Quarta-feira, 18 de janeiro de 2023
O podcast se tornou um dos formatos de informação e entretenimento mais populares nesse último ano, com uma ampliação do alcance e maior diversidade de assuntos e abordagens. Com base em dados globais e cases nacionais, tenho certeza que ele continuará a desfrutar desse destaque nos próximos anos, por isso, quero compartilhar minha visão para o mercado em 2023.
Um cenário multiplataforma já está sendo criado para a personalização e especialização de conteúdos, especialmente orientados para a informação, bem como a relevância da comunidade, nas quais o criador poderá consolidar a sua profissão através da monetização de suas criações, com subscrições e publicidade.
Especificamente, considero essas as 10 principais tendências que marcarão o próximo ano no universo dos podcasts:
Os ouvintes ouvem podcasts porque aprendem. Existe o crescimento do interesse dos ouvintes em assuntos atuais que ensinam e causam curiosidade. É uma tendência incentivar a oferta de conteúdo informativo, destacando especialmente a geração atual que simula uma roda entre amigos. Esse formato deixa de lado a seriedade e assim consegue render conteúdos em um bate-papo, mais do que conseguiria em alguma entrevista mais formal.
Cada vez mais plataformas e aplicativos estão disponíveis para podcasts, acelerando o crescimento do setor. Isso, além de permitir uma enorme oferta de conteúdo, impulsiona sua personalização e melhoria, seja oferecendo conteúdos exclusivos ou desenvolvendo novas funcionalidades como o videocast.
Uma das principais ferramentas para atrair e reter o público será a criação adaptada às necessidades de todos os tipos de perfis. Temos como exemplo o Estúdios Flow, uma produtora de conteúdo que possui o maior hub de podcast do Brasil, que com todos os seus conteúdos diversificados, somam mais de 12 milhões de inscritos e mais de 2 bilhões de visualizações, somente no YouTube.
Em sua programação possui temáticas plurais como o Flow Podcast, com Igor Coelho no comando do programa, o Venus, com Criss Paiva e Yasmin Yassine, Ciência Sem Fim, com o geofísico Sérgio Sacani, o Avesso, liderado pelo escritor Ferréz, além dos programas Flow Sport Club, Amplifica, Kritikê e Prosa Guiada.
Metade dos ouvintes descobrem conteúdos através da área de recomendações. É por isso que as plataformas apostarão em melhorar seus algoritmos de recomendação, refinando as sugestões conforme o comportamento dos ouvintes, com base em sua escuta, interesses ou idade. O objetivo é facilitar a seleção de usuários, com tempo de lazer limitado. Agora, as redes sociais, plataformas de streaming de vídeo, músicas ou até mesmo entretenimento offline, competem pela atenção. No final, o ouvinte optará por propostas que ofereçam conteúdo relacionado aos seus gostos da maneira mais simples.
No último ano, o podcast tornou-se popular entre as gerações mais jovens, por influenciadores e streamers, como Casimiro Miguel, que recentemente comemorou a ampliação do próprio recorde de dispositivos conectados simultaneamente em sua live no YouTube. Durante o jogo entre Brasil e Croácia, pelas quartas de final da Copa do Mundo, a transmissão da CazéTV registrou mais de 6,9 milhões de usuários assistindo à partida em tempo real.
Podemos esperar que nos próximos meses a tendência continuará a subir e mais celebridades se juntarão a um formato indispensável para a geração que mais consome conteúdos. Essa tendência já começou a pressionar o criador de podcast independente a dar o salto para o vídeo, para aproveitar a interação com a comunidade, com lives nas plataformas ou a viralidade com o compartilhamento de clipes no TikTok e Instagram, aproveitando ao máximo as ferramentas disponíveis nas mídias sociais.
Outra grande corrente que chega é a dos podcasts ao vivo como modalidade de entretenimento. Assim, veremos cada vez mais iniciativas apostando nesse formato, que permite que os apresentadores façam seus programas ao vivo com um público e obtenham o apoio necessário para monetizar seu conteúdo. Até final de 2023 haverá muito mais propostas, seja com grandes capacidades de público ou em espaços mais intimistas, com experiências mais personalizadas.
Com um alto percentual de ouvintes, o público se mostra disposto a ajudar o criador de conteúdo de diversas maneiras, como, por exemplo, planos de assinatura com conteúdos exclusivos pelo seu criador favorito, uma tendência que vem aumentando ano após ano, gerando uma grande expectativa pelas plataformas.
As plataformas também entenderam que isso é um caminho para ampliar a monetização, seja com venda de produtos, sistema de membros ou até mesmo a ampliação do uso das ferramentas oferecidas, causando uma aderência ainda maior pela audiência.
O criador tenderá a construir uma comunidade sólida e comprometida, algo essencial para continuar crescendo em audiência e gerar receitas. Para fazer isso, devem aumentar suas interações com os ouvintes, incentivando-os a colaborar, comentar, compartilhar e recomendar o programa da mesma plataforma em que o conteúdo é consumido. Essas ações ajudam a converter ouvintes casuais em seguidores leais, que os ouvem episódio a episódio.
Em detrimento do foco das plataformas de conteúdo curto e de interação, o Estúdios Flow mobiliza seus projetos em diferentes formatos. Quanto aos conteúdos já existentes e funcionais, esses devem ganhar versões físicas para aproximar os fãs dos apresentadores, como ocorreu na temporada de episódios do Venus gravado em teatro com plateia ao vivo e ações pontuais exclusivas, como no Rock in Rio 2022.
O branded content continuará sendo uma modalidade em expansão escolhida pelas marcas para alcançar seus consumidores, e os criadores aumentarão a busca por patrocínios de valor, que não distorçam a criação e disseminação de seu conteúdo.
O Insider Intelligence acredita que até 2028 o podcast se tornará uma indústria de US $94,88 bilhões. Uma verdadeira explosão do formato, que já está causando o aumento do investimento na produção de conteúdo de qualidade, resultando em uma maior profissionalização.
CEO do Estúdios Flow e host do Kritikê Podcast. Formado em Administração de empresas pela FACAMP, construiu sua carreira em Finanças em empresas como P&G, L’Oréal e Uber, até o cargo de CFO. Se juntou ao Flow em 2021, assumindo o posto de chefe de curiosidade. Em seguida, se tornou CEO da holding e passou a apresentar ao Estúdios Flow sua visão empresarial, que amplifica com maestria os novos passos de todo o universo Flow.
Comentários