Sexta-feira, 17 de maio de 2024
Dentro de estratégias de marketing digital, é comum a análise do funil de vendas e como cada etapa dele está contribuindo para a geração de receita do anunciante. Historicamente, o desafio sempre esteve em como deixar o funil mais ‘gordinho’ – ou seja, como impactar mais usuários com conteúdos e anúncios relevantes para então ter um número maior de conversões e, consequentemente, mais vendas dentro dos canais digitais da marca.
Contudo, mais recentemente tem ganhado destaque na indústria o debate sobre como o funil de vendas está mais ‘magro’ – em outras palavras, o porquê de menos usuários estarem chegando ao final do ciclo de compra e de fato realizando a aquisição de um produto -, o que tem exigido das marcas novas estratégias para garantir a rentabilidade e saudabilidade dos seus canais de venda pela internet.
Fornecedora de tecnologia para a compra de anúncios dentro da internet aberta, a RTB House é uma das empresas experimentando essa nova realidade. Dados exclusivos da companhia apontam para linhas inversas quando comparado o número total de conversões das campanhas realizadas versus o ticket médio registrado. Por exemplo, entre 2021 e 2023, o número de conversões caiu praticamente à metade; enquanto no mesmo período o ticket médio dos anunciantes trabalhando com a companhia registrou aumento de 156%. Os dados são referentes a campanhas realizadas no Brasil.
“Essa mudança reflete o momento econômico vivido nos últimos anos. Uma parcela importante da população adquiriu dívidas ou perdeu renda, integral ou parcialmente, o que consequentemente se reflete no menor apetite do consumidor para novas compras”, explica André Dylewski, diretor de Desenvolvimento de Negócios da RTB House para a América Latina. “Um dos resultados mais imediatos dessa mudança está no perfil de usuário priorizado em campanhas de marketing digital no período: o foco está menos em volume de conversões e mais no potencial de investimento e recompra do usuário, o que fatalmente leva a mudanças na forma de estruturar as campanhas”, complementa.
Com menos usuários ‘disponíveis’, focar unicamente em campanhas de retargeting (conversão) acaba limitando demais a audiência e, consequentemente, os resultados gerados para a marca. É neste ponto que diferentes anunciantes têm colocado os seus esforços em abordagens integradas, conectando campanhas de retargeting a outras com foco em prospecção – em geral, voltadas para a aquisição de novos usuários ou reativação de ‘usuários dormentes’.
Dados da RTB House exemplificam este cenário: entre 2020 e 2021, o total de anunciantes investindo em campanhas com foco em prospecção triplicou, mantendo-se no mesmo patamar nos anos seguintes. Adicionalmente, estimativas internas da companhia apontam que campanhas de retargeting tendem a cobrir cerca de 20% da base de potenciais compradores de uma marca, sendo necessário investir em um mix variado de campanhas e formatos de banners a fim de aquecer e qualificar a base de clientes do anunciante – consequentemente, também otimizando o total de conversões.
“Hoje, alguns dos nossos principais clientes na região trabalham com a gente em abordagens full-funnel, não somente por entenderem que elas aumentam a rentabilidade das campanhas executadas, mas também porque ao analisá-las conjuntamente torna-se mais fácil acompanhar a jornada do usuário com a marca, o que possibilita ações mais assertivas no sentido de manter usuários engajados e fidelizados”, conta Dylewski.
Outro dado revela como os anunciantes estão encontrando terreno fértil para investimentos em campanhas dentro de aplicativos. Entre 2020 e 2023, o número de campanhas in-app realizadas pela empresa praticamente dobrou, o que também se traduziu no crescimento do valor investido pelos anunciantes neste tipo de solução e no ticket médio registrado no período: aumento de 79% e 91%, respectivamente.
“Em resumo, o pós-pandemia trouxe uma série de mudanças sociais e econômicas que se refletem no comportamento de compra online e na estratégia das marcas atuando com vendas no e-commerce. Ter menos usuários disponíveis não necessariamente significa perder rentabilidade para o negócio. Pelo contrário, é possível ter um aumento importante de rentabilidade, mas isso precisa estar acompanhado por uma revisão da sua estratégia de mídia”, explica o executivo.
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