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Sete em cada dez ataques virtuais DDoS no Brasil duram até três horas

Levantamento da UPX Technologies mostra que ataques distribuídos por negação de serviço ou duram menos de três horas, ou ultrapassam cinco dias

A sigla DDoS refere-se aos “ataques distribuídos por negação de serviço” e tem aparecido frequentemente por designar uma das agressões mais recorrentes e complexas a sites e portais, levando ao congestionamento do tráfego até derrubar o serviço. No Brasil, esta ocorrência tende a ser polarizada: a grande maioria tem curta duração (de até três horas), e, no outro extremo, se concentram as ações prolongadas, por mais de cinco dias.

O levantamento é da UPX Technologies, empresa especializada em infraestrutura e responsável por 5% de todo o tráfego de Internet no Brasil. Os dados coletados são de ataques contra a infraestrutura de clientes protegidos pela companhia no segundo trimestre de 2015.

“Os ataques distribuídos por negação de serviço são os principais aborrecimentos para empresas e clientes no ambiente online e podem custar até R$ 140 mil por hora para as organizações. A pesquisa traz um perfil das ocorrências e ajuda na elaboração das melhores estratégias de defesa”, comenta Bruno Prado, fundador e CEO da UPX.

Segundo a pesquisa, os ataques DDoS neste período foram de características bem distinstas. Enquanto 71% das ocorrências duraram menos de três horas, 20,4% se prolongaram para mais de cinco dias. O caso mais longo registrado, por exemplo, durou 64 dias. Além disso, o maior ataque atingiu 760 Gbps (gigabits por segundo).

Os índices apontam dois contextos: os ataques mais curtos normalmente são feitos por agressores inexperientes e acontecem para sondar as defesas do alvo ou até desenvolver táticas de ataque e fuga. Os mais longos envolvem criminosos cibernéticos habilidosos, que geralmente utilizam um mix diferente de vetores (recursos para agredir uma página).

Origem dos ataques

A pesquisa levantou a origem do tráfego de DDoS. Mais da metade (56%) é proveniente de computadores da China, Vietnã, Estados Unidos, Brasil e Tailândia.

Vetores mais utilizados

Os recursos mais comuns para os ataques são UDP (protocolo de transporte de dados) e SYN (uma requisição de protocolo de controle de transmissão na Internet). O primeiro é mais comum e está presente em 56,7% das ocorrências, contra 50,7%. Entretanto, a variação Large SYN é o que mais acarreta danos, atingindo 73,9 Gbps.

Outra característica do estudo é a diminuição dos ataques com dois ou mais vetores, método utilizado para aumentar a duração da ofensiva.  Este tipo de agressão caiu de 81% em 2014 para 43,8% em 2015. Dessa forma, 56,2% dos criminosos cibernéticos utilizam apenas um recurso para derrubar o alvo, enquanto que 22% utilizam dois vetores e 21,8% recorreram a três ou mais.

Aluguel de botnets

Uma tendência observada pela UPX é o aluguel de botnets, rede de computadores infectados por um mesmo robô, para realizar os ataques. Praticamente 40% das ocorrências foram provenientes destas máquinas. A pesquisa também identificou o custo de assinatura deste serviço, com média de US$ 55 e atingindo mais de 200 gigabits por segundo.

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