Quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Este é o primeiro de dois textos que vou escrever daqui de Nova Iorque para tentar mostrar para vocês o que está sendo falado na maior feira do varejo mundial, a NRF Big Show. Estão aqui comigo nada menos que 1834 brasileiros, formando a maior delegação internacional da feira que ao todo conta com mais de 30 mil participantes. As seções/palestras aqui se dividem em 7 temas: (1) Varejo Digital, (2) Estratégias Globais, (3) Marketing, (4) Merchandising, (5) Mobile, (6) PDV e (7) Tecnologia. Sim, mobile é um tema central, tão discutido quanto PDV. Para um bom entendedor, meia palavra basta.
Neste primeiro dia tivemos duas “keynotes” que são as palestras principais, aonde a feira praticamente para para ouvir os líderes da indústria, como James Curleigh, CEO da Levis e Stephen Sadove, CEO da Saks. É impossível passar mais de 5 minutos sem ouvir palavras como omnichanel, mobile, internet e data neste palco principal. Por aqui, ninguém mais fala destes assuntos como se fossem inovação ou objeto de teste para melhorar de alguma maneira a experiência do consumidor. O digital (e-marketing, e-commerce, omni-chanel, mobile, etc) se tornou a norma e é indiscutivelmente o principal canal da jornada do consumidor até o momento X em questão, a compra.
Então sai de cena o e-commerce e entra o digital, como um todo. Isso porque 78% das vendas ainda estão sendo feitas nas lojas, porém, 84% destas (segundo a Deloitte) são influenciadas por um dos “touchpoints” digitais. Como disse Matthew Shay, Presidente da NRF, “A revolução digital é a maior mudança do varejo mundial dos últimos 25 anos. É um caminho sem volta e daqui para frente o consumidor será cada vez mais digital.”
E isso não quer dizer necessariamente que as lojas físicas vão sofrer (até porque 95% das pessoas ainda compram neste canal), isso quer dizer que a forma de comunicação do varejo brasileiro com o consumidor terá que mudar, terá que ser mais digital. Só não enxerga isso quem não quer. Do ponto de vista prático, o varejo brasileiro só investe em internet com a mentalidade de fazer vendas diretas via e-commerce e isso vai mudar. Varejistas já deveriam estar investindo uma boa parte (pelo menos 30%) do seu orçamento de marketing no digital, pois é exatamente neste canal que o consumidor está escolhendo onde e como comprar.
Alguns números importantes até agora (Gatner e Deloitte):
– 75% dos consumidores afirmaram que informações sobre produto vistas nas redes sociais influenciaram o comportamento de compra e aumentaram a fidelidade a marca;
– 84% dos consumidores afirmam que antes de fazer uma compra na loja utilizam o digital para melhorar a experiência de compra;
– Consumidores que se engajam com a marca no digital são 21% mais rentáveis do que aqueles que usam apenas um canal da marca.
Conclusão: o digital não é e-commerce ou marketing, não é saber fazer um post bonito no Facebook ou uma boa campanha de links patrocinados. Não é ter um bom e-commerce fazendo vendas ou colocar o comercial de televisão no YouTube. O digital muda tudo e deve estar no DNA da empresa, o que chama a maioria das empresas para um choque de cultura e mudança drástica de comportamento. Nossos consumidores já são digitais, resta agora saber o quão rápido as empresas conseguirão acompanhar este movimento.
Fonte da notícia: E-commerce Brasil
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