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Mais que dados, devemos ver as pessoas

Cada vez mais, as empresas precisam usar seus dados, transformando em informações estratégicas, para conhecer o cliente e, assim, criar uma comunicação mais personalizada e chamar a atenção de seu público. Talvez esse assunto nunca tenha estado tão em pauta como agora. Os databases invadiram o cotidiano do marketing e, a cada dia, surge um novo termo ou expressão relacionados ao aproveitamento de informações. No entanto, será que as companhias estão realmente enxergando estas pessoas? Se há a informação, o que afinal fazer com ela?

De acordo com estatísticas do Gartner e do IDC, a quantidade de informações armazenadas no mundo dobra a cada dois anos e atingirá 40 trilhões de gigabytes em 2020. E, mesmo com o assunto em alta, nem todos sabem onde coletar estas informações tão valiosas ou o que fazer com elas.

Defender o uso de tecnologias para esse fim passou a ser comum, em meio aos investimentos em “marketing digital”, principalmente com a popularização do Google e do Facebook, que desenvolveram ferramentas de fácil usabilidade, possibilitando que mais usuários tenham acesso e possam comprar espaços e captar informações, perfis de consumidores e se relacionar com os mesmos.

Porém, a estratégia de comunicação das empresas deve ser muito mais ampla do que apenas usar um ou dois veículos para conseguirem acompanhar os hábitos de consumo do cliente, desde o momento de sua primeira interação ao dia a dia de relacionamento. Hoje, as marcas não podem pensar separadamente em campanhas publicitárias, site e mídia social, tudo faz parte da experiência e da captação de dados.

Mas, para atingir este objetivo, é muito fácil se perder pelo caminho, seja pela visão de imediatismo que nos cerca, pela falta do conhecimento técnico ou pela falta de visão unificada da empresa. Vemos pequenas e grandes companhias terceirizando a responsabilidade de organizar seus dados, contratando ferramentas e veículos, sem ter ciência que o primeiro investimento é em criação de estratégia e, esta sim, deveria ser uma atividade muito familiar ao Marketing.

Em um mundo globalizado e de atividades multidisciplinares, o time de Marketing precisa se aproximar e entender a língua da tecnologia. Em contrapartida, nem tudo é responsabilidade deste setor, as áreas precisam trocar conhecimentos, trabalhar em conjunto, com o olhar no todo e não só em um recorte de algum problema ou necessidade. É preciso integração!

Será que as companhias estão acompanhando e se preparando para este novo universo? Um estudo da Forrester Consulting constatou que 40% das empresas pesquisadas já investem em análise de dados para suas atividades fundamentais, como venda e desenvolvimento de produtos. É um número mundial e em crescimento.

No entanto, ainda falta a união do Marketing, da tecnologia, do pensamento lógico e do pensamento de negócios, focando em melhorar a experiência das pessoas. Pois, só unificando os pensamentos é que realmente teremos capacidade de olhar para os dados disponíveis e enxergar as pessoas, entendendo suas necessidades e desejos.

Com mais de 10 anos de experiência em análise de marketing digital, Ariane trabalhou com as maiores empresas do Brasil, entre elas SKY, Fiat, Sony, Sadia, Embratur, Infraero, Citibank e Credicard. A executiva foi gerente na Agência Click Business Intelligence e responsável pela qualidade dos dados na implementação, medição, relatório e análise. Hoje é diretora na A² BI, empresa certificada em Google Analytics e Adobe Experience Cloud e especialista em Gestão de Dados.

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