Artigos

Responsivo ou irresponsável?

Você realmente sabe o que é responsividade e Mobile-First? Embora tenham o mesmo objetivo (comunicar da melhor forma em qualquer tipo de dispositivo), os dois métodos são muito diferentes. Basicamente um segue o processo inverso do outro. Mas afinal de contas, qual é a melhor metodologia para a criação do meu site ou minhas comunicações por email?

Uma coisa comum é começar o projeto pensando na versão desktop do site ou montar campanhas de comunicação por email imaginando que o usuário vai ler em seu computador. A web nasceu no computador e só depois começou a popular outros dispositivos como smartphones e tablets, e logicamente é assim que pensamos, primeiro o Desktop. O problema é que na cabeça dos usuários não funciona assim. Elas querem acessar o “site” pouco importa se irão acessar a versão “desktop” ou a versão “mobile”.

É notável a evolução de dispositivos móveis no Brasil e uma das principais portas de entrada da inclusão digital é a internet móvel, seja ela através de tablets ou smartphones. Projeta-se que até 2016, o Brasil já tenha 71,9 milhões de usuários de smartphones. Hoje 38,8 milhões de brasileiros, utilizam o smartphone para acessar sites, ler notícias, fazer compras online, pesquisar preços e ler seus emails. Mas o que esses dados significam? É simples, seu site e suas comunicações por email precisam ser vistos em qualquer dispositivo ou você vai perder público e oportunidades de negócio.

Normalmente os times de Design, criação e desenvolvedores começam pela versão desktop, assim como a equipe de marketing que vai “chapar” uma imagem cheia de informações e produtos para criar um email com grandes e atrativas promoções. O que acontece, muitas vezes, é que em determinado momento a equipe se lembra de que o site e a campanha de email também precisam ser visualizados em celulares. O que o designer faz, então, é tentar adaptar o conteúdo do site desktop que está em desenvolvimento para uma versão mais “estreita” que será lida por smartphones e aí começa o “aperta-pra-caber”.

Mas isso é ruim? Além de uma total perda de tempo da equipe, por que todo trabalho precisa ser refeito, o resultado nunca é bom.

 

Cada dispositivo não precisa ter a mesma experiência. Tentar manter a mesma experiência em todos os dispositivos é datado. É uma abordagem obsoleta.

As pessoas entendem que diferentes dispositivos oferecem diferentes experiências.

Um exemplo simples: se você entra no site de uma clínica para agendar suas consultas com o dermatologista, através do seu desktop, você vai buscar as referencias do médico, fotos da infraestrutura, serviços adicionais que eles oferecem, etc. Mas se você busca a clínica em seu celular, parado no sinal de transito em seu carro, tudo que você precisa é encontrar o número para contato e o endereço o mais rápido possível, certo? Então por que você precisa ver tudo que o site tem primeiro, carregar todas as imagens, para poder encontrar um telefone e o endereço?

Essa é a premissa do mobile-first, uma experiência diferente para um dispositivo diferente. O que é preciso informar em uma tela de 4 polegadas de forma simples e fácil? São sempre funções diferentes que o site assume dependendo do contexto de uso.

Entender esse contexto e pensar qual o conteúdo mais relevante para cada caso é um trabalho que pode e deve ser feito. Sem esse pensamento inicial, o Design Responsivo fica sendo apenas uma firula tecnológica e não se torna relevante para as pessoas.

Mas como eu faço isso?

Para seu site, tudo começa com uma única URL. Seu cliente não precisa ter que pensar se seu endereço é www.xpto.com/mobile, ele precisa ser direcionado para uma experiência de uso com base em seu dispositivo.

A navegação e a arquitetura da informação do site devem ser pensadas para cada situação. Se na versão desktop seu “Menu” deve aparecer aberto, para dispositivos móveis ele deve ser recolhido a um ícone simples que o represente, para não encher a tela de informações. Outra preocupação é a relação entre footer (rodapé), header global e local (cabeçalho). É importante levar em conta que quanto menor o dispositivo menos tempo as pessoas costumam navegar. Quanto mais simplificado e com o mínimo de informações o header e o footer conter, melhor sera o resultado.

O seu conteúdo precisa ser adaptado ao dispositivo. Se você está acessando do seu celular é pouco provável que sua banda larga tenha capacidade de baixar uma galeria de vídeos com milhões de informações ou uma galeria com centenas de fotos. Então por que disponibilizar isso para um dispositivo móvel? Uma forma simplificada é ter uma informação de cada vez para a versão mobile. Você descreve suas informações em um parágrafo curto e disponibiliza o link para acesso ao vídeo que representa esse conteúdo. Assim o vídeo não precisa ser previamente carregado junto com o site.

O mesmo acontece para uma campanha de email marketing. Conteúdo é tudo!!

Você não precisar criar inúmeras imagens e vários links para todos os produtos se isso vai tirar o foco de seu cliente. Informe exatamente o seu objetivo em um texto simples e com um link você direciona seu cliente para a página onde as informações estão em seu site. O segredo para que isso possa acontecer é a segmentação. Toda ferramenta de email marketing que se preze vai informar a você o percentual e quais clientes leram seu conteúdo em desktop e em dispositivos móveis. A partir dessa informação você cria campanhas diferentes para cada tipo de publico, lembrando que, quanto mais objetivo sua comunicação for, mais fácil será se fazer entender. Pense no perfil consumidor de seu cliente e ofereça a ele informações pertinentes. Por exemplo, uma agência de turismo pode encaminhar um email com três dicas de viagens que estão em alta no momento e disponibilizar o link para seu site. Assim, seu cliente é nutrido de informação relevante de forma objetiva além de serinstigado a visitar seu site e conhecer seus serviços. Parece simples né? Mas é exatamente isso! Quanto mais simples e direto, melhor. Uma forma complementa a outra com experiências diferentes e adequadas ao tipo de dispositivo e público.

Existem algumas perguntas que, se respondidas antes de criar um site ou uma campanha de comunicação por email, ajudarão você a direcionar seu conteúdo de acordo com o dispositivo. São elas:

•   Quem é o público-alvo do projeto e que tipo de dispositivos ele usa no dia-a-dia?

•   Em que contexto ou hora do dia ele irá acessar esse website?

•   Quais as tarefas que ele quer realizar no site?

•   Quais dessas tarefas ele fará do celular? E de um tablet? E do computador?

•   O projeto possui “saídas sociais”? O conteúdo é compartilhado no Google Plus, no Facebook, no Twitter? Esse usuário acessa essas redes sociais do celular? Sendo assim, o celular se torna um ponto de entrada relevante para o site?

•   Existe disparo de emails para o usuário? Esse usuário lê emails no celular? Sendo assim, o celular se torna um ponto de entrada relevante para o site?

•   Qual o tempo de navegação esperado para o site? Em quanto tempo ele consegue cumprir cada tarefa?

Não há uma metodologia certa ou errada, o que existe é a melhor forma para o objetivo que se tem com base no comportamento de seu público. Seu site desktop complementa informações do módulo mobile assim como em suas campanhas de email marketing. Se você pensar no usuário em primeiro lugar e desenvolver seu projeto ao entorno dele, saberá o que é mais adequado para cada situação em que o usuário se encontra. Parece complexo né? Isso que eu nem falei do Apple watch. Mas a chance de sucesso é muito maior se você se comunicar, seja no site ou por email, tornando a linguagem por dispositivos, um ecossistema que se complementa.

E então? Sua comunicação será responsiva ou irresponsável?

é formado em Administração pela ESPM RS, estudante de Pós-graduação em Engenharia de Software na PUC RS. Atua no mercado de comunicação mobile há cinco anos. Trabalha como Analista de inteligência em negócios (business intelligence) na IAGENTE Tecnologia.

Comentários

PUBLICIDADE