Quarta-feira, 20 de abril de 2022
O Brasil tem mais de 80 milhões de consumidores online, que movimentam quase R$ 90 bilhões por ano, segundo pesquisa da Ebit | Nielsen. Os números do e–commerce no país crescem e empreendedores do setor devem ficar atentos às inovações e tendências que podem ser aplicadas aos negócios, para aproveitar as oportunidades e esse amplo público. É o caso do Metaverso, espaço virtual em 3D onde as pessoas podem imergir e interagir por meio de recursos como a realidade aumentada. Anunciada recentemente, a tecnologia vem repercutindo bastante e já foi abraçada por grandes marcas, que estão apostando em lojas e provadores virtuais e também na comercialização de produtos 100% virtuais.
A expectativa é que o Metaverso movimente bilhões de dólares nos próximos anos, segundo a consultoria Ernst & Young, e revolucione a jornada do consumidor. “O e–commerce que incluir o Metaverso como um novo canal de interação e compra proporcionará novas experiências aos clientes. Será possível, por exemplo, entrar em uma loja virtual com um avatar, provar diversas camisetas e comprar somente a que ficar melhor. O consumidor terá uma experiência muito próxima de uma atividade que realizaria no mundo físico, podendo testar produtos e serviços de maneira muito realista”, explica Eric Vieira, head de e-commerce do Grupo FCamara, consultoria de soluções tecnológicas e transformação digital.
Grandes empresas no país já estão se aventurando com a nova tecnologia. É o caso da TIM e da Lacta, que inauguraram lojas recentemente no Metaverso. Vieira aponta que negócios de diferentes portes poderão aproveitar as novas possibilidades, mas para isso o empreendedor deverá estar atento aos aspectos inerentes à implantação de um novo canal de vendas.
“A inauguração de um novo canal é sempre um desafio, tanto em relação à preocupação de manter uma boa experiência do usuário, quanto às questões técnicas de implementação de uma infraestrutura adequada. No Metaverso, isso não será diferente. O varejo online terá que disponibilizar uma boa experiência de compra, considerando que o cliente ainda não estará ambientado ao novo canal. Por isso, será preciso minimizar os riscos de rejeição”, esclarece o executivo.
Nesse sentido, a arquitetura de infraestrutura pode impactar de forma significativa o sucesso desse tipo de iniciativa. É necessário implementar um ambiente adequado ao volume de acessos e interações e nessa hora pode-se esbarrar em outro desafio, que é a disponibilidade de profissionais qualificados. Por isso, para que isso aconteça, é necessário que haja incentivo e projetos para formar especialistas no negócio e–commerce aliado a novas tecnologias, para que essas pessoas sejam capazes de tornar essas experiências excelentes, já que ainda é considerado que atualmente o número de profissionais da área seja escasso se comparado ao crescimento do setor.
“Além dessa necessidade cada vez maior de profissionais especializados em negócios e comércio digitais, haverá poucas pessoas com conhecimento técnico em Metaverso no mercado. Todos esses pontos devem ser considerados e quem antecipar sua preparação para ingressar no novo universo de possibilidades, estará em vantagem. Um e–commerce que possui presença forte com website, aplicativo e marketplace, ao aderir ao Metaverso alcançará uma posição de mais destaque em relação aos concorrentes”, conclui Vieira.
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