Fábio Mota, vice-presidente da Raízen, identificou e compartilhou, no Expo Fórum Digitalks 2019, alguns aprendizados no processo de transformação digital

Por Gabriel Dias*

As startups nascem praticamente com o domínio das ferramentas digitais e atingem níveis de maturidade em tecnologia que empresas consagradas ainda têm dificuldade de conquistar. Porém, o sucesso na transformação digital não é algo exclusivo das startups, as grandes empresas podem aprender os novos métodos e implantarem em seus negócios.

O vice-presidente da Raízen, Fábio Mota, revelou, no Expo Fórum Digitalks 2019, os caminhos que a 4ª maior empresa do Brasil percorreu para obter sucesso na gestão de inovação e transformação digital. “Da nossa experiência e até o momento, a transformação digital envolve nova forma de trabalhar, pensar, se organizar, estabelecer objetivos, medir resultados e empoderar pessoas”, afirmou Fábio Mota.

O vice-presidente da Raízen contou que o processo de transformação digital precisou ser iniciado em quatro áreas: TI, espaço de inovação/startups, analytics e atendimento ao cliente. Mota também indicou três pilares que contribuíram para grandes resultados na empresa como diminuir em 47% o número de ligações na central e eliminar 35 horas por mês em atividades operacionais de cada terminal.

Pilares na transformação digital

Pensamento enxuto; método ágil; diversidade e colaboração. Estes são os fatores que ajudarão na transformação de uma empresa que almeja ser digital e mais eficiente. O pensamento enxuto é a proposta Lean, a qual busca entender o que é valor para o cliente, identificar e eliminar desperdícios, e melhorar continuamente os processos de produção.

Mota também indicou que métodos ágeis são a solução para atingir mais eficiência e bons resultados, a exemplo das startups, que geralmente seguem o modelo de experimentação.

“As startups experimentam os métodos ágeis para testar e confirmar se o problema entregue era de fato o problema. Experimentação é fundamental. É mais fácil testar pequenos experimentos do que um produto grande no final e não ser a solução”, Fábio Mota.

Realizar a produção de produtos e projetos por sprints garantem mais eficácia e é de extrema importância que se aprenda algo com os lançamentos e tente incrementar nas próximas entregas. “O correto é a experimentação e ir trabalhando com o problema do cliente, sempre melhorando da última entrega. E mudar o produto se identificar que não o que estava desejando”, declarou o executivo.

Trabalhar a diversidade e colaboração de uma empresa, com metas compartilhadas, permitirá alcançar engenharia de valor mais assertiva. O processo de transformação de uma empresa deve passar inevitavelmente pela mudança de cultura inserida dentro da organização.

Aprendizados na transformação digital

Fábio Mota elencou alguns aprendizados que obteve no processo de transformação digital da Raízen.

1. Não tropicalize o método. Não elimine partes dos métodos. Os métodos precisam ser seguidos integralmente;
2. Não discuta a solução antes de ter a plena certeza de qual é o problema;
3. Pratique de fato o ciclo “testar hipóteses, medir, (falhar) e corrigir”;
4. Caso uma das estratégias seja colaborar com alguma startup, entenda que não é fácil encontrar aquela que vai trazer a solução correta. A probabilidade de acertar de primeira é pequena, é preciso testar;
5. Sinais visuais ajudam em processos de mudança. Criar um espaço físico tem um valor tremendo para as pessoas identificarem a inovação;.
6. Espaço para exceções são um convite a prática do novo. Obviamente, é saber que nada é para sempre, então busque o novo;
7. Conexões, conexões e mais conexões. É imenso o valor de trocas de experiências. Nessas conexões, identifique as diferenciações e aproveite o que está dando certo;
8. É melhor começar uma entrega pequena para não ter tanto impacto se errar. Caso erre, faça de novo e aprenda com os erros;
9. Escolher desafios de alto impacto quando tiver a convicção de que vai dar certo;
10. Quando se faz mais ou menos, a mágica não acontece;
11. Antes de escalar, ache e firme seus evangelistas (são os mais importantes patrocinadoras);
12. A transformação é de ninguém e de todos. As metas devem ser iguais e não só de uma área.

*Gabriel Dias é jornalista formado no Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Analista de Comunicação no Digitalks, Gabriel também tem experiência nas áreas de jornalismo político. Trabalhou em agências de comunicação e na Câmara dos Deputados. Gosta de produzir conteúdos digitais e foca no Marketing Digital.