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Quem (não) quer ser Mark Zuckerberg?

O que seria possível se as redes sociais fossem abertas e intercomunicáveis?

E se você pudesse transferir livremente seus dados e fotos de uma rede social a outra? Ou postar o mesmo texto simultaneamente em todas as suas redes sociais?

Ou então encontrar o conteúdo que você precisa, seja vídeo, texto ou imagem, onde quer que ele estivesse, como blogs, redes sociais ou Youtube, usando um único buscador?

Isso tudo seria possível se as redes sociais fossem abertas e intercomunicáveis. Esta foi a proposta apresentada pelo cofundador da Wikipedia, Dr. Larry Sanger, durante o SXSW 2019 em Austin, no Texas (EUA). Segundo ele, se plataformas como o Facebook e o Google tivessem um protocolo de comunicação único, todos nós teríamos mais autonomia para gerenciar os nossos dados e liberdade para escolher as nossas redes sociais. É mais ou menos o que acontece com o e-mail, onde temos liberdade de escolha entre vários provedores, pois há integração entre
todos eles.

Entretanto, isso naturalmente não é de interesse das grandes plataformas, uma vez que essa descentralização reduziria o monopólio delas em relação aos nossos dados. Por isso, ainda segundo Dr. Sanger, “empresas como o Facebook e o Google precisam ser pressionadas pela sociedade. A mudança que esperamos não virá deles, porque vai diretamente contra o modelo de negócios atual que visa maximizar o lucro”.

Dr. Larry Sanger, cofundador do Wikipedia

Como forma de criar um instrumento de pressão popular em favor dessa mudança, Dr. Sanger propõe a criação de um manifesto público, liderado por empresários e líderes mundiais, como por exemplo Elon Musk, e com ampla adesão de centenas de milhões de usuários. Ele ainda defende uma grande greve mundial, onde todos deixariam usar as redes sociais por um dia, como forma de protesto.

Se isso seria suficiente? Não dá pra saber. Mas é certo que ele não está sozinho, pois fica cada vez mais evidente o sentimento crescente de insatisfação que tem existido em relação ao monopólio das grandes plataformas, e a necessidade de haver uma internet livre e que respeite nossos direitos individuais de privacidade.

É Data Marketer, especialista em Customer Analytics e estratégias de Data Driven Marketing. Liderou projetos de CRM e CI para empresas como Renault, Folha de S.Paulo, Claro, Banco Santander, Nextel, Magazine Luiza, C&A, PagSeguro, Vivo, GVT, Procter e Gamble, dentre outras. Atualmente é Diretor Executivo da Marketdata (grupo WPP) e presidente da ABRADI (Associação Brasileira dos Agentes Digitais).

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