Segunda-feira, 03 de abril de 2017
Lançados há um ano atrás, os botões “Amei”, “Haha”, “Uau”, “Triste” e “Grr” permitem que os usuários do Facebook expressem mais a fundo suas reações quanto a um determinado post. Essas opções de botões, que já conquistaram os internautas, se comparadas ao simples “Curtir”, evidenciam um engajamento maior dos usuários com o conteúdo das postagens.
“Com base na análise comportamental do usuário, foi detectado que as reações têm maior peso acerca da opinião e sentimento das pessoas. O like, atualmente, passa por um simples ‘check’, ao contrário de uma reação que de fato demonstra algo maior, de mais peso”, explica Rafael Kiso, especialista em marketing digital e fundador da mLabs, plataforma de gestão de redes sociais.
Considerando que o Facebook se preocupa em entregar conteúdos relevantes para seus usuários e que o público que interage com uma publicação por meio das reações é mais engajado do que quem apenas “curte”, a rede social decidiu mudar o algoritmo da plataforma, priorizando as reações em relação às curtidas, como a grande mídia noticiou recentemente. As publicações que tiverem mais interações por meio dos botões de reações terão maior visibilidade no feed de notícias.
As marcas e empresas que querem ampliar ou continuar com um bom alcance no Facebook precisam adaptar suas estratégias de conteúdo, criando posts que estimulam as emoções dos usuários. De acordo com Kiso, a princípio, as cinco reações terão o mesmo peso no algoritmo, mas, com o tempo, o “Amei” tende a ganhar uma relevância maior.
“Pode ser que no avanço das análises o ‘Amei’ tenha um peso maior, dado que ele é uma reação positiva, ao contrário das outras reações que podem ser um sinal de sarcasmo. De acordo com o próprio Facebook, a reação mais usada é o ‘Amei’, no qual representa mais da metade das reações usadas desde seu lançamento”, prevê o especialista.
Segundo Kiso, para gerar mais emoções nos usuários, as marcas e as empresas precisam investir em três elementos. São eles:
Gatilhos: posts que possibilitam que o usuário lembre de algum produto ou ideia rapidamente e fixe essa lembrança na sua mente. Exemplo: uma marca de adoçante que decide postar em sua fanpage uma imagem de um café pronto para ser bebido com o intuito de fazer o cliente lembrar da marca toda vez que olhar uma imagem parecida com aquela.
Emoção: posts que expressam o posicionamento da marca sobre tabus e assuntos polêmicos, mas relevantes para a sociedade, estão propensos a conquistarem mais reações que likes. O especialista ressalta que esse tipo de publicação pode carregar uma emoção positiva ou negativa, mas precisa estimular a empatia das pessoas e não a indignação delas.
Histórias: storytelling é fundamental. “Não há nada mais impactante para as reações que uma boa estória”, ressalta Kiso. Histórias são envolventes e possuem a capacidade de emocionar e inspirar a audiência. Por isso, se bem contadas, podem motivar muito mais cliques nos botões de reações do Facebook.
Além do peso das reações no Facebook, o fundador da mLabs destaca que o compartilhamento dos posts continua sendo um dado relevante para as marcas e empresas se destacarem no feed de notícias dos usuários.
A grande maioria dos internautas das redes sociais tem como instinto querer mostrar que é inteligente ou melhor em alguma coisa, então “qualquer conteúdo que transmita essa sensação gerará um compartilhamento quase que instantâneo”, explica Kiso.
Outro aspecto que pode ocasionar muitos compartilhamentos é o valor prático das postagens. As empresas devem investir na criação de conteúdos que façam com que os usuários prestem algum serviço para a sua rede de amigos no Facebook. Publicações que ensinam o público a fazer itens handmade, como objetos de decoração ou receitas culinárias, são bem vistas pela audiência.
“O recado aqui é fazer cada vez mais conteúdo e não propaganda. Passar alguma informação útil para o consumidor”, finaliza o especialista.
* Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi, trabalhou na Investe São Paulo com assessoria de imprensa e, hoje, atua na equipe de Conteúdo do Digitalks.
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