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Estudo Iprospect sobre o Black Friday

Levantamento mostra o que deve ser feito para tirar o maior proveito do evento

Se a sua empresa ou marca planejou para esta Black Friday oferecer mesmo descontos sedutores em roupas sociais, smartphones de última geração ou Smart TVs no Twitter, é provável que o retorno com este canal fique abaixo do esperado, aponta levantamento realizado pela iProspect Brasil, uma das principais empresas de marketing digital do mundo. E o principal motivo é que o público que compra esse tipo de produto simplesmente não está lá. Porém, ofereça descontos de 50% em artigos relacionados a astros como Justin Bieber, Demi Lovato ou à banda One Direction para ver o que acontece.

Se ainda não conseguiu perceber a dica, o principal alvo do evento, segundo o estudo, é o público adolescente. São eles a “cauda longa” do Twitter. Baixo poder aquisitivo, tíquete médio reduzido, porém que são compensados no volume.

Pelo que se viu em 2013, a maioria das empresas ainda não entendeu isso. Ainda de acordo com o levantamento, que acompanha as atividades nas redes sociais em torno da Black Friday desde 2010, revela que itens de cama, mesa e banho, vestuário, pacotes de viagem, entre outros, compõem boa parte das ofertas realizadas na rede de microblogging. E, até onde se sabe, entre o público que adquire este tipo de produto a parcela dos consumidores com menos de 18 anos é minoria.

Além disso, diversos outros indícios reforçam que a participação desta faixa etária é cada vez maior. Em 2013 foi registrado ticket médio de R$ 396,00 nas compras do Black Friday e a previsão do e-bit para este ano é de R$ 355,00.

Comportamento típico dos adolescentes, as piadas com temas populares, cresceram gradualmente, até atingir os 17% em 2013. Isso brinda os usuários do Twitter com pérolas como “Algumas pessoas deviam aproveitar a Black Friday e comprar a dignidade de volta” ou “Entrar no Black Friday p comprar uma irmã nova, pq essa que eu tenho vou te falar viu”(SIC).

Crescimento
Se 2012 foi o ano em que a Black Friday brasileira estabeleceu-se definitivamente como um fenômeno nas redes sociais ao gerar quase 370 mil postagens em 15 dias, em 2013 esse número cresceu 50% e ultrapassou a marca das 550 mil menções. E isso com relação apenas ao mercado brasileiro.

Segundo dados do Reclame Aqui, pesquisa feita em diversas cidades do país afirma que, mesmo com este crescimento, apenas 25% dos brasileiros conhecem e sabem o que é a data, enquanto outra pesquisa feita exclusivamente com internautas verificou que 92% têm conhecimento do evento.

Os grandes varejistas que não aderirem à Black Friday, principalmente nos meios digitais, não estarão apenas deixando de vender, mas também perderão uma oportunidade de reforçar o posicionamento da marca e de criar vínculos com os clientes. É muito importante que este momento traga uma experiência positiva para o consumidor, caso contrário a repercussão pode trazer prejuízo para a imagem da marca.

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Fonte: Twitter, facebook, youtube e blogosfera.

No Brasil, a Black Friday é marcada por um elevado volume de críticas, demonstra o estudo. Desde 2010, as postagens negativas no Twitter mantiveram-se estáveis, algo em torno dos 20%. As reclamações mais frequentes são sobre a promoção de descontos inexistentes ou “maquiados”, muitas vezes associados a expressões como “Black Fraude” ou “tudo pela metade do dobro”.

Wordcloud de tweets sobre a Black Friday de 2013
(amostra de 48.864 menções)

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*termos como “black”, “friday” e “blackfriday” foram retirados da wordcloud para permitir melhor visualização dos demais assuntos
Fonte: Twitter, facebook, youtube e blogosfera.

Diversos sites têm dado dicas de como se precaver dos falsos descontos, que ocorrem quando as lojas compensam a redução do preço com aumento do frete, ou quando inflam o preço artificialmente dias antes para reduzi-lo apenas na sexta-feira do evento. Como a margem do varejo brasileiro não é tão substancial quanto a do mercado norte-americano, por exemplo, dificilmente os descontos vistos por aqui serão tão expressivos quanto os do evento original.

Sites como Já Cotei e Baixou apresentam gráficos com a variação dos valores dos produtos nos últimos dias, permitindo assim que o usuário consiga verificar se agora é o melhor momento para comprar, e se os descontos apresentados são reais.

Para auxiliar os consumidores que tiverem problemas o Procon irá fazer um plantão a partir das 19h do dia 27 até a meia noite do dia 28 para atender as reclamações. Para facilitar, o órgão irá acompanhar não somente as críticas feitas pelo telefone 151, mas também fará monitoramento da hashtag #BlackFridaynamiradoProconSP nas redes sociais.

No final das contas, para a iProspect as previsões para este ano são otimistas: Segundo o site E-Commerce News, no período entre 15 de novembro e 24 de dezembro, o ecommerce brasileiro deve movimentar R$ 5,2 bilhões nas compras de natal, com previsão do e-bit de faturamento de 1,2 bilhão somente na Black Friday, que este ano acontece no dia 28 de novembro. Vale a pena lembrar, por fim, que neste ano muitos consumidores receberão a primeira parcela do 13º na própria Black Friday, o que deve contribuir para um resultado ainda melhor.

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