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Fake News: proliferação de notícias falsas já faz parte do nosso dia a dia

Pesquisa revela que a maior parte das pessoas acreditam que a responsabilidade pela divulgação das fake news deve ser de quem as compartilhou: ‘o outro’

 

Indivíduos de todo o Brasil participaram de uma pesquisa sobre Fake News: na visão dos brasileiros. O estudo inédito foi realizado pelo Digitalks, em parceria com o Opinion Box, e apresentado durante a Conferência Content 2018, em São Paulo.

Foram realizadas 2.016 entrevistas, sendo 52% do público formado por mulheres e 48% por homens, entre os dias 7 a 13 de março. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.

A pesquisa parte do princípio da importância da internet na busca pelo conteúdo, destacando o poder da internet como fonte de acompanhamento e compartilhamento de notícias. 76% do público entrevistado busca informações em sites, blogs e portais, enquanto 74% se atualiza através das redes sociais. Outro dado relevante é que 70% dos indivíduos acreditam que a internet ajuda as pessoas a se informarem mais, de forma geral.

A questão é: essa informação é fake? 47% responderam que nunca compartilharam algo que depois descobriram ser fake e 16% não podem afirmar com certeza, mas  37% afirmaram que isso já aconteceu. Desse total, assim que descobriram 57% apagaram o post ou mensagem e outros 29% desmentiram a informação.

Outro ponto que chama a atenção é que 8% das pessoas admitiram já ter compartilhado uma fake news intencionalmente e os motivos são diversos: não ter certeza se era falsa, ter achado engraçado ou porque gostaria que fosse verdade. Em contrapartida, 79% já identificaram algum amigo ou parente compartilhando notícias falsas, sendo que 46% avisaram a pessoa em particular, 38% comentou na própria publicação e apenas 15% não fez nada.

Segundo Felipe Schepers, CEO da Opinion Box, a proliferação das fake news não passa por um processo intencional, o que foi comprovado por 92% dos entrevistados. “As pessoas estão mais criteriosas ao compartilhar informações, mas isso não impede que as notícias falsas circulem na internet. Se as marcas ficarem esperando os consumidores avisarem sobre as fake news, vão perder tempo”, esclarece Schepers.

Das pessoas ouvidas, 84% afirmaram que antes de compartilhar uma notícia espalhada por alguém que não conhece checam se o perfil é fake; 81% pesquisam antes para ter certeza de que as informações de uma notícia ou fato são verdadeiros; 73% não costumam compartilhar na internet notícias que leram apenas o título e outros 70% não costumam compartilhar na internet notícias que não leram até o fim.

Ainda sobre a fake news no dia a dia, 60% dos entrevistados já viu ou teve contato com algum perfil fake, sendo que 61% denunciaram o perfil, 32% não tomaram nenhuma atitude e 7% entraram em contato solicitando que fosse deletado o perfil ou a informação.

Sobre a crise de confiança gerada pela quantidade de notícias falsas nas redes sociais as opiniões são distintas: 24% acreditam que as informações são confiáveis, 43% acham que nada mudou e 33% consideram que convivem com mais notícias falsas. Já com relação à credibilidade dos meios de comunicação no Brasil, 29% afirmam serem confiáveis, 42% consideram neutros e 29% afirmam não serem confiáveis. Para finalizar esse tópico, 35% não acredita que a internet contribuiu para a queda da qualidade do jornalismo, 31% se manteve neutro e outros 34% afirmam ter contribuído.

Entre os canais de comunicação, o veículo que possui maior credibilidade e confiança das pessoas é a televisão, com 60% da preferência nacional. Porém, a internet é o meio mais utilizado para acompanhar notícias e assuntos do momento, conforme já citado.   

Uma das polêmicas levantadas refere-se à responsabilidade de verificar se a informação compartilhada nas redes sociais é verídica. Os entrevistados acreditam que a responsabilidade é do ‘outro’, ou seja, 30% afirma que é de quem compartilhou, 28% acredita que é do veículo, 25% da rede social e apenas 17% afirma ser do leitor.

Flavio Horta, CEO do Digitalks, afirma que essas informações são fundamentais para que os veículos e as marcas estejam atentas e possam adotar práticas cada vez mais transparentes e rápidas com relação à informação em geral. “Conhecer o comportamento do consumidor é fundamental para traçar estratégias que auxiliem a comunicação com cada stakeholder”, completa.  

 

Quer saber mais sobre fake news? Então dê uma lida nos conteúdos a seguir:

>> Fake news: um vislumbre do cenário brasileiro

>> Idec e outras 28 entidades lançam manifesto contra proposta do Congresso para combater fake news

>> Fake News e Post-Truth: como as empresas e marcas podem lidar

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