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ContinuousNEXT: como obter sucesso e ir além por meio da Transformação Digital

De acordo com os analistas do Gartner, a aplicação do conceito ContinuousNEXT é essencial para o fortalecimento das empresas na Transformação Digital

 

A fórmula para obter sucesso em um mundo que está constantemente em transformação é implementar a abordagem ContinuousNEXT. De acordo com o Gartner, Inc., ContinuousNEXT é a evolução futura dos conceitos que a empresa introduziu nos últimos anos e que irão se fortalecer por meio da Transformação Digital.

Valentin Sribar (Vice-Presidente Sênior do Gartner), Cindi Howson (Vice-Presidente de Pesquisas do Gartner) e Donald Feinberg (Vice-Presidente e Distinguished Analyst do Gartner)

 

Os cinco requisitos para as organizações implementarem uma estratégia ContinuousNEXT são:
• Privacidade;
• Inteligência aumentada;
• Cultura;
• Gerenciamento de Produto;
• Digital Twin

 

Valentin Sribar, Vice-Presidente Sênior do Gartner, explicou durante o Gartner Symposium/ITxpo, em São Paulo, que agora é tempo para organizações estarem mais abertas para se adaptarem a mudanças. Segundo ele, os líderes precisam trazer novas práticas, desenvolver novas competências e criar novos meios para obter sucesso – a abordagem ContinuousNEXT.

“A transição para o digital é inegável e está em ritmo acelerado, sendo disruptiva no governo e nos modelos de negócios empresariais. Esses novos modelos redefinem a maneira como organizações criam, entregam e capturam valor. […]”, diz Sribar.

De acordo com o Vice-Presidente Senior, quase dois terços dos CEOs (Chief Executive Officers) e CFOs (Chief Financial Officers) antecipam a mudança do modelo de negócio por conta da Transformação Digital, tendo os investidores encorajando essas mudanças e recompensam organizações que envolvem todos os produtos e serviços com competências digitais.

Para Sribar, os lideres “[..] não estão apenas interessados em dados – que agora é notícia velha. Desejam saber o que você faz com dados por meio de analytics avançados e inteligência artificial. Os líderes aplicam tecnologias e informação de maneira única e criativa para superar seus colegas. Isso é o que distingue esses profissionais dos demais. Nesse cenário, entra a abordagem ContinuousNEXT”.

 

Dinamismo

Em um ambiente que se desenvolve em meio a contínuas mudanças, cientistas de dados do Gartner têm identificado que o maior indicador de sucesso é o dinamismo organizacional. Mais do que apenas ser conduzido pelos negócios, e não importa se modelos governamentais são livres ou reguladores, o principal fator de sucesso é o dinamismo. Trata-se da habilidade de abraçar a mudança e adotar tecnologias de um novo jeito. Mais de três quartos das organizações enfrentam dificuldades com o dinamismo. “A forma como você adota tecnologia importa, e o dinamismo é um fator crítico”, destaca Sribar.

 

Privacidade

Dominar a privacidade e criar conexões digitais confiáveis é um requisito fundamental para o ContinuousNEXT. Se as empresas não gerenciarem com sucesso as questões de privacidade, o processo de Transformação Digital estará em risco por completo. Cada vez mais, a privacidade leva à confiança, e confiança é poder.

No entanto, devido às recentes violações de segurança, há um crescente ceticismo dos consumidores, o que impacta a confiança. Pela primeira vez, um grupo considerável de clientes e colaboradores não estão dispostos a abrir mão de segurança e da tranquilidade em troca de conveniência. Muitos consumidores, inclusive, já excluíram parte de suas contas das mídias sociais ou atualizaram suas configurações de privacidade.

As organizações precisam ter a responsabilidade de proteger os dados de consumidores, cidadãos e colaboradores. Sribar explicou como alcançar essa meta:

Isso geralmente significa colocar alguém encarregado no comando de um programa de gerenciamento de privacidade, detectando e reportando imediatamente violações, garantindo que indivíduos tenham controle de seus dados. Essa é uma questão que deve ser tratada no nível da diretoria, mas apenas metade das organizações possuem controles adequados”.

 

Inteligência aumentada

Inteligência aumentada é o passo lógico além da Inteligência Artificial. Por exemplo, há uma crescente opinião do público que sistemas de Inteligência Artificial vão modificar a força de trabalho, mas o Gartner não enxerga isso como algo prejudicial aos trabalhadores.

“Colocar os profissionais lado a lado com avançados sistemas de Inteligência Artificial, processos e robôs permite que as funções desses trabalhadores sejam mais impactantes”, salienta Sribar. “Companhias que hoje adotam Inteligência Artificial permitem que seus colaboradores mantenham seus empregos, embora de uma forma nova, tornando esses cargos ainda mais significantes e gratificantes”.

 

Cultura

As organizações devem ter uma cultura dinâmica para viabilizar o ContinuousNEXT. No entanto, a cultura é identificada por 46% dos CIOs como a maior barreira para realizar a promessa dos negócios digitais. Analistas do Gartner dizem que mudança de cultura nem sempre precisa ser grande e difícil.

Invada sua cultura para mudá-la”, aconselha Alvaro Mello, Diretor Vice-Presidente do Gartner. “Ao hackear a cultura, não temos a intenção de encontrar um ponto vulnerável para invadir um sistema. Trata-se encontrar pontos vulneráveis em sua cultura e transformá-los em mudanças reais que possam ser aderidas. ‘Hacking’ significa realizar ações menores que normalmente são negligenciadas. Grandes invasões também estimulam repostas emocionais, geram resultados imediatos e estão visíveis para um grande número de pessoas de uma única vez”.

Segundo Mello, muitos CIOs estão gastando 70% do seu tempo em reuniões ou enviando e-mails. Eles podem obter tempo livre cancelando reuniões de status, substituindo-as por briefings ou atualizações por escrito. Os líderes estão mudando o esquema de autoridade de tomada de decisões para que outros possam agir. O Gartner indica que os CIOs deveriam deixar os autores de “grandes ideias” se tornarem o CEO delas.

Para transformar a cultura da sua organização, os analistas do Gartner indicam seguir essas 10 dicas: 

 

Digital Product Management

O gerenciamento de produtos digitais é um requisito fundamental do ContinuousNEXT e, acelerar sua adoção significa que se as empresas não começarem logo elas nunca conseguirão alcançar outros players do mercado. A pesquisa do Gartner 2019 CIO Agenda mostra que os funcionários com melhor desempenho têm duas vezes mais probabilidade de fazerem entregas centradas em produtos.

“O Digital Product Management não é apenas uma maneira diferente de fazer TI. É um jeito diferente de fazer negócios”, afirma Donald Feinberg, Vice-Presidente de Pesquisa do Gartner. “Hoje, as companhias mais poderosas mesclam tecnologias digitais aos produtos para criar uma nova prática de gerenciamento. Por exemplo, ninguém pergunta mais para a Amazon se ela é uma varejista ou uma companhia de tecnologia. Ela ganha sendo ambas. A Tesla é uma companhia de tecnologia na indústria automobilística. A Apple é uma empresa de tecnologia, que agora está na indústria de saúde. A tecnologia digital e inovação de produtos estão se tornando indivisíveis em todas as indústrias”.

Feinberg destaca ainda que gerentes de produto terão de aplicar Design Thinking e metodologias ágeis para moldar as experiências dos usuários. Analytics e inteligência contínua impulsionam a constante evolução dos produtos, e DevOps contínuos entregam semanalmente, ou até mesmo diariamente, atualizações de produtos. “É por isso que o Digital Product Management ultrapassa o gerenciamento de projetos de TI”, explica.

 

Digital Twins

Digital Twins são geralmente usados para gerenciar objetos físicos, tais como motores de jatos e turbinas eólicas por meio de sensores e modelagem de computador. No entanto, Digital Twins estão evoluindo e ficando cada vez mais robustos.

Cindi Howson, Vice-Presidente de Pesquisa do Gartner, afirmou para plateia de executivos do Gartner Symposium/ITxpo 2018 que as organizações poderiam criar um modelo Digital Twin para si, o que o Gartner chama de DTO. Com os DTOs, é possível acompanhar virtualmente como pessoas trabalham, os sistemas e os processos com os quais têm contato e como o trabalho se desloca de um departamento para outro em suas organizações. É como tirar o telhado do local de trabalho e olhar para dentro.

“Em um DTO, você começa com um ambiente real, com pessoas reais e máquinas trabalhando juntas”, explica Howson. “Isso gera inteligência contínua sobre o que está acontecendo em tempo real. Permite que os CIOs modelem diferentes cenários, escolham um, tornando-o depois real no mundo físico”.

 

No final da palestra os analistas deixaram mais três recomendações para as empresas que querem ir além com a Transformação Digital: coloque alguém no comando, detecte e denuncia as violações de dados, e permite que os consumidores controlem os próprios dados.

E a sua empresa já segue algum desses requisitos?

 

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