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Onboarding Digital: como é iniciar em um novo emprego na quarentena

* Por Gabriel Dias

A quarentena compulsória atingiu muitas empresas de surpresa. Para alguns, acabou sendo natural trabalhar de casa e continuar a interação com a equipe de forma remota. Mas e para os profissionais que acabaram de iniciar uma nova jornada na empresa e não tiveram nem a chance de conhecer fisicamente os colegas?

 

Foi o caso da Renata Minami, Diretora de Contas da Gamned. O primeiro dia da Renata foi em uma segunda-feira, 16 de março, quando todos os colaboradores da empresa estavam em quarentena voluntária – antes do decreto do Governo do Estado de São Paulo. A adaptação aos processos de treinamento, contato com a equipe e todo o onboarding da nova Diretora de Contas teve que ser feito 100% virtualmente. 

Confira como está sendo essa experiência sem precedentes da Renata e quais lições a profissional está tomando para a carreira. 

[Digitalks] Você já trabalhou em home office? Qual é a sua opinião?

[Renata Minami] Trabalho em home office desde 2015. Para não ficar tão distante dos clientes, eu defini que passaria 3 dias em casa e 2 dias em reuniões presenciais, o que trouxe um excelente equilíbrio entre solidão e socialização e também me possibilitou criar um esquema de trabalho e rotina para isso. Eu sempre vi o home office como uma excelente opção, pelo menos eventual, para reduzir o trânsito nas grandes cidades e aumentar a produtividade, portanto, eu sempre fui favorável a ele. 

[DT] Qual foi a sua sensação quando você entrou na Gamned e percebeu que teria que trabalhar remotamente?

[RM] Acredito que o fato de eu estar muito empolgada para iniciar no desafio e por eu já estar acostumada ao trabalho remoto, me deixaram um tanto ingênua em relação à complexidade de fazer todo o onboarding dessa forma. O que inicialmente pareceu tranquilo, aos poucos foi se revelando angustiante, pois somos seres sociais e não poder olhar nos olhos, conversar sobre amenidades para criar vínculo, tomar um café e dar risada juntos, dificulta a integração com o time. Então tive dois momentos: o de me iludir que não teria grandes desafios em relação ao trabalho remoto e o de vivenciar a situação e me ver angustiada e, de certa forma, impotente ante às barreiras da falta de contato físico.  

[DT] Já aconteceu algo parecido antes?

[RM] Jamais. Acredito que o que estamos vivendo seja totalmente inédito. O isolamento social é global, enfrentamos não só uma epidemia, mas também uma onda avassaladora de desinformação que dificulta a luta contra o vírus, e dispomos de recursos para, de certa forma, seguirmos vivendo com uma falsa sensação de normalidade. Temos acesso a tudo pelo nosso celular, computador, então seguimos fazendo compras, conversando com quem amamos por chamada de vídeo, iniciando em novas oportunidades de trabalho ainda que remotamente, mas nada é como antes. Estamos aprendendo a lidar, então é tudo muito novo para todos. 

[DT] Como está sendo para você conhecer a cultura, os colegas de trabalho e as operações da empresa?

[RM] Mesmo sendo acostumada a trabalhar remotamente e já tendo atuado em conjunto com times de outros países, iniciar a relação com um novo trabalho 100% dessa forma é difícil, pois, como mencionei antes, faz falta ter um contato mais humano, materializar as pessoas nas nossas vidas. Imagino que para minha equipe também esteja sendo muito desafiador ter de contar com uma pessoa que elas não conhecem, então isso tem demandado bastante inteligência emocional e disposição de todos os envolvidos. 

 

Mas um ponto muito positivo da Gamned nesse momento é que, por já termos uma operação que é parcialmente remota na França, acabamos por sair na frente em relação à integração dos times, pois todos estão acostumados com o contato virtual e a distância geográfica. Temos diversas ferramentas que nos auxiliam no trabalho em home office e uma cultura de integrar times de países distintos para que todos tenham o sentimento de pertencimento independente de onde estejam. 

 

Por exemplo, essa semana teremos um happy hour virtual com direito à DJ para todas as sedes da Gamned! Além disso, temos nos falado muito por videoconferência e por ligações para termos mais contato e integrar mais o time.

[DT] Como a empresa está fazendo o seu onboarding?

[RM] Eu tenho recebido muitas orientações claras tanto da direção no Brasil, quanto da França. Além disso, tenho tido treinamentos diários com os colegas franceses (que estão em isolamento social há mais tempo do que nós) de cada área da empresa e todos têm sido muito parceiros, compreensivos e dispostos a ajudar. Eles entendem que minha situação está longe do ideal, então tem se dedicado a me integrar à empresa e a entender os detalhes da cultura e operações com cuidado. E por estarmos vivendo esse período de total exceção, eu consigo ter algum tempo para conhecer os clientes e processos com mais cuidado, o que seria difícil se estivessemos no ritmo normal de trabalho.

 

O que não tem como melhorar neste momento é meu contato com nossos clientes, mas como estamos todos vivendo nesse mesmo cenário, todos estão sendo muito colaborativos e compreensivos.

[DT] Qual é o maior desafio até agora?

[RM] Gerir uma equipe que eu não tive a oportunidade de dar um abraço e olhar nos olhos. 

[DT] Essa nova experiência mudou algo para você?

[RM] Sim, mudou tudo. Estou refletindo bastante sobre o quão social nós somos enquanto seres humanos. Nunca senti tanta falta de almoçar com meus colegas de trabalho como agora! Mas eu me sinto verdadeiramente sortuda por entrar em uma empresa que já tem ferramentas e um modelo de trabalho que envolve naturalmente o contato virtual, então não estou tendo de ajudar a consolidar uma nova forma de trabalhar enquanto aprendo sobre a empresa, os clientes e o trabalho em si, isso acelera minha curva de aprendizagem e me possibilita a trabalhar o mais integrada possível com todos os times da empresa. 


Por outro lado, também estamos lidando, em casa, com a difícil divisão de cuidar de uma criança de 2 anos enquanto trabalhamos. Essa reclusão nos fez ficar mais próximos enquanto família e muito mais integrados na função de criar nossa filha (e entretê-la!), cuidar da casa, dos cachorros. Apesar de estar tudo muito corrido, o ritmo de tudo que é externo diminuiu, então podemos nos aprofundar em nossas relações.

Gabriel Dias

*Gabriel Dias é analista de Conteúdo do Digitalks 

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