Quarta-feira, 07 de dezembro de 2016
Ampla concentração de headquarters de tecnologia e firmas de investimento Venture Capital, aceleradoras e incubadoras, educação de ponta e alto índice de empregos relacionados à tecnologia e inovação. Esse conjunto torna hoje o Vale do Silício o principal polo tecnológico e de inovação do mundo.
De acordo com Fernando Franco, representante da Câmara de Comércio de São Francisco e especialista em negócios com a América Latina, o Vale tem um clima, uma economia e um mindset completamente diferentes do que o mundo corporativo está acostumado. “Aqui as coisas são mais relaxadas, você não vai ver as pessoas correndo na rua”, disse o especialista ao nosso grupo de executivos brasileiros durante o primeiro dia da Silicon Valley Digital Mission, imersão organizada pelo Digitalks e a Startupi.
Este é o segundo ano que levamos brasileiros ao Vale do Silício com o propósito de enriquecer seus conhecimentos, trocar experiências e fomentar negócios.
Franco explicou, no entanto, que, se você não tiver cooperação, nada no mundo empresarial funciona. E ele acredita que é exatamente esse o diferencial do Vale.
Cooperação é o que traz todos esses elementos juntos. É um estado de espírito que você leva aonde for. Isso se reflete nas pessoas. E as pessoas talentosas são o que movimentam tudo.”
Ele comentou que essa forma de ver a vida e seu lado profissional é o que atrai muitos jovens para o Vale, e manter um clima mais descontraído ajuda a reter esses talentos. “Jovens não querem viver em lugares entendiantes.”
A América Latina é uma montanha russa, então pensar globalmente na hora de montar sua empresa é uma vantagem”.
Em uma conversa muito produtiva, Franco comentou sobre os altos e baixos da América Latina e ainda aconselhou os participantes do grupo sobre a internacionalização de empresas, falando ainda como deve ser a abordagem se você deseja fazer negócios com organizações do Vale. “Empresas latino-americanos vêm para cá para vender, não aprender. E aqui é um lugar para aprender”, declarou o especialista. Ele lembrou que, assim como é necessário “tropicalizar” estratégias quando se vai para o Brasil, é necessário que a regionalização também aconteça se você vem do Brasil para o Vale.
Ele comentou que, para inovar, você pode criar a sua própria inovação ou pode ainda investir em outras empresas com esse mindset, acelerando-as. Como exemplo, ele citou a Coca-Cola como uma marca que soube fazer bem isso.
Por fim, o representante da Câmara de Comércio da cidade declarou que, para “medir o sucesso”, vale olhar para além dos números e entender o tipo de relacionamento desenvolvido. Se o negócio foi bom e um vínculo foi criado, isso se transformará em recomendação.
O governo, por exemplo, quer números para anunciar nos jornais. Eu meço sucesso [também] de uma outra forma: se a companhia que eu trabalho junto recomenda mais duas empresas que estão interessadas em fazer negócios na cidade e investir por aqui, é assim que eu entendo o [que é] sucesso.”
A segunda visita do dia foi uma visita bem bacana ao headquarter (HQ) do Twitter, no qual fomos recebidos pela “Patty”, do time de Eventos e Marketing. Ela explicou ao grupo um pouco sobre a cultura da empresa – “aqui, todos podem perguntar o que quiserem para seus chefes” – e também sobre a importância de “se devolver à sociedade” o que investimos enquanto empresa.
“Aqui, tudo é gratuito. Para funcionários e, duas vezes por mês, para convidados. Temos diferentes culturas e isso se reflete na comida [que disponibilizamos], inclusive”, comentou a respeito das comidas e refeições que servem na sala do início do nosso tour.
Patty ainda citou outros dois programas sociais da empresa:
– Twitter for Good, iniciativa que leva voluntários da empresa para ajudar moradores de rua da região do Civic Center;
– Computer Lab, espaço com computadores dedicado à ajudar na inclusão digital de crianças e adolescentes carentes; o local possui alguns funcionários, mas a maior parte de quem trabalha por lá e dá aulas são voluntários.
A equipe mudou para o atual prédio do Twitter em 2010 e o edifício ao lado, dedicado à inovação, foi aberto em 2015. A organização está construindo uma ponte que vai ligar ambos os prédios sem precisar descer até a recepção. Ficou a impressão de que a atitude demonstra simbolicamente a inovação como parte integrante e fundamental da empresa.
O atual prédio emprega 2.500 funcionários dos quatro mil colaboradores do Twitter.
Confira como foi o segundo dia da Missão Digitalks 2016 ao Vale do Silício:
*Gabriela Manzini é jornalista, trabalha com comunicação há oito anos e é especialista em Comunicação Corporativa. Atua hoje com comunicação estratégica, marketing digital e marketing de conteúdo. Em suas passagens por agências de comunicação e marketing, atendeu clientes como Microsoft, Philco, Wacom Brasil, Toshiba Brasil, Citibank, Credicard Hall, Omron, Internacional Shopping Guarulhos, e os cantores Fábio Jr. e Paula Lima. Na área corporativa, trabalhou no departamento de marketing da Shoestock e é a atual gerente de Conteúdo do Digitalks.
» DIGITAL MISSION | SILICON VALLEY 2017 - 02 a 09/12
Um grupo seleto de profissionais visitará as principais empresas de um dos polos de inovação mais famosos do mundo! Participe dessa imersão. Vagas limitadas ;)
http://bit.ly/digital-mission-silicon-valley-2017
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