Sexta-feira, 09 de dezembro de 2016
Carros autônomos se tornarão mais comuns do que você pensa. “Logo, apertaremos um botão e o carro virá de dentro do estacionamento até você”, afirmou Jordan, representante da Tesla, que recebeu nesta semana nosso grupo da Silicon Valley Digital Mission .
Dentro da maior loja da marca no mundo, ele nos contou sobre as inovações que a empresa tem feito desde 2003, quando foi fundada, e nos mostrou um dos carros autônomos da companhia.
Hoje, todos os veículos da Tesla são self-driving, como dizem aqui no Vale do Silício. Questionados sobre um possível boicote por parte indústria do gás e petróleo, ele diz que sentiram o embate, mas “simplesmente continuam pressionando” para inovar. “Queremos que a indústria cresça. Estamos felizes com competidores”, declarou, afirmando que a Nissan é a empresa que está mais próxima do que estão fazendo.
Hoje, além dos carros, o software para manipular os veículos é todo desenvolvido pela marca. Já a bateria é bastante forte e dura de 12 a 15 anos, segundo Jordan.
Questionado sobre a sustentabilidade da produção dos carros, Jordan informou que a marca tem uma fábrica no interior dos Estados Unidos que produz a bateria em parceria com a Panasonic. Por lá, existe uma sessão que recicla as baterias antigas.
É interessante para nós termos essas baterias de volta. É uma sustentabilidade de ponta a ponta” – Jordan, representante da Tesla.
Segundo ele, não há desperdícios. Já que as baterias são feitas de lítio.
Como estratégia de marketing e posicionamento de marca, o representante da organização informou que eles estão tentando fazer a mesma coisa que as empresas de tecnologia: “crescer rápido e escalar, democratizar, mas com carros”. Ele comentou que é comum, inclusive, encontrar lojas da Tesla em shoppings. A ideia é dar a sensação de que é algo mais acessível. “Você vai comprar o seu celular e pode parar e comprar o seu carro.”
Outra empresa que está apostando em carros autônomos é a chinesa Baidu. Ela é hoje a terceira maior empresa de tecnologia da China, ficando atrás da Tencent e Alibaba.
De acordo com Elaine Hu, representante do Baidu que nos recebeu no escritório do Vale, a companhia contabiliza cinco bilhões de buscas diárias por parte dos usuários. “Cada ação que as pessoas fazem online pode ser trackeada”, comentou, explicando o pensamento da marca.
A profissional contou um pouco da história do fundador, Robin Li, e da criação da empresa entre 1999 e anos 2000 até o momento atual em que se encontra. Desde 2012, o mobile tem sido a estratégia principal da companhia, inclusive no Brasil, e, em 2015, a receita provinda de dispositivos móveis ultrapassou a de desktop.
Hoje, mais de 50% da nossa receita vem de mobile” – Elaine Hu
No futuro, vão focar mais em inteligência artificial (AI). Aliás, junto dos carros autônomos, esse é um dos pilares estratégicos da marca para 2017: AI, self-driving cars e cloud.
Os focos foram divulgados na última convenção anual da marca, que aconteceu em setembro. Três semanas atrás, o CEO mostrou uma demo do carro da Baidu. O objetivo é comercializar o veículo em três anos. Elaine explicou ao grupo que a empresa é responsável pelo software do carro e trabalha em parceria com a Volkswagen para o hardware.
Mas não é apenas com carros que a tecnologia tem quebrado barreiras. Aliás, uma das instituições mais antigas do mundo tem sentido uma disrupção tremenda nos últimos tempos: o setor bancário. E o time de Marketing e de Digital têm trabalhado cada vez mais integrado para acompanhar as mudanças de comportamento e demandas do consumidor.
Ainda no terceiro dia de visitas da Missão do Vale do Silício, o grupo se dividiu para visitar o AirBNB e o Pay Pal. Nesta última, fomos recebidos pela brasileira Renata Santos, gerente de produto, que veio trabalhar no Vale há pouco mais de um ano. Renata contou a história da fundação da empresa e explicou porque a ideia era tão inovadora.
Nos Estados Unidos, quando você sai para jantar, o garçom não vai pegar e passar todos os cartões um por um. Ele vai aceitar uns dois, no máximo. Geralmente, alguém na mesa paga e os outros dão o dinheiro para essa pessoa. [Mas] não é todo mundo que anda com dinheiro, ainda mais na época que a tecnologia dos cartões de crédito estava crescendo. E, aqui, para você transferir dinheiro para alguém pela conta não é tão simples assim e é caro. Se eu estou te devendo 10 dólares, eu pagaria 35 pra te transferir” – Renata Santos, gerente de produto no PayPal
Foi assim que surgiu o pagamento P2P, através dos palmtops. “Aliás, o ‘pal’ de PayPal vem daí, dos palmtops.”
A marca criou então o conceito de wallet, uma carteira digital para mandar dinheiro sem pagar nada. Assim como muitas marcas, aqui no Vale do Silício, nem sempre um negócio começa pensando em lucro e esse foi o mesmo caso: o PayPal surgiu para resolver um problema do consumidor.
Eventualmente, a tecnologia migrou para a internet. E aqui veio uma segunda inovação: “na época, foi significativa porque não se tinha a ideia de privacidade online [ainda]”, explicou Renata. A marca associou-se ao e-bay, foi muito feliz em sua estratégia e se tornou referência em meios de pagamento.
Sua equipe de marketing foi bastante eficaz também ao desenvolver o PayPal Galactic, na qual promoveu o pagamento direto de uma estação espacial, difundindo o slogan de ter realizado “o primeiro pagamento do universo”.
No entanto, o pensamento inicial do co-fundador, Peter Thiel, era o conceito de segurança digital mundial.
A ideia era criar uma espécie de moeda, universal, que não tenha moeda, algo similar a um bitcoin [de hoje].” – Renata Santos
Segundo a gerente de projetos, o conceito não morreu internamente. “A ideia de dar acesso às pessoas existe. A ideia de unir o mundo financeiramente existe e a gente faz isso toda vez que a gente disponibiliza uma moeda nova, de determinado país, por exemplo, no PayPal”, opinou Renata. E complementou: “a ideia do Peter em si, de moeda mundial, não necessariamente é a moeda em si [pode ser as transações]”.
Em um bate papo descontraído, falamos ainda de e-commerce, marketplace, fraude do boleto, boleto reverso, bitcoins e fintechs, tema tão discutido no nicho bancário hoje e um dos pontos estratégicos da companhia para os Estados Unidos.
Quer saber um pouco mais sobre as inovações e o mindset do Vale do Silício? Sugiro as leituras:
*Gabriela Manzini é jornalista, trabalha com comunicação há oito anos e é especialista em Comunicação Corporativa. Atua hoje com comunicação estratégica, marketing digital e marketing de conteúdo. Em suas passagens por agências de comunicação e marketing, atendeu clientes como Microsoft, Philco, Wacom Brasil, Toshiba Brasil, Citibank, Credicard Hall, Omron, Internacional Shopping Guarulhos, e os cantores Fábio Jr. e Paula Lima. Na área corporativa, trabalhou no departamento de marketing da Shoestock e é a atual gerente de Conteúdo do Digitalks.
» DIGITAL MISSION | SILICON VALLEY 2017 - 02 a 09/12
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