Quarta-feira, 08 de maio de 2019
A nova economia digital, caracterizada pelo uso de tecnologias com o objetivo de facilitar a comunicação e até o dia a dia dos indivíduos está trazendo muitos desafios às empresas. Além da implantação das chamadas tecnologias emergentes, como Internet das Coisas, Inteligência Artificial e Chatbots, as organizações precisam entender que o cliente se tornou a figura central das estratégias de negócios e que os dados são, atualmente, uma importante moeda de troca.
Com todas essas mudanças, para se adaptar à nova economia digital e manterem-se ativas em um mercado no qual a concorrência cresce a cada dia, as empresas precisam, na verdade, mudar o seu mindset, perder o medo de assumir riscos e começar a analisar os dados que possuem sobre seus clientes de forma mais assertiva.
Na maioria das vezes, esse processo de transformação precisa ser liderado, ou, pelo menos, ter o aval e a compreensão dos gestores e diretores da empresa. João Amoêdo, atual presidente do partido NOVO, que iniciou sua carreira como trainee no Citibank e chegou à vice-presidência do Unibanco, é um exemplo de gestor que não teve medo de assumir alguns riscos para obter sucesso no mercado empresarial.
O executivo estará presente no Expo DIGITALKS 2019, que acontece em agosto, em São Paulo, e falará sobre a adaptação das empresas à nova economia digital. Mas, enquanto o dia do evento não chega, o Digitalks trouxe uma pequena prévia do assunto que será discutido no TALKS SHOW com Amoêdo.
Confira a entrevista a seguir e aproveite para, quem sabe, já ter alguns insights sobre o tema. ?
[JOÃO AMOÊDO] Todos os dias enfrentamos desafios, decisões a serem tomadas e problemas a serem resolvidos, contudo, a primeira grande dificuldade foi logo no início da carreira, assim que me formei em Engenharia, tive que optar em trabalhar como engenheiro em uma empresa da família, construir meu primeiro empreendimento imobiliário ou ser empregado no mercado financeiro. A primeira opção seria a mais confortável, a segunda era interessante, claro, que com um alto risco associado e a terceira era a mais desafiadora: iria ingressar como trainee em um banco e não tinha noção como funciona o mercado financeiro. Optei pela última pois me formei muito cedo com 22 anos e entendi que deveria adquirir mais experiência e treinamento nesta fase da vida.
A segunda situação marcante foi a quando recebi o convite para sair do Rio de Janeiro, mudar para São Paulo, deixar o Citibank onde era gerente e ir trabalhar no Banco BBA Creditanstalt que iniciava suas atividades e tinha apenas 20 funcionários. Foi uma mudança difícil, estava recém-casado e ainda com poucos recursos, mas entendi que com 25 anos era hora de arriscar, apostar no crescimento do banco e no fato de que em uma instituição menor teria uma visão mais ampla e uma ascensão mais rápida. Tudo isso de fato aconteceu.
Por fim, o outro grande desafio na minha carreira foi optar por deixar o cargo de Diretor- Executivo do BBA e assumir a financeira que o Banco havia comprado e que estava dando prejuízo. Aceitei receber uma remuneração menor na financeira em troca de uma participação acionária. Mais uma vez, saí da minha zona de conforto para enfrentar todos os desafios que uma empresa no vermelho traz. Conseguirmos fazer o turn around da empresa, os resultados aparecerem e ela foi vendida para o Itaú.
Todas estas situações tiveram características semelhantes: assumi riscos, fui responsável pela decisão final, mas ouvindo sempre as pessoas mais próximas da família, em especial a minha esposa. Pensei o que faria na hipótese da decisão ter sido equivocada e procurei avaliar sempre com que estava me associando em cada projeto.
[JOÃO AMOÊDO] Em 1999, o Brasil enfrentava problemas econômicos, mas era um País de oportunidades. De lá para cá, a intervenção do governo e a burocracia foram crescentes. A carga e a complexidade tributária dificultam muito os pequenos e médios empreendedores. Minha recomendação para qualquer executivo, dado o cenário atual, é buscar um maior envolvimento na política para termos um País com mais liberdade econômica e um uso intenso de tecnologia para minimizar as barreiras hoje existentes.
[JOÃO AMOÊDO] Duas são as características que julgo fundamentais. A primeira é pensar como dono, com visão a longo prazo, buscando a valorização da empresa e seu crescimento de forma sustentável. O bônus semestral deve ser uma consequência disso e não o principal objetivo. A segunda é trabalhar em equipe, envolver os colaboradores, colocar “a mão na massa”, liderando pelo exemplo.
[JOÃO AMOÊDO] Incorporar a tecnologia ao seu negócio, rever processos e a forma de fazer as coisas. Pensar fora da caixa. A tecnologia permite que projetos que seriam inviáveis no passado, possam existir e ter sucesso. O partido NOVO é um exemplo disto.
*Bianca Borges é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi. Analista de Conteúdo no Digitalks, também tem experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos mas, atualmente, seu foco é o Marketing Digital.
Quer saber mais sobre esse assunto? Então você precisa participar do Expo Fórum Digitalks
O Expo Digitalks é o principal evento de negócios digitais do país e segue o benchmarking dos maiores eventos digitais da Europa, proporcionando uma experiência única e integrada ao mercado mundial. O evento promove um ambiente propício para negócios, novos projetos, conexões e compartilhamento de conhecimento. Amplie seus conhecimentos e garanta sua vaga ;)
Comentários