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Agências e Startups: essa parceria tem futuro?

Mudança do modelo de negócios reforça a relação entre agências e startups

 

Texto por Bianca Borges*

 

agências e startupsO modelo das agências de publicidade atual não passará de 2020. É o que diz Felipe Morais, coordenador dos cursos de MBA de Marketing Digital e Gestão Estratégica de E-commerce da Faculdade Impacta.

O principal responsável pela quebra de paradigma é a mudança de comportamento do consumidor aliada à massificação do uso da internet.

 

“Recentemente a Globo mostrou que o GloboPlay rodou mais de 6,3 bilhões de minutos de conteúdo, em um ano. Imagina o quanto o YouTube rodou. O Brasil, desde 2007 é o país que mais fica online no mundo. A Internet é obrigação das marcas pois, se querem falar com as pessoas, é lá que elas estão”, afirma Morais.

 

A internet tornou a relação entre a empresa e o cliente mais dinâmica e interativa, e também deixou os consumidores mais exigentes. Esse fator gera um desafio para os novos gestores de marketing que precisam desenvolver campanhas publicitárias cada vez mais assertivas.

Em função da internet, as agências estão investindo mais em estratégias de performance do que de branding. Porém, as empresas precisam lembrar que esse meio de comunicação não é apenas uma mídia para converter clientes e fechar vendas; antes disso, é um canal de relacionamento. A internet não deve ser bombardeada com qualquer tipo de propaganda, ao contrário, deve fornecer conteúdo relevante.

“Campanhas como “Compre 500,00 reais e concorra a um carro zero” já não exercem tanta influência sobre o consumidor”, conforme explicou o coordenador.

 

Agora o que está em pauta é a interação das marcas com o seu público-alvo. E, para atender às expectativas dos consumidores, é isso que as agências devem trazer para o dia a dia das marcas.

 

A relação entre agências e startups

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Diante dessa mudança, as agências estão revendo seus modelos de negócios e pensando em maneiras inovadoras para atingir seus objetivos.

Uma nova tendência que está se tornando realidade é a inserção de startups dentro das agências. Conhecidas por serem pioneiras em ideias e projetos diferenciados, as startups são especialistas em resolver problemas, e muitas delas fazem isso com o respaldo das novas tecnologias.

Essa capacidade é muito útil para as agências, que, na maioria das vezes, não possuem expertise em tecnologia e sim, em comunicação. De acordo com Morais, existem áreas de TI dentro das agências com excelentes profissionais para desenvolver sistemas, aplicativos, sites e lojas online, mas não sistemas mais robustos como softwares e ferramentas de Big Data, por exemplo. Visto que, esse não é o core business das agências, de um modo geral.

“Essa relação é positiva para ambos os lados. As agências conseguem vender um serviço inovador aos seus clientes sem necessitar de altos investimentos e as startups, inseridas dentro das agências, além de evitar o custo com a infraestrutura, podem aumentar seus lucros, pois seus projetos serão vendidos por profissionais das agências, que tem mais experiência e contatos para isso. No final, é o mercado que ganha com inovações, movimentando a economia como um todo”, explica o especialista.

 

Novas tecnologias

As novas tecnologias também colaboram para que essa relação entre agências e startups se intensifique. Isso porque, não foi só o comportamento do consumidor que mudou.

O mundo mudou! Há 10 anos íamos no banco para depositar cheque. Hoje, o app do Banco Original faz isso por foto. Há mais de 100 carros rodando no mundo diariamente sem motoristas, o Uber lançou isso, a mesma empresa que mudou o tradicional mercado de táxi via economia colaborativa ”, comenta o Morais.

 

Internet das coisas, realidade aumentada, inteligência artificial. Todas essas tecnologias conquistam a atenção dos consumidores e já estão sendo usadas por algumas empresas em campanhas publicitárias.
É nesse contexto que aparecem novamente as startups, que podem ajudar as agências a desenvolverem tecnologias para serem usadas nas campanhas.

“A inserção de startups dentro de agências pode trazer as inovações que o mercado precisa”, conclui o acadêmico.

 

>> E você, como vê esse assunto e a relação entre startups, agências e novos modelos de negócio em comunicação?

 

* Bianca Borges é jornalista pela Universidade Anhembi Morumbi, trabalhou na Investe São Paulo com assessoria de imprensa e, hoje, atua na equipe de Conteúdo do Digitalks.

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