A saúde mental dos brasileiros tornou-se pauta durante a atual pandemia causada pelo coronavírus. Com o isolamento social, além de um aumento de mais de 80% nas ocorrências de ansiedade e estresse, os casos de depressão mais que dobraram. É o que aponta um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Em 2019, um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) já apontava o Brasil como o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade. Segundo ele, 9,3% dos brasileiros convive com a doença. Além disso, 5,8% das pessoas são diagnosticadas com depressão.
Foi com o objetivo de ajudar essas pessoas e atender essa demanda que surgiram as healthtechs com foco na saúde mental. Entre os serviços oferecidos por elas estão terapia online, exercícios para autoconhecimento, técnicas de meditação, entre outros.
A startup Cíngulo, aplicativo de terapia guiada que ajuda no autocuidado emocional das pessoas, é uma delas. Criada em 2017, ela disponibiliza uma autoavaliação para seus usuários e com as principais características de comportamento identificadas, monta um programa com sessões que ajudam a superar os mais variados quadros emocionais, como de ansiedade e estresse.
Atualmente, o aplicativo reúne mais de 140 sessões, com duração, em média de 15 minutos, que contemplam todos os perfis de pessoas.
Diogo Lara, CEO e fundador do Cíngulo, também é médico psiquiatra com PhD em neurociências, psicoterapeuta e pesquisador da PUCRS, e conta que o aplicativo surgiu ao observar a demanda do mercado e as mudanças que vinha sofrendo.
“O Cíngulo surgiu da vontade de levar o melhor do autoconhecimento de ponta para as pessoas de um modo que realmente as ajudasse. Tínhamos um background clínico e de pesquisa na área de saúde mental e a tecnologia estava abrindo um novo horizonte a ser explorado”, conta Diogo.
O aplicativo, disponível para iOS e Android, também proporciona aos usuários o modo SOS, com mais de 50 técnicas, com objetivo de auxiliar crises emocionais agudas. “À medida que o usuário segue esse programa de terapia guiada, ele pode refazer a autoavaliação e acompanhar sua evolução”, explica o fundador.
Após a autoavaliação no aplicativo, o usuário é encaminhado para uma página com resultado e a opção de assinar o Cíngulo premium por R$ 99,90 o semestre. Diogo conta que a pandemia contribuiu com o crescimento do aplicativo que em 2 meses, teve o número de assinantes dobrado.
Diogo fala que 80% dos brasileiros diagnosticados com doenças como depressão, ansiedade e pânico não recebem ou não procuram ajuda. Seja por estigma, questões de privacidade e resistência psicológica, até mesmo custo de tratamento e acesso a bons profissionais com um tempo adequado de consulta.
Ele também ressalta que os livros de autoajuda, mais populares e acessíveis, não resolvem de fato os problemas. Sendo assim, a tecnologia torna-se grande aliada no combate a doenças psicológicas. “Unindo a tecnologia e o melhor que há em autoconhecimento conseguimos criar uma experiência de usuário que é profundamente terapêutica, engajadora e barata. Assim, em grande parte essas barreiras estão sendo superadas”.
Portanto, para ele, a tecnologia é capaz de democratizar os cuidados à saúde mental. Futuramente, a expectativa é que ela se some aos métodos tradicionais e ofereça um caminho eficaz para quem não procura ou não tem acesso a bons tratamentos.
Diogo também fala sobre o impacto dessas doenças na produtividade de um colaborador. Segundo ele, “a falta de saúde mental corresponde a pelo menos 60% da falta de produtividade e é a principal responsável por longos afastamentos do trabalho.
Assim, o conselho que o fundador deixa é que, primeiramente, as pessoas devem reconhecer o problema e pensar em soluções além de planos de saúde, que não bastam para o cuidado da mente. “Ações de diagnóstico populacional e prevenção são fundamentais, assim como promover uma cultura de confiança, respeito e colaboração. Felizmente as empresas estão olhando mais para isso e contratando soluções como a nossa, que são usadas por 20-40% dos colaboradores e de empresas de telepsicologia, que em geral são adotadas por 4 a 8% dos colaboradores”.
Através da Inteligência Artificial, a startup Hisnëk afunila as necessidades emocionais de cada colaborador para apresentar soluções assertivas e personalizadas para a empresa que contrata seu serviço. No relatório apresentado para os Recursos Humanos com os dados sobre o estado da saúde mental da empresa em geral, os colaboradores apresentam-se anônimos, possibilitando assim que eles conversem com a Ivi, Inteligência Artificial interativa da empresa, com mais tranquilidade.
“Fundei a Hisnëk em 2014. A startup começou com a curadoria de lanches saudáveis, mas quando percebi a demanda por saúde mental dentro das empresas, decidi criar uma solução para ajudar os RHs a identificar possíveis transtornos”, conta Carolina Dassie, CEO e fundadora da startup, sobre o início de sua trajetória.
Com custo zero para o colaborador, a ferramenta consegue, após algumas conversas pelo aplicativo, entender e identificar quem possui ou tem potencial de desenvolver algum transtorno psicológico. A partir disso, ela oferece vivências personalizadas em diversos formatos, como podcast, textos e vídeos.
Ao identificar casos mais críticos, a Hisnëk indica aos colaboradores profissionais de diferentes áreas que podem atendê-los, de acordo com as necessidades identificadas. Caso a empresa já ofereça benefícios que incluem estes especialistas, a inteligência os integra dentro do aplicativo.
Segundo Carolina, a tecnologia tende a quebrar o tabu que o tema possui. “O colaborador não pede ajuda preventiva para o RH por não se sentir confortável, mas quando usamos uma ferramenta tecnológica ele fica confortável em reportar o que está sentindo – isso porque ele tem clareza que os dados nunca chegam na mão do RH de uma maneira individualizada”, explica ela.
A fundadora destaca, no entanto, que na Hisnëk a tecnologia é vista como um meio e não fim. Isso porque, algumas pessoas não possuem recursos à disposição para iniciarem uma terapia. “Nestes casos, usar as vivências que propomos na Ivi ajuda com certeza, mas nunca com o intuito de substituir o acompanhamento psicoterapêutico ou psiquiátrico”.
Além de impactar na produtividade da empresa, colaboradores que não estão com sua saúde mental estável podem trazer impactos financeiros para a corporação. De acordo com a International Stress Management Association (Isma-BR), a síndrome de burnout, distúrbio psíquico caracterizado pelo estresse e esgotamento físico ligado à vida profissional, ocasiona perdas de mais de R$200 bilhões para as empresas brasileiras.
Segundo Carolina, as empresas começaram recentemente a olharem para este tema e estão investindo em saúde mental com o intuito de prevenir a doença, principalmente diante do atual cenário, onde as formas de trabalho mudaram devido à pandemia. A startup, por exemplo, teve um crescimento de 60% da base de clientes em junho.
Para ela, além das ferramentas que apoiem o colaborador nesse processo de equilíbrio emocional e bem-estar, as corporações devem investir em uma cultura empresarial que os deixe à vontade para pedir a ajuda e falar sobre o assunto.
Outra dica dada por Carolina é a criação de algumas rotinas e regras de horário de trabalho. “Vemos muitos colaboradores trabalhando muito mais do que o normal nesse momento, e o acúmulo de dias com este excesso de trabalho aliado a preocupações do momento aumentam muito a probabilidade de termos um crescimento no número de burnouts”.
Para ajudar neste momento, a startup criou campanha Longe+Perto, uma solução adaptada para a quarentena de forma gratuita para todo o Brasil. O conteúdo apresentado foi adaptado às necessidades individuais com foco especial nos transtornos que podem surgir com o isolamento e com problemas financeiros. No aplicativo, as pessoas tiveram acesso à um espaço com mensagens de acolhimento, às necessidades individuais com foco especial nos transtornos que podem surgir com o isolamento e com problemas financeiros.
Também foi criado um espaço com vídeo em que as pessoas podiam m mandar e receber mensagens de apoio. “Assim, conseguimos dar de volta para a sociedade nesses tempos difíceis”, diz Carol.
Além de conteúdos próprios como jornadas, testes e exercícios, o Zenklub, plataforma focada em saúde emocional e desenvolvimento pessoal, oferece sessões online com mais de 400 especialistas como psicólogos, psicanalistas e terapeutas.
Criado em 2016, o Zenklub nasceu depois que Rui Brandão, CEO da startup, teve um familiar diagnosticado com burnout. “Foi demasiadamente difícil encontrar ajuda. Percebi que olhar para o bem-estar emocional precisava ser visto da mesma forma que nós olhamos e nos preocupamos com plano de saúde ou vamos até um hospital quando estamos doentes, da mesma forma que quando queremos cultivar a nossa saúde física procuramos uma academia, estúdio de crossfit ou pilates”, relembra.
A plataforma permite que o usuário encontre o especialista, que o atenderá online, de acordo sua necessidade. Através dela é possível reservar o horário e já realizar o pagamento. Além disso, através do site ou aplicativo, disponível para iOS e Android, é possível acessar uma série de conteúdos gratuitos, como o Zencast, podcast com profissionais e personalidades, dicas diárias e diário emocional.
Outra opção oferecida pela startup é o pacote Zenpremium por R$ 14,90 por mês. Com ele é possível ter acesso a todos os testes e exercícios da plataforma, além de desconto em todas as sessões com qualquer especialista.
Com foco inicialmente no cliente final, Rui conta que os anos de experiência os ajudaram a entender que para impactar positivamente e de forma massiva, precisavam de uma estratégia que aumentasse o potencial de reverberação dos serviços da startup, expandindo assim os serviços para B2B também.
“Não temos um modelo único ou específico, tudo depende do momento da organização. Ouvimos a necessidade, criamos um diagnóstico e propomos alternativas, que vão desde orientações individuais à dinâmicas em grupo. Hoje entregamos para nossos clientes corporativos um mapa emocional dos seus times que auxilia diretamente na tomada de decisões”, explica ele.
No mês passado, o Zenklub anunciou um aporte de R$ 16,5 milhões liderado pelo fundo português Indico Capital Partners. Brandão conta que no Brasil esse investimento será usado para expandir os serviços para o B2B, investindo em novos produtos e tecnologia.
Rui ainda conta que o isolamento social foi responsável por um crescimento exponencial da plataforma. “Nos últimos 3 meses tivemos um aumento de 230% no número de clientes e temos crescido cerca de 40% ao mês”, revela.
Para ele, a tecnologia, além de ajudar no tratamento das doenças psíquicas e na detecção precoce, pode ser usada para evitar o agravamento de determinadas situações, já que ela não atua somente de forma passiva. “A tecnologia é essencial na medida em que nos permite entender padrões de comportamento até então imperceptíveis Hoje, por exemplo, conseguimos usar algoritmos que permitem não apenas entender melhor como as pessoas estão se sentindo, como recomendar conteúdos e ações personalizadas para que elas possam lidar melhor com suas dificuldades, se conhecer melhor ou até mesmo desenvolver novos skills de uma forma muito mais eficiente”, destaca.
Rui concorda ainda que a tecnologia não veio para substituir os métodos tradicionais e sim agregar. Ele ainda cita alguns exemplos. “Imagine que em breve um psicólogo poderá, de forma simples, obter uma análise dos seus pacientes com base em relatórios extraídos de uma ferramenta tecnológica. Será possível entender, de forma clara, como a pessoa se sentiu durante a semana, quais foram as principais causas e frequência desses sentimentos com base nos hábitos de localização (recolhidos pelo celular), histórico cardíaco ou pressão arterial (obtidos através de dispositivos como relógios ou pulseiras digitais. Com informação mais assertiva conseguimos economizar tempo e ser mais assertivos nos diagnósticos e respetivos tratamentos”, afirma.
Sobre o ambiente corporativo, Rui acredita que, principalmente, as lideranças devem reconhecer a necessidade de cuidar da saúde mental e emocional, tornando-se assim exemplos ao falar abertamente sobre o assunto.
Assim, os próximos passos devem ser seguidos de um programa de educação emocional e o acesso facilitado a profissionais que têm experiência e capacitação para lidar com esse tipo de assunto. “As empresas precisam entender que os seus maiores ‘assets’ são os seus funcionários e por esse motivo, é fundamental investir nesse tema”, conclui.
No mês de maio, o Startupi publicou três investimentos em healthtechs. Para entender melhor essa movimentação no mercado, nós conversamos com Stephan Morais, sócio geral da Indico Capital Partners, fundo de investimento responsável pelo aporte no Zenklub.
Entre as startups que compõem o portfólio da Indico Capital Partners estão a Eat Tasty, startup portuguesa que faz a ligação entre a cozinha caseira e pessoas que querem comprar refeições feitas em casa; a Infraspeak, plataforma que oferece tecnologia sustentável e personalizada para o mercado de hospitalidade; e a Barkyn, que oferece ração personalizada para cães.
Para Stephan, a atual transformação digital na saúde oferece muitas oportunidades às healthtechs, tornando a área em um dos setores com maior potencial, em todo o mundo, nos próximos anos.
Assim, segundo ele, é muito importante que fundos de investimento aportem seus recursos em startups da área. “Este tipo de empresas necessita de muito capital para crescer e se tornarem grandes empresas. A área de saúde digital é uma das que tem maior potencial e crescimento dado o envelhecimento da população mundial e os níveis de estresse a que todos estamos sujeitos de forma crescente. Sem os fundos seria impossível estas empresas crescerem rapidamente e se tornarem viáveis em apenas alguns anos”, destaca.
Stephan ainda conta o porquê da Indico Capital Partners escolher o Zenklub para investimento. “Claramente o Zenklub tem uma oferta excelente para o momento que estamos vivendo. As soluções de terapia online são perfeitas para empresas que se preocupam com o bem-estar dos seus colaboradores e permitem um aumento de produtividade e bem estar emocional das pessoas em geral. É um mercado em grande crescimento no Brasil e por todo o mundo”.
Ele também fala que o fundo de investimento está fechando várias novas rodadas, inclusive em healthtechs, e revela no que estão de olho. “Buscamos empresas que tenham a capacidade de se diferenciar completamente à escala mundial, que estejam atacando um mercado gigante global, ainda que comecem por um país e que sejam lideradas por equipes muito qualificadas, ambiciosas e que trabalhem em parceria conosco”, destaca.
A SAP é uma das empresas que vem investindo em saúde mental e bem-estar para os colaboradores. Em um webinar realizado no último mês, Tatiana Pimenta, fundadora da plataforma de terapia online Vittude e Cristina Palmaka, presidente da SAP, conversaram sobre o assunto.
A fim de oferecer apoio e reforçar a importância da saúde mental, a SAP oferece aos seus colaboradores e familiares atendimentos psicológicos através da plataforma da Vittude, além de palestras online para falar sobre o assunto.
Cristina conta que ações como esta traz benefícios para a equipe e para a empresa, citando como exemplo um colaborador mais motivado e com mais empatia, o que resulta também, em um atendimento mais humanizado daquele funcionário com o cliente, na ponta final.
Além disso, desde que chegou à empresa, em 2013, a executiva organiza mensalmente o Café com a Cris. O evento, que reúne os funcionários para conversarem sobres temas importantes e atuais, recebeu uma atualização em seu formato para focar especialmente em saúde mental.
A presidente conta que as primeiras edições, renomeadas para Chá com a Cris, reuniram somente os líderes. O objetivo, segundo ela, era ver como esses estavam preparados para casos na equipe e prepará-los.
Agora, aberto a toda a equipe, através de uma inscrição com limite para 15 pessoas (para manter o bate-papo organizado), o Chá com Cris segue online, garantindo o cuidado da saúde mental dos colaboradores da empresa durante a quarenta.
Para medir o resultado do investimento em saúde mental dentro das empresas, Tatiana aconselha as pesquisas de clima organizacional, além da observação das taxas de turnover, responsáveis por medir a rotatividade dos funcionários em uma corporação. Além disso, Tatiana cita estudos da OMS que apontam um retorno de U$$ 4 para cada U$$ 1 investido em cuidados preventivos de saúde mental.
“Temos empresas que já conseguem medir redução de sinistros médicos com atendimento em pronto socorro, internações psiquiátricas e reduzir o número de hiperutilizadores nos planos de saúde. Outras passaram a estar posicionadas em listas importantes como o da Great Place to Work e mesmo como empresas mais desejadas para trabalhar segundo o LinkedIn”, complementa Tatiana em relação aos investimentos em saúde mental dentro das empresas.
Além da SAP, a Vittude atualmente possui em sua base de clientes empresas como Grupo Boticário, Raia Drogasil, Panvel. Durante a pandemia, Tatiana conta que o número de clientes corporativos cresceu de 22 para 60, além disso número de novos pacientes cresceu mais de 400%, saindo de 22mil para mais de 120 mil, com um salto também em relação aos psicólogos aprovados na plataforma: 32%, saindo de 4 mil para 5500 no final de maio.
Para ela, o cuidado deve começar com o líder. “Tenho visto diversos líderes altamente fragilizados e adoecidos em diversas organizações. Normalmente o burnout, doença ocasionada pelo estresse crônico por tempos prolongados, afeta diretamente líderes e pessoas de maior engajamento nas organizações. Os mais suscetíveis ao burnout são as pessoas de alta performance, que estão sempre superando suas metas, buscando mais e mais, e perdem completamente os limites entre o cuidado de si e o tempo empenhado nos negócios”, destaca.
Isso acontece, pois, pessoas com esse perfil tendem a ser apaixonadas por suas criações, empresas, dedicam-se horas a fio, sem descanso, finais de semana sem parar, e com isso, chega um ponto que adoecem.
Tatiana alerta: “Se queremos cuidar dos colaboradores, precisamos antes de mais nada cuidar de nós mesmos. Gosto muito da analogia das máscaras no avião: em caso de despressurização, coloque as máscaras primeiro em você e depois nas crianças. Há uma razão para essa orientação, se você ficar sem ar, será impossível cuidar da criança”, explica.
GetNinjas, plataforma especializada em conectar clientes a prestadores de serviços, também apostou em uma iniciativa para promover o bem-estar entre seus funcionários.
O programa chamado de GetWell coloca psicólogos à disposição de todos os colaboradores. “Estamos enfrentando um cenário que pode ser assustador para muitos e a quarentena veio de uma forma inesperada, nos fazendo olhar para nós mesmos. Como empresa, acreditamos na importância de auxiliar nossos colaboradores neste momento desafiador, e para isso, nada melhor do que manter a mente saudável”, destaca Andréia Girardini, diretora de Pessoas e Cultura do GetNinjas.
A ideia para criar o programa surgiu pela Get in Da Haus, uma ação mensal da empresa onde os colaboradores sugerem os serviços da plataforma que gostariam de ver na empresa. Com isso, a GetNinjas disponibilizou os cinco psicólogos mais bem avaliados no aplicativo para atendimentos gratuitos.
Aluísio Gonçalves, Izabella Macedo, Marcos Lopes, Paulo Nunes e Rosanne Garcia foram os nomes selecionados. Cada profissional é focado em uma especialização, como ansiedade e depressão, terapia cognitiva comportamental, e formação de liderança e desenvolvimento vocacional. A sessão ocorre semanalmente e tem duração de 50 minutos.
Portanto, para iniciar os atendimentos psicológicos, basta que o colaborador preencha um formulário digital que a empresa disponibiliza.
Andréia conta que a GetNinjas pretende continuar com a iniciativa pós-pandemia e pensa também em expandir o programa GetWell com outras ações que possam trazer benefícios aos colaboradores.
Em um momento onde as pessoas estão sendo bombardeadas por reuniões em videoconferência, colaborando assim, para um aumento no quadro de estresse, a diretora diz que saber o momento de se desconectar também faz parte do expediente. “Estar em casa não significa estar disponível para o trabalho 24 horas por dia, 7 dias por semana. O colaborador não precisa necessariamente responder e-mail às 23h pelo smartphone deitado na cama. Para vencer a vontade de conferir a caixa de e-mails, uma dica é ocupar a cabeça com outras atividades, tais como cozinhar o jantar, ler, assistir um filme, uma série ou iniciar um novo hobby, por exemplo”, aconselha.
Ainda nesse período de trabalhado remoto, Andréia também que diz que é importante manter o colaborador integrado à equipe, principalmente para evitar transtornos como ansiedade e depressão. “Para isso, é importante usar de todas as ferramentas possíveis para que a comunicação não se perca. Um diálogo eficaz via mensagens, e-mails, ligações ou até mesmo videoconferências resulta na solução e refreia dúvidas e mal-entendidos”.
Além disso, ela destaca a importância de empresas ouvirem seus colaboradores a fim de entender melhor suas necessidades e assim, estruturar e implementar ações que sejam efetivas e auxiliem positivamente tanto no psicológico da equipe quanto na produtividade. “Dar feedbacks, estar disponível, realizar happy hours online. Se aproximar de verdade e com o coração”, finaliza.
Conteúdo publicado originalmente no Startupi. Co-realizador do Digitalks Action.