terça-feira, 25 de dezembro de 2018
O conhecimento sobre o consumidor é fundamental para qualquer empresa que deseja ter sucesso no mercado. Asism como a P&G, outras empresas buscam entender as tendências e demandas dos clientes para se manterem atuais e relevantes. Por isso, pensando nessa estratégia para os próximos anos, a companhia encomendou uma pesquisa qualitativa com a consultoria WGSN sobre tendências relacionadas a três temas que considera relevantes para a evolução do diálogo com seus consumidores: sustentabilidade, diversidade e família.
A consultoria, líder mundial em previsão de tendências, realizou um levantamento dos principais temas globais de comportamento dos consumidores (com foco em 2019 e 2020) e analisou movimentos, demandas e desejos dos consumidores relacionados aos assuntos-chave em questão. Após o mapeamento, foram selecionadas três tendências por pilar, considerando os assuntos mais relevantes e aderentes à P&G e suas marcas, para, enfim, serem verificados com o consumidor.
“Desde que chegamos aqui, nosso objetivo sempre foi vencer com o consumidor brasileiro e melhorar suas vidas com produtos e soluções inovadoras. Isso só é possível com investimento no conhecimento de seus hábitos, necessidades e crenças. Para seguirmos essa trajetória, é preciso olhar para frente e entender quais são suas expectativas e o papel que as grandes companhias como a P&G tem no debate de temas relevantes para o indivíduo e para a sociedade”, afirma Juliana Azevedo, presidente da P&G Brasil.
Conheça abaixo os apontamentos da pesquisa, divididos pelos pontos-chave.
Com base no guarda-chuva de sustentabilidade, o conceito “Sistemas ecossociais” foi considerado o mais importante para o futuro do Brasil. A grande maioria dos entrevistados avaliam que, no futuro, será essencial multiplicar as atitudes positivas e pensar na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e de energia.
A percepção dos participantes é de que o Brasil é abundante em recursos naturais, porém falta planejamento nas cidades e isso faz com que surjam práticas sustentáveis, principalmente, em pequenas comunidades. Para eles, a consciência já existe e começa em “microcosmos”, sendo as mudanças de hábitos que vem de dentro de casa as mais consistentes. Cinco em cada 10 acreditam fortemente que esse conceito será adotado em suas vidas, porém apenas três em cada 10 possuem a certeza que isso será o cenário do país.
Outra tendência mapeada pela WGSN para sustentabilidade é a de “um mundo pós-plástico”, onde fabricantes de produtos de limpeza e beleza buscarão soluções sem a utilização do material. A maioria dos entrevistados acredita que esse conceito será aplicado em suas vidas, mas poucos acreditam que é vivido hoje. Os consumidores pensam “além do canudo”, mas o desprendimento é difícil já que o plástico é altamente utilizado.
O terceiro conceito mapeado é o “descartáveis renováveis”, no qual o reaproveitamento de materiais não será mais nichado, sendo cada vez mais acessível a compra de produtos reutilizados.
Entre os três pilares, sustentabilidade foi considerado o mais importante para os entrevistados.
A segunda tendência considerada pelos entrevistados a mais relevante para os próximos anos no Brasil é “a nova maioria”, quando grupos antes marginalizados serão mais ouvidos, ganhando voz política. A percepção é de que a exclusão histórica de diversas minorias não é mais aceita, e a educação é chave para quebrar essas barreiras. Além disso, acreditam que esse é um movimento que começa entre os mais jovens e, hoje, já atinge os mais velhos.
As percepções se refletem no resultado da pesquisa, já que oito em cada 10 confiam que no futuro ele será aplicado em suas próprias vidas.
Outra tendência apontada pela consultoria, e que teve grande aderência por parte dos entrevistados, é que a “beleza fora do padrão” será cada vez mais aceita e, inclusive, usadas em campanhas de comunicação de grandes empresas. Os respondentes acreditam que as empresas estão se tornando cada vez mais responsáveis por “levantar a bandeira da diversidade”.
“Faz sentido e já está acontecendo. Está acontecendo porque é uma necessidade, eu acho que, sobretudo na ideia do feminino, as mulheres estão clamando por isso, porque é escravizador o padrão”, afirma um dos entrevistados.
O último conceito é de que as pessoas passarão a aceitar mais as suas falhas, adotando o posicionamento de “os imperfeccionistas”. A quebra dos padrões estéticos ganha força, principalmente, entre os mais jovens, que enxergam imperfeições e defeitos como traços que reforçam a personalidade.
“Para a P&G, entender como os consumidores enxergam conceitos relacionados à diversidade é de extrema importância, uma vez que essa é uma questão fundamental na construção da cultura da nossa organização. Entendemos que, como companhia, precisamos engajar e conscientizar a população sobre essas questões e esses resultados mostram que os consumidores esperam por isso”, analisa Juliana.
Dentro do pilar de família, o conceito que se destacou é o de “co-parenting”, ou seja, menos casais e mais duplas. No futuro, a criação dos filhos ampliará o número de configurações possíveis. Isso se deve, principalmente, ao fato de os millennials estarem redefinindo o significado da paternidade, sendo a principal geração a enraizar a ideia da educação em conjunto.
Para os entrevistados, os modelos não-tradicionais de família estão presentes há muito tempo, mas só vem ganhando projeção nos últimos anos, e os estereótipos de gênero, enraizados no cotidiano, começaram a se diluir.
Os entrevistados acreditam fortemente que as outras duas tendências mapeadas serão realidade no Brasil: “Pais conectados”, que buscam trocar experiências e aprendizados online, e a “maternidade real”, mais humanizada – com seus desafios abertamente discutidos.
Pesquisa qualitativa realizada pela consultoria WGSN. Após o mapeamento das tendências, três grupos de discussão, de 6 a 8 pessoas entre 25 e 35 anos, em São Paulo, avaliaram o grau de aderência de cada uma delas no Brasil. Além disso, foi realizada uma pesquisa online para ampliação de amostragem, considerando um recorte mais amplo, tanto etário quanto social. Foram ouvidos mais de 100 consumidores, entre 25 a 35 anos, em todo o país. O estudo completo foi feito entre Junho e Agosto de 2018.
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