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A digitalização e a adaptação das empresas para o conceito de E-business

O Brasil está em um período de transição no que tange a digitalização. Segundo o estudo sobre digitalização “Tendências e Soluções para um Brasil mais competitivo – 2015”, realizado pelo Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral (FDC) em parceria com a Siemens, os executivos das principais empresas brasileiras veem a digitalização como propulsora da competitividade e desenvolvimento econômico do país – inclusive, algumas estratégias digitais já estão impactando determinados segmentos.

A digitalização, também mencionada como “transformação digital”, pode se apresentar em diferentes abordagens, dependendo do foco da organização, pensando, por exemplo, em controle, otimização de processos, aumento de produtividade e mesmo novos modelos de negócios. Dentro deste quesito, já se torna relevante o volume de empresas que nasceram digitais e se consideram e-business.

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Importante destacar que um e-business, ou negócio eletrônico, se difere do e-commerce. Neste, o comércio eletrônico é a componente do negócio, que é acessível via internet. Ele é o conjunto de atividades comerciais que acontecem online.

Já o conceito de e-business vai além e engloba todas as atividades de uma empresa. Ou seja, um negócio eletrônico usa a internet como o centro de todas as suas atividades ligadas aos seus negócios.

 

Modelo de negócio pensado para o Digital

Diversas empresas vêm surgindo dentro desse conceito, seja trazendo uma proposta completamente nova de modelo de negócio, seja adaptando um modelo de negócio antigo para uma versão remodelada para o virtual, em função da mudança de hábitos do consumidor moderno. Este é o caso da Smartia Seguros Online, pioneira em vendas de seguros para automóvel via web.

A empresa foi fundada em 2011 como uma necessidade de mercado. “Existia uma ausência no mercado. Começamos a ver comparador de serviços para tudo. Comprar viagem, por exemplo, você via a cotação na tela na hora. O CEO da Smartia, Rodrigo Caixeta, é arquiteto de software viu essas lacunas e notou que não existia um comparador de preços próprio para seguro de automóvel”, disse Marcia Camacho, gerente de Operações da Smartia.

Apesar de ser bastante praticada na Europa e Estados Unidos há anos, a corretagem online começa a engatinhar no Brasil; mesmo em 2016 são poucas as empresas que ofertam o serviço.

No caso da Smartia, o processo para a corretagem inicial é feita online, com um formulário de perguntas mais dados pessoais e de utilização do carro. Os valores são vistos na hora, na tela do computador, considerando valores mínimos de condicionamento. No entanto, mesmo o negócio sendo centrado na internet, eles optaram por considerar o fato humano no pós-atendimento. “O modelo de cotação é totalmente online, mas o amparo ao cliente, qualquer dúvida que venha a ter, existe uma equipe de técnicos especializados”, esclarece Marcia, especialmente na intervenção junto da seguradora.

A empresa também disponibiliza um aplicativo que deixa todos os clientes conectados com a assistência 24 horas para pedir um reboque ou abrir um sinistro, dentre outros serviços.

 

Negócio pensado para o Mobile

Já o Cariocando, iniciativa que surgiu com um Instagram com dicas de roteiros de passeios pela capital carioca, utiliza as redes sociais e a linguagem informal como toque humanizado do negócio.

Do Instagram, o Cariocando se transformou em negócio de roteiros personalizados com um portal e, desde fevereiro, já migra para o formato de aplicativo, disponível para download gratuito em IOS e Android. “A vantagem do app é que é tudo organizadinho. No Instagram, por exemplo, você perde a informação e não consegue mais achar. No app, você vê restaurantes pelos tipos que quer ir. Ele é todo interligado ao Waze e tem uma categoria que chama clube de descontos, com vantagens para os seguidores”, explica, comentando que optou pelo Mobile Marketing para se manter atual dentro do seu segmento de atuação, que é o Turismo. “O aplicativo está sempre à mão. Achei que ia ajudar mais as pessoas.”

No Cariocando, o contato é feito online, o roteiro é disponibilizado online e pode até ser concretizado na realidade, no caso de ser turma para passeios. O atendimento também é feito online e utiliza muito e-mail e as redes sociais para tal.

Nicole trabalhava como advogada, mas já não se identificava com a área. Ela conta que o negócio digital surgiu como um hobby. “Sempre gostei muito do Rio, sou apaixonada pela cidade. Fiz um Insta de dicas e a galera começou a curtir e comentar. Sentia que as pessoas tinham acesso à informação, mas não o suficiente para um roteiro de viagem. Comecei mandando questionários de perguntas para traçar o perfil, o quanto pretendiam gastar na cidade, gosto musical, faixa etária. Com isso montava o roteiro de programação. Anunciei e vi que as pessoas estavam pedindo mais”, conta.

Muito característico de modelos de negócio eletrônico, os produtos passaram a ser ofertados com a resposta do público. “Deixei o público ditar o que seria o rumo do negócio”.

 

Mencionando o mesmo estudo sobre digitalização da FDC e da Siemens, 85% dos entrevistados – dos quais CEOs, CIOs e especialistas em Tecnologia – acreditam que a digitalização aumentará a competitividade no Brasil. Para quem aposta em negócios que se dão digitalmente, considerar o Mobile hoje é um dos pré-requisitos.

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Com o surgimento dos smartphones, em meados de 2010, e o crescimento exponencial ocorrido no Brasil, a partir de 2013, assistimos a uma verdadeira mudança no hábito de compra dos brasileiros, bem como no mundo tudo. De acordo com estimativas da E-bit/Buscapé, em 2015, o acesso via dispositivos móveis em lojas virtuais no Brasil foi de 35%. Isso significa que, em mais de 1/3 do tempo em que os consumidores navegam em lojas ou negócios virtuais, eles já estão utilizando smartphones ou tablets.

Já as vendas via dispositivos móveis apresentaram forte crescimento ao longo de 2015, atingindo um share financeiro de 15% das vendas, no mês de dezembro/2015.

 

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