quarta-feira, 19 de abril de 2017
Volta a cair o otimismo do empresário brasileiro em relação aos negócios para os próximos 12 meses, como aponta o estudo International Business Report (IBR), realizado pela auditoria e consultoria Grant Thornton, que avalia a expectativa de 2.400 líderes de mercado em 36 economias. O otimismo chegou a 50% no 1º trimestre de 2017, queda de 9 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, que foi de 59%. Mesmo com a retração, o indicador ainda é um dos melhores dos últimos dois anos.
Essa queda é acompanhada pela redução nas expectativas de rentabilidade (35% – queda de 15 pontos percentuais); emprego (25% – retração de 4 pontos percentuais); receita (61%, redução de 3 pontos percentuais) e preços de vendas (42% sendo 3 pontos percentuais a menos). As preocupações com burocracia e regulamentação aumentaram 19 pontos percentuais, chegando a 42%.
No ranking geral, o Brasil caiu 4 posições, saindo da 11ª para 15ª colocação entre os países mais otimistas, estando à frente de países como Suécia (15º), México (16º), Reino Unido (21º), França (22º), Argentina (25º) e Itália (26º). Os países que apresentam os melhores indicadores são Indonésia, Filipinas e Índia. Já os mais pessimistas são Malásia, Japão e Grécia.
Apesar da queda em relação ao trimestre anterior, quando comparamos com o mesmo período de 2016 a pesquisa apresenta uma situação de melhora em indicadores como receita, 61% (19 pontos percentuais de crescimento); empregabilidade, 25% (9 pontos percentuais a mais); rentabilidade, 35% (incremento de 8 pontos percentuais); custos de energia, 27% (queda de 24 pontos percentuais); pesquisa e desenvolvimento, 21%, (1 ponto de crescimento).
Globalmente o otimismo registrou o nível mais alto (49%), crescimento de 11 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior que havia apresentado 38%. A pesquisa mostra que a confiança é particularmente mais forte nos Estados Unidos, onde os níveis subiram de 54% para 80%. Este aumento no otimismo entre os tomadores de decisão é um bom presságio para a economia em geral.
O otimismo também está em alta no Canadá, passando de 33% para 59%; México, de 8% para 32%; os países da União Europeia apresentaram um crescimento de 34% para 39%, apesar da saída do Reino Unido e Japão e Cingapura houve registro de melhorias de 20%.
“Como a maior economia do mundo, a confiança empresarial dos EUA acaba impulsionando todo o mercado global. Com isso, percebemos que países com fortes laços comerciais também estão passando por uma nova onda de esperança. Mas, claramente, as empresas americanas ainda não estão vendo ou esperando que isso resulte em mudança no curto prazo. As empresas aguardam o cumprimento de promessas relacionadas a gastos, desregulamentação e cortes de impostos, enquanto os mercados de ações continuam a reagir aos desenvolvimentos das decisões políticas”, destaca Francesca Lagerberg, Líder Global da Grant Thornton.
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