Indicadores de Mercado

Digital influenciará US$ 4 trilhões em compras de varejo em mercados emergentes até 2022

À frente desse movimento estarão 900 milhões de novos usuários de internet, segundo novo estudo da consultoria estratégica The Boston Consulting Group 

 

Imagem. Globo terrestre no centro da imagem, conectado por retas à 4 computadores, tudo em tons de azul. Fundo da imagem é preto e com quadrados e círculos pequenos nos tons branco e azul aparecendo no fundo.

Nos próximos quatro anos, o valor dos gastos influenciados pelo digital nos mercados emergentes se aproximará de US$ 4 trilhões, um crescimento de 116% em relação às vendas registradas em 2017. O número representa 50% de todos os gastos de varejo previstos na Ásia, América Latina e África e revela o potencial e os desafios que as empresas B2C têm em sua jornada com o consumidor. As análises constam do estudo Digital Consumers, Emerging Markets, and the $4 Trillion Future, da consultoria estratégica The Boston Consulting Group (BCG), que reúne insumos coletados de 15 mil usuários de internet distribuídos em nove países: Brasil, China, Índia, Indonésia, Quênia, Marrocos, Nigéria, Filipinas e África do Sul.

Em 2017, o valor das vendas online foi de US$ 1.8 trilhão de dólares, representando 33% do total gasto no varejo. Tamanho salto evolutivo é reflexo, principalmente, de uma queda média de 40% nos preços dos smartphones entre 2011 e 2016. Isso colocou esses dispositivos com acesso à internet nas mãos de centenas de milhões de consumidores que antes não podiam pagar por eles. Metade da população nos mercados emergentes em todo o mundo está agora conectada, em comparação com menos de um quarto em 2010. Focando apenas em Brasil, a penetração da internet evoluiu significativamente e hoje chega a 71%. Outros países emergentes estão bem distantes disso: a Índia tem 34% e a Indonésia 54%, por exemplo.

O estudo do BCG também aponta que, daqui a quatro anos, os mercados emergentes contribuirão com aproximadamente 900 milhões de novos usuários de internet, em comparação com cerca de 80 milhões de novos usuários de internet dos mercados desenvolvidos. Com isso, mais de 90% de todos os novos usuários de internet virão dos emergentes. “Os consumidores estão se tornando digitalmente influenciados de forma muito mais acelerada nos países emergentes do que nos países desenvolvidos e crescendo numa proporção duas vezes e meia maior. As empresas que não enxergarem esse processo certamente terão uma desvantagem competitiva”, comenta Daniel Azevedo, sócio do BCG e um dos autores do estudo.

Em todos os mercados emergentes, viagens aéreas são a categoria mais sujeita à influência digital e o produto ou serviço com maior probabilidade de ser comprado online, com celulares em segundo lugar, mostra a pesquisa. De acordo com Dan Reicher, diretor do BCG, “analisar mercados mais maduros em comparação com o Brasil é uma boa maneira de enxergar onde podemos nos desenvolver. Em categorias como comidas frescas ou embaladas, utensílios para casa, produtos de cuidados pessoais, roupas e sapatos, e produtos para crianças, ainda há uma enorme possibilidade de evolução. Esses são os setores que tendem a crescer de forma significativa nos próximos anos”.

Para identificar onde cada um desses nove países se encontra em seu desenvolvimento digital, o BCG separou-os em três grandes etapas:

1. Digitalmente consciente

Nesta fase, o e-commerce representa apenas uma pequena parcela (geralmente menos de 2%) do total de vendas no varejo do país, mas a influência digital está crescendo rapidamente; aproximadamente US$ 1 de cada US$ 20 gastos no varejo são influenciados digitalmente. Nesse estágio estão: Quênia, Marrocos, Nigéria, África do Sul e Filipinas.

 

2. Avançando digitalmente

O e-commerce é responsável por uma porcentagem maior, mas ainda pequena (3% a 5%) das receitas de varejo do país, e a proporção de despesas de varejo influenciadas digitalmente é de 12% a 35%. Dos nove países examinados, Indonésia, Índia e Brasil estão nessa categoria.

 

3. Digitalmente evoluído

Países onde o e-commerce responde por mais de 10% de todas as receitas de varejo, e onde os consumidores normalmente fazem pesquisas online antes de comprar itens. A maioria dos países que alcançaram esse estágio é ocidental, mas a China é uma exceção e, de fato, um dos mais avançados.

 

Os países podem avançar rapidamente pelos estágios de maturidade e essa velocidade é um fato que nenhum varejista pode mais ignorar. “O objetivo central do estudo foi fazer um alerta para empresas que atuam nos mercados emergentes. Muitas delas acreditam que a relevância do online ainda é pequena, mas se esquecem de que a influência do digital na jornada de compra já atinge 30% dos consumidores – e a expectativa é que isso se amplie consideravelmente. Para aproveitar essa oportunidade, ter estratégias claras e customizadas para a realidade local são pontos mandatórios na agenda estratégica das empresas”, conclui Daniel Azevedo.

O estudo completo está disponível neste link. 

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