Quinta-feira, 27 de outubro de 2016
O Gartner, Inc., líder mundial em pesquisa e aconselhamento imparcial em tecnologia, alerta que toda empresa precisa desenvolver uma plataforma digital. Serão necessárias habilidades de liderança modernas e ousadas por parte dos CIOs (Chief Information Officers) para desenvolverem essa nova plataforma que permitirá que suas empresas participem de ecossistemas de negócios. Os órgãos de governo, caso queiram aproveitar o novo ambiente digital para melhorar os serviços para os cidadãos, também devem embarcar nesta jornada.
Durante o discurso de abertura do Simpósio Gartner/ITxpo, que aconteceu dia 25 de outubro, os analistas do Gartner definiram plataformas digitais como estruturas orientadas aos negócios que permitem aos integrantes da comunidade (parceiros, fornecedores e clientes) compartilhar e melhorar os processos digitais e as capacidades, além de ampliá-los para benefício mútuo. A estrutura permite combinações diferentes de modelos de negócios, talento, recursos e infraestrutura de TI que constroem os domínios de plataforma e sustentam ecossistemas de negócios digitais.
No entanto, os analistas do Gartner afirmam que décadas de antigos arranjos organizacionais (não somente em TI) inibirão a transformação digital. A estrutura organizacional futura é multifuncional e bimodal (prática de gerir dois estilos distintos), mas coerentes de trabalho: um voltado para a previsibilidade e desenvolvimento e o outro, para a incerteza e exploração.
“Apesar dos atuais desafios econômicos e políticos que enfrentamos no Brasil, os CIOs brasileiros devem ser parte dessa jornada para o futuro. Junto a um programa robusto de otimização de custos, as empresas nacionais não devem atrasar a sua mudança em direção a plataformas digitais de negócios”, analisa Cassio Dreyfuss, líder Regional de Pesquisas do Gartner para o Brasil.
Durante seu discurso de abertura, o analista orientou mais de 1.300 CIOs e líderes de TI para se empenharem no desenvolvimento de suas próprias plataformas digitais de negócios por meio da adoção de um “pensamento de iniciante” que permita que eles abordem novas tecnologias, como a Internet das Coisas (IoT), com um novo olhar e criatividade livre – e aplicá-las com suas “mãos experientes”, aproveitando seu conhecimento e maturidade.
Plataformas digitais permitem que as empresas busquem novos modelos de negócios que reúnam múltiplos compradores e vendedores. O modelo de negócios da plataforma é utilizado atualmente pelas companhias mais valiosas do mundo. Os ecossistemas de negócios não são apenas para organizações exclusivamente digitais e não são “apenas mais uma iniciativa de negócios” para mega empresas. Os analistas do Gartner salientam que toda companhia competirá como parte de um ecossistema de negócios.
“Esses ecossistemas permitirão que as organizações solucionem alguns dos maiores desafios do nosso mundo e isso vai muito além dos negócios, incluindo todos os aspectos da vida humana, como as cidades onde vivemos, os serviços de saúde que precisamos, a educação que buscamos e a segurança que cada um de nós quer”, explica João Tapadinhas, diretor de Pesquisas do Gartner.
“As empresas estão digitalizando tudo que utilizam, como eletrodomésticos, automóveis, hospitais, dispositivos vestíveis (wearables) e pagamentos”, afirma Tapadinhas. “Os gigantes digitais, como Apple, Google e Amazon, levarão os modelos de ecossistemas de negócios que desenvolveram em áreas como o e-commerce, Apps de música e pesquisa para o mundo conectado que temos criado coletivamente. Eles planejam fazer do mundo físico uma extensão do digital, que é o que eles controlam”.
Contudo, a jornada está apenas no começo e ainda não existem vencedores. Se hoje podemos nomear alguns dos candidatos que se tornarão gigantes digitais, sua liderança dos negócios está longe de estar garantida. As plataformas digitais dão às empresas uma base ágil e flexível para explorar totalmente as novas possibilidades de negócios.
“O desafio está limitado apenas à criatividade e à capacidade de alinhar e organizar os recursos. Isso tudo é possível, mas deve ser feito agora”, conclui Dreyfuss.
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