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Convergência é o caminho para a indústria de mídia e entretenimento

Entender este cenário de convergência de mídias é crucial para empresas que atuam no setor e desejam potencializar suas fontes de renda

 

Foto. Mão segurando um celular com uma tela azul e o desenho de um balão. Ao fundo pessoas desfocadas e, desenhado na foto os símbolos de algumas redes sociais.

Não é mais segredo que o digital revolucionou diversas indústrias nos últimos anos, dentre elas a de mídia e entretenimento. A grande tendência desse setor no momento é a convergência entre as plataformas, o que vem sendo cada vez mais demandado pelos consumidores. As plataformas digitais proliferaram, criando uma distribuição mais direta e personalizada de conteúdos. O portfólio de serviços oferecidos deve considerar a conexão como a melhor maneira de engajar os clientes. Entender este cenário é crucial para empresas que atuam no setor e desejam potencializar suas fontes de renda.

Foi-se o tempo em que a competição por audiência ou engajamento era entre meras emissoras de TV ou portais de internet. Hoje, o crescimento lucrativo e sustentável de empresas da área depende cada vez mais de várias fontes de modelos de negócios inovadores além das tradicionais. A PwC Brasil chama essa tendência de Convergência 3.0, onde empresas de todos os setores desenvolvem novos modelos de negócio fortalecidos pelo engajamento e na confiança do consumidor.

Os exemplos são inúmeros: grandes nomes do varejo se aliando a empresas de tecnologia, como portais de compra online; empresas de mídia distribuindo conteúdo grátis em plataformas de mídias sociais; grandes ligas esportivas e empresas de videogames apostando nos eSports; empresas de Telecom se tornando parceiras de antigos concorrentes para entrega de serviços de streaming de vídeo e áudio. Tudo isso com o objetivo de ter ganho de escala e abrangência, acompanhando o comportamento conectado e móvel do consumidor.

Como cases de sucesso, além dos mundialmente conhecidos como Google e Apple, podemos citar as “BATs” – os gigantes da Internet na China: Baidu, Alibaba e Tencent. As três empresas operam em vários setores da economia digital, oferecendo uma combinação eficaz de comunicação, mídia e comércio em suas plataformas por meio de suas plataformas iQiyi, Youku Tudou e Tencent Video. Também competem de maneiras diferentes em música e videogames, o que significa que estão atuando em todas as áreas de consumo digital que mais crescem. O trio também é responsável pela maioria da publicidade na internet na China.

O principal resultado desta tendência fica evidente na 19° edição da Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2018-2022, estudo feito pela PwC, que prevê um crescimento global anual médio de 4,4% no setor de mídia e entretenimento (E&M) entre 2018 e 2022. O levantamento analisou 15 segmentos do setor em 53 países e apontou que a receita global deve alcançar US$ 2,4 trilhões em 2022, acima dos US$ 1,9 trilhão registrado em 2017, um aumento de 26% na comparação total entre os períodos.

A edição de 2018 da pesquisa mostra que o crescimento do consumo e da publicidade nas plataformas digitais para dispositivos móveis começaram a refletir o aumento considerável do número de consumidores conectados no mundo todo e isto ficará cada vez mais evidente nos próximos anos. Em 2022, dados utilizados em smartphones para o consumo de E&M excederão os dados consumidos em banda larga fixa. O motivo dessa tendência é o aumento em 2,2 bilhões, até 2022, do total global de conexões de internet móvel de alta velocidade (métrica que rastreia cartões SIM em vez de assinantes individuais).

Por fim, destaca-se o crescimento de setores ainda em desenvolvimento, como os gastos com games em realidade virtual, que apresentam índices médios anuais de crescimento de 40% ao longo de cinco anos, as vendas de entradas para campeonatos de e-Sports, que devem aumentar em média 20% ao ano até 2022 e do podcast, com crescimento esperado de quase 30%. Outro exemplo de crescimento relevante é o segmento de OTT (over the top) de vídeos na internet, que crescerá 10% ao ano até 2022. Todas essas tendências serão – e precisarão ser – permeadas pela convergência de plataformas dos players desse mercado, etapa fundamental para atender a um consumidor cada vez mais exigente e conectado.

é Diretor de Criação e Inovação na PwC Brasil. Em seus 25 anos de carreira, é conhecido por capacitar e inspirar equipes para desenvolver ideias não convencionais, originais e engajadas em publicidade, mídias sociais e conteúdo de marca com uma ampla visão de negócios do mercado. Miguel desenvolveu campanhas criativas e eficazes, interativas e integradas para agências importantes: Ogilvy, NBS, Lew'Lara/TBWA , McCannErickson, Garage, DPTO e Salem. Além disso, foi premiado nos mais importantes prêmios de publicidade como Cannes Festival, One Show, New York Festival, John Caples, LondonFestival... E foi juiz do New York Festival 2016 e London Festival 2008.

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