudicial. “Se estivermos observando dessa maneira, a nossa visão está enviesada. É importante sempre avaliar o que tem de positivo, de negativo e em quais áreas pode contribuir”, comentou Martha. “A tecnologia gera sempre uma relação de amor e ódio. Nenhuma tecnologia traz só coisa boa ou ruim”, reitera.

De acordo com Martha, vivemos em simbiose com as inovações. O ser humano e a tecnologia formam um sistema inteligente em conjunto, ou seja, quando mudamos um, afetamos o outro. Temos que entender qual tecnologia é a melhor para nós e afinar nossas engrenagens, nosso sistema inteligente”. A futurista concluiu sua apresentação com a seguinte mensagem:

“Para não ser substituído por um robô, não seja um robô! Seja um ser humano e utilize o robô para afinar seu sistema inteligente”.

A Inteligência Artificial e os Negócios: mutualismo de cooperação

Em seguida, Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil, foi entrevistada por Martha Gabriel sobre “Inteligência Artificial e os Negócios: Mutualismo de Cooperação”. Nesse papo, a executiva contou um pouco sobre a inquietude de aprender e crescer, que a motivou a ser melhor e prosperar profissionalmente.

Assim como Martha, Tânia acredita que a tecnologia está presente para o bem, para empoderar o ser humano. “Não é sobre o que queremos fazer, mas o que podemos fazer”. Segundo a presidente da Microsoft Brasil, a parte humana é necessária, principalmente na tomada de decisões. “Se pudermos usar a empatia, colaboração e senso crítico, iremos liderar esse mundo e não seremos substituídos pelas máquinas”.

Tecnologia, Economia e Negócios: a retomada e investimentos

Encerrando as palestras do palco Congress pela manhã, Rubens Neistein mediou uma conversa sobre tecnologia, economia e negócios: a retomada e investimentos, com a participação de Henrique Meirelles, Secretário de Estado da Fazenda e Planejamento de São Paulo, e Wilson Mello, presidente da INVESTSP. Os executivos destacaram como essa crise irá deixar o legado da digitalização. “Como fomos movidos a acelerar e antecipar muito o que estava no radar das empresas e do governo”, comentaram.

O terceiro dia do Digitalks

O evento encerrou com reflexões de como podemos humanizar o futuro digital.

O terceiro e último dia do Digitalks Expo 2020 | Digital Experience começou com o Talk Show de Sir Martin Sorrell sobre o tema “Encantando as pessoas e consumidores: o futuro da comunicação e propaganda”. Fundador e ex-CEO da WPP, atual presidente da S4 Capital, Sir Sorrell trouxe sua visão de como causar impacto nas pessoas com a comunicação e comentou, também, sobre as tendências no ambiente digital aceleradas pela pandemia.

Para o empresário, estamos vivendo em uma nova era, onde o digital é essencial. “A mídia tradicional está sendo espremida, enquanto a mídia digital está crescendo sem parar. Há uma aceleração na demanda por televisão e pressão nos jornais e revistas. Na Austrália, por exemplo, cerca de cem títulos de jornais estão passando para o digital e as plataformas de streaming, como Netflix, têm sido os produtos mais bem-sucedidos”, disse.

O executivo comentou ainda que as pessoas querem mudanças, e que as resistências em algumas organizações estão diminuindo aos poucos. O modelo de home office tende a crescer, as pessoas estão interessadas em perder menos tempo em transporte público na ida para o trabalho e querem trabalhar de casa pelo menos duas ou três vezes por semana. “Há ainda uma disrupção digital em relação aos consumidores. Hoje, a maioria realiza compras online, se comunica por aplicativos, estuda virtualmente e realiza transações bancárias online. Estamos vivendo um momento de grande disrupção para toda a indústria”, completou.

Sir Martin Sorrell destacou a importância da fala e escuta em relação às pessoas. Segundo o executivo, muitos subestimam o impacto que a covid-19 está causando na população, do ponto de vista psicológico. “Desde o início da pandemia, temos reuniões todos os dias. Nos reunimos e falamos sobre os colaboradores, o impacto da pandemia, questões como o movimento Black Lives Matter, finanças etc. As pessoas estão nervosas, preocupadas e estressadas em relação ao seu futuro; essa é uma questão muito séria”.

Em termos de negócios e oportunidades na América Latina e no Brasil, o empresário diz que o país ainda está enfrentando dificuldades enormes, mas enxerga a região como uma fonte de grandes talentos tecnológicos e criativos.

Impactando pessoas e negócios com uma receita previsível

Aaron Ross, autor do livro “Receita Previsível”, chamado de Bíblia de Vendas do Vale do Silício, concedeu a palestra “Creating Predictable, Scalable Sales Revenue and Impacting People and Business”. Ross contou um pouco sobre suas experiencias vividas nos últimos meses de pandemia e frisou a importância de investir em nós como pessoas, na empresa, e que todas as dores e dificuldades sentidas nesse ano podem se transformar em oportunidades.

Ross acredita que cada pessoa e cada empresa precisam achar a melhor maneira de trabalhar. Ele comenta que em termos de transformação digital e varejo, as vendas virtuais vieram para ficar. “Temos uma folha em branco para definir o que é melhor para nós. As vendas pessoais voltarão, mas não mais como antes. Todos os vendedores precisam ser capazes de vender virtualmente e todos os colaboradores precisam ter habilidades para trabalhar remotamente. Algumas pessoas amam o home office, outras lutam”, disse.

E como trabalhar a mente para as mudanças? Ross ensina: “Crie uma coluna e crie listas com as coisas mais difíceis que aconteceram para você. Depois veja as oportunidades e os benéficos que foram acarretados por essa mudança, quais ensinamentos essa dor pode ter trazido. Enxergue o problema e o transforme em oportunidade”.

Educação e Economia Digital para transformação de pessoas e sociedade

Em seguida, ainda no palco Congress, Sergio All, empreendedor e fundador da fintech Conta Black, e o professor José Vicente, advogado, comentarista do Jornal da Cultura, articulista da Revista IstoÉ e reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, trouxeram uma discussão essencial em torno do tema “Educação e Economia Digital para transformação de pessoas e sociedade”. O bate-papo de altíssima qualidade abordou questões do racismo estrutural e comentaram sobre como e o que pode ser feito para ajudar os jovens a ter cada vez mais oportunidade e acesso a tecnologias, recursos e, principalmente, visão para que consigam se capacitar como pessoas e empreendedores no mundo atual.

Para o professor, é necessário transformar a educação com informações que libertem e empoderem a todos, sejam negros ou brancos. Que ensine os valores da cidadania, dignidade e reforce que a sociedade é uma coisa de todos – ela é democrática. “É preciso ainda uma educação de qualidade, que possa garantir o acesso a todos. Uma qualificação que valorize a diversidade e a humanidade de cada um, que receba dos governos recursos e insumos para cumprir o acesso à informação e ao conhecimento”, ressaltou.

A dupla reforça o fácil acesso à informação por meio da internet, bem como a importância do empreendedor interagir com as tecnologias, para que possa evoluir e se capacitar. “A informação é poder. Se as pessoas não têm acesso ao poder da informação que lhes indica o caminho, elas são privadas de realizar transformações”, completou José Vicente.

Sergio acredita em uma luta pela educação que impulsione e valorize a todos. “O que nos torna únicos e nos diferencia é justamente a nossa diversidade racial, é o que nos coloca como um povo único, mais atrativo, talentoso e criativo”, disse.

Digitalks Expo 2020 teve mais que o dobro da meta de inscritos

O Digitalks Expo 2020 | Digital Experience bateu recorde de inscritos. Foram mais de 23 mil pessoas registradas e 13 mil acessos por dia. “Quando planejamos o evento, nossa meta era de 10 mil inscritos. No início dessa semana, tínhamos 15 mil e, ao final do evento, mais de 23 mil inscritos. É uma grande conquista diante de todas as mudanças que realizamos em função da pandemia. Cumprimos nosso papel de conectar pessoas e empresas”, comemorou o CEO do Digitalks, Flávio Horta.

O evento destacou a ligação entre a mudança de mindset e a economia, além reunir conteúdos ricos sobre negócios, tecnologia, empreendedorismo, transformação digital, investimento, gestão, liderança e pessoas. Ao todo foram 163 palestrantes e 13 trilhas de conteúdo. O Digitalks Expo 2020 promoveu também a Premiação Empresa Mais Digital, World Summit Awards e Prêmio Profissional Digital Abradi.

De acordo com Flávio Horta, 76% das pessoas, que se inscreveram, participaram do Digitalks com tempo médio de permanência de 3h05 por dia. “Estamos muito contentes pelo Digitalks Expo 2020, foi um marco na nossa história. Começamos a partir de agora nossa jornada de 2021”, celebrou.