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E-leadership: a Liderança Millenium

É comum notarmos em muitas das conversas entre as lideranças executivas de grandes empresas a temática “Perfil do Profissional Geração Millenium”. Muito se comenta e reclama sobre a postura dessa nova geração que beira a frustração, mas a verdade é que mais difícil do que lidar com esta geração, é encontrar lideranças “aspiracionais”, que saibam aproveitar esses jovens. Chamamos estas lideranças de E-leaderships.

Todas as empresas vêm transformando e direcionando seu modelo de negócio para Drivers da Era Digital, mas algumas esquecem dos principais “condutores”: lideranças. Investe-se muito em estrutura de TI e treinamento para essas ferramentas, mas pouco na “reciclagem” de seus executivos. Raras as exceções, muitos líderes ainda continuam na postura old-school, reclamando da geração que é literalmente o “API” para as novas oportunidades mercadológicas.

Obviamente, os E-leaderships não precisam saber sobre códigos (nem API), nem arquitetura de informação, ou análise de big data, mas precisam estar de corpo e alma abertos às novas tendências. Muitas são as características a serem descritas para um verdadeiro E-Leadership, mas citarei neste artigo unicamente quatro, as quais considero o “ponto da virada” de um líder da geração Millenium.

A primeira é o estado de não ser mais “chefe”. Chefe é coisa do ontem (véio). Vivemos em uma economia cada vez mais colaborativa, então liderança é aquele que sabe unir as peças no tabuleiro e vencer o jogo junto. Não existe um ganhador, mas sim o coletivo. Mesmo assim essa geração respeitará um líder, e esse será reconhecido pela segunda característica do E-leader: “inspiração”.

Nem poder técnico, nem admiração, a geração Millenium quer ser inspirada. Quer se levantar todos os dias e trabalhar com pessoas que vão fazê-las sonhar, acreditar, mas, acima de tudo, realizar. Seja alguém inspirador antes de carismático. Dê a liberdade de criar e compartilhar suas ideias com todos e, mais do que nunca, não julgue ideias às quais continua ignorante.

A terceira característica é a coragem. Na Era digital muito se testa e muito se erra. É uma época empreendedora e muito inovadora. Prepare-se. Ninguém sabe, todos aprendem simultaneamente. As apostas são altas e quem se arrisca primeiro tende a maximizar os ganhos. Desafie-se e mostre sua coragem para seus liderados.

A última e mais difícil de mudar: crenças. Para não nos alongarmos, darei um exemplo. Quando um de seus liderados millenium afirmar que o formato tradicional de televisão não existirá mais nos próximos 5 anos, que a geração Baby Boomer consumirá mais vídeo online que novela, que um blog trará mais resultado do que um patrocínio na quadra de tênis ou mesmo que a indústria de petróleo é fadada a falência, segue uma dica: não faça cara de pai entediado com ideias de adolescentes e lembre-se rapidamente de que a “Terra do Nunca” não existe mais, afundou com Peter Pan e todos os outros personagens. Hoje vivemos na “Terra do Tudo é Possível” e você talvez seja o peixe fora d’agua. Por isso, escute, anote, procure encorajá-lo a trazer mais dados, aprenda e, caso não tenha coragem de ser o pioneiro, acompanhe de perto todas as mudanças. Quem sabe, ainda, você saiba correr.

#ficaadica, urgh! Coisa de véio.

 

Graduado em Comunicação Social e MBA em Marketing de Serviços, ambas pela ESPM. Desde 2010, é gerente de Marketing das marcas Citroën do Brasil e DS Automobile, sendo responsável por todas as ações de Comunicação Mercadológica, Digital e Mídia para ambas as linhas de produto. Com mais de 16 anos de experiência dentro do segmento premium, também atuou como gerente de Marketing da América do Sul para o grupo alemão ZF, gerenciou a área de Trade e Promoção na própria Citroën e foi coordenador de marketing para Hyundai e Subaru no Brasil. Como acadêmico é professor especialista em Comunicação Mercadológica na universidade UMC.

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