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Microsoft compra LinkedIn: o que está por trás dos US$ 26,2 bilhões

No início desta semana, a Microsoft anunciou um acordo para comprar o LinkedIn por US$ 26,2 bilhões ou US$ 196 por ação. A decisão foi unânime em ambos os conselhos administrativos, mas está sujeita à aprovação de órgãos regulatórios americanos. A estimativa é que a aquisição se complete até o final do ano.

A notícia surpreendeu o mercado, mas, segundo o próprio CEO da Microsoft, Satya Nadella, a conversação entre as empresas já rolava há um tempo. “Eu sempre tive uma grande admiração pelo LinkedIn e pelo que Reed, Jeff e o time construíram. Eu tenho conversado com eles por um tempo e o fato de que isso aconteceu agora é fantástico. Mas acredite em mim: eu tenho pensado sobre isso por um bom tempo já”, afirmou Nadella em entrevista oficial ao canal da Microsoft.

 

Essa é a primeira grande aquisição da Microsoft com o novo CEO e uma das maiores da empresa até hoje. A ação apenas demonstra algo que a companhia já vem tentando mostrar ao mercado: que a fatia de produtividade e comunicação referente ao ambiente corporativo é dela. Há quatro anos, a empresa gastou US$ 1,2 bilhão com o Yammer, uma rede social corporativa que passou a ser comercializada pela Microsoft. No entanto, a rede não deslanchou como a organização esperava.

Assim, a aquisição do LinkedIn se mostra não só estratégica, mas bastante eficaz em afastar seus principais concorrentes – o Google e o Facebook – da fatia mais corporativa do mercado digital.

“Essa combinação tornará possível novas experiências [na rede social], como usar o newsfeed para publicar artigos baseados no projeto em que você está trabalhando e do Office, sugerindo que um expert se conecte via LinkedIn para ajudá-lo com uma tarefa que você está tentando completar”, explicou Nadella. Com tais experiências se tornando mais inteligentes, o engajamento do LinkedIn com o Office 365 deve crescer. Em retorno, “novas oportunidades serão criadas para monetização através de subscrições individuais e corporativas, e publicidade direcionada ao público-alvo”.

O exemplo de Nadella, dado em seu relatório interno, é apenas uma pequena parte de como a Microsoft enxerga o seu futuro com o LinkedIn. O LinkedIn será o perfil profissional central dos usuários, que será disponibilizado em aplicativo como o Outlook, Skype, Office e até o próprio Windows. O objetivo é transformar o perfil do LinkedIn em uma identidade central e o newsfeed em um fluxo de dados inteligentes que vai conectar profissionais através de reuniões virtuais, notas e atividade de e-mails compartilhadas. É o futuro do uso de um forte gráfico social lincando-o diretamente com o entendimento e aprendizado progressivo de máquinas (machine learning), uma área que a Microsoft tem demonstrado grande interesse recentemente.

O exemplo da empresa em memorando interno ainda mostra a Cortana – assistente de voz da Microsoft – conectando-se com o LinkedIn para trazer o contexto de pessoas que você poderia se encontrar profissionalmente. Tudo isso demonstra que essa é uma grande aquisição para a Microsoft, tanto monetária quanto estrategicamente, uma vez que o LinkedIn tem muito a agregar aos planos da empresa de passar de “líder mundial de nuvem profissional” para “líder mundial de rede profissional”.

Atualmente, mas de 433 milhões de pessoas usam o LinkedIn mundialmente para fazer networking, encontrar empregos e reconectar com antigos colegas. Muitos também já pagam pelo serviço Premium. O atual CEO da rede social professional, Jeff Weiner, continuará no posto, mas se reportando a Nadella.

“[Sobre ser adquirido] Não é apenas sentar e reagir. […] Em nossas conversas, Nadella falou ‘Vamos fazer isso diferente. Vocês terão sua independência’. Nós temos o senso compartilhado de alinhamento. Então, vamos sonhar grande, vamos pensar no que é possível.E esse é como se fosse nosso primeiro princípio”, disse Weiner.

 

* Com informações da Microsoft, CNBC e The Verge.

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