Sexta-feira, 18 de março de 2022
A pandemia do novo coronavírus alterou diversos hábitos na rotina dos consumidores brasileiros, um deles foi o aumento nos pedidos de refeições via meios digitais, como apps de delivery e mídias sociais. Compreendendo essa tendência e seguindo seu papel de pioneiro em temas relacionados a transformação digital, o IFB – Instituto Foodservice Brasil em parceria com a consultoria Cognitive Media Science promoveu uma pesquisa inédita no Brasil para compreender qual é a realidade do processo de transformação digital para o setor. O estudo entrevistou 61 executivos (C-Level), a maioria à frente de grandes empresas com faturamento anual acima de R$ 300 milhões de Reais do setor de alimentação fora do lar e associadas ao IFB.
O levantamento aponta que 74% do setor indicou que investirá pouco em transformação digital ou não sabe quanto investirá. Esse fato acende um alerta, pois estudos do MIT e da consultoria Capgemini Consulting mostram que empresas digitalmente menos maduras podem ter perdas de 24% nos lucros. Em contrapartida, 61% dos CEOs brasileiros aumentarão significativamente (mais de 10%) seus investimentos em transformação digital, de acordo com a PWC.
Vale destacar que o processo de transformação digital vai além das vendas online. Uma empresa que realmente deseja alcançar a maturidade digital, deve utilizar a tecnologia como propulsora das melhorias de processos estratégicos em todas as áreas, melhorando radicalmente sua gestão em todas as áreas.
Os resultados da pesquisa foram analisados de acordo com parâmetros desenvolvidos pelo MIT para classificação da maturidade digital. Em um segundo momento houve a comparação com um estudo desenvolvido pelo Núcleo DIGI da ESPM que avaliou a transformação digital no Brasil.
• Iniciantes: têm poucas capacidades digitais, limitam-se a aplicações mais tradicionais. Essa classe corresponde a 65% dos respondentes da pesquisa versus 43% no cenário nacional, indicando que o setor possui menor maturidade digital que a média das empresas brasileiras
• Conservadores: privilegiam segurança em vez de inovação, com investimentos seletivos, mas consistentes, em tecnologia e mídia digital. No segmento de foodservice, 20% foram diagnosticadas como conservadoras versus 6% das empresas brasileiras, indicando um maior conservadorismo do setor
• Digiratis: investimentos agressivos em digital alinhados com visão estratégica e capacidade de execução. Apenas 13% das entrevistadas se encaixam na classificação mais cobiçada pelas empresas que desejam se transformar digitalmente, versus 26% da média das empresas nacionais
• Fashionistas: experimentaram diversas aplicações digitais, algumas criaram valor, porém muitas não geraram resultados. De todas as entrevistadas, somente 2% das empresas de foodservice foram classificadas como fashionistas, enquanto na média 25% das empresas brasileiras são fashionistas. Isso é um aspecto positivo para as empresas de foodservice, pois significa que seus investimentos em TI possuem alinhamento com estratégia e não são influenciados por modismos.
Segundo Claudio Oliveira, CEO da Cognitive, a pesquisa é pioneira, pois oferece um retrato do estágio de maturidade digital de um setor. Permite a comparação, através de critérios objetivos, de cada empresa com a média nacional e com seus pares no mercado, e norteia o plano de ações para que as empresas realizem sua transformação digital.
A pesquisa identificou que esse resultado é proveniente de uma grande barreira cultural entre as empresas do setor. Entre os respondentes 52,5% identificaram esse fator como impeditivo para a transformação digital não evoluir. Outros motivos foram citados, como limitações orçamentárias e estruturação adequada do projeto.
“As empresas esperam que o processo de transformação digital seja a solução para muitos dos seus problemas, porém precisam atuar de maneira mais estratégica e focada para que isso se torne uma realidade. Sem dúvida, somente as empresas que se prepararem para esse novo momento do setor do foodservice terão força competitiva para alcançar seus objetivos.” Avalia Claudio Gekker, líder do comitê de transformação digital do IFB.
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